Dona Maria José tem 74 anos de idade e está vivendo uma situação que nunca poderia imaginar. Ela está brigando na justiça para ter de volta a casa própria onde mora desde jovem, quando se casou, e onde criou os filhos.
Em uma reportagem para a Record TV Minas, Valéria Cristina, filha de dona Maria, explicou o que aconteceu.
No ano de 2009, o marido de dona Maria passou mal e foi levado às pressas para um hospital particular em Belo Horizonte. Lá ele precisou fazer um exame que não era coberto pelo seu plano de saúde. Como era necessário e a família estava desesperada, o exame foi feito mesmo assim.
Depois de algum tempo, o idoso faleceu e os familiares ficaram sem condições financeiras de pagar os custos do hospital, que eram de R$ 900. Eles tentaram negociar a dívida, mas ficou acertado que iriam atrás dos direitos para o plano de saúde cobrir.
Porém, o tempo foi passando e nada ficou resolvido. Depois de dois anos dona Maria recebeu uma intimação de um oficial de justiça para comparecer ao Fórum. Dona Maria compareceu, levou um atestado de pobreza, pois estava passando por dificuldades na época, e explicou sua situação ao juiz. O advogado que estava com ela disse que não havia com o que se preocupar.
Então, no ano de 2019, a família descobriu que seu único imóvel, avaliado em R$ 700 mil, tinha sido arrematado em um leilão por R$ 350 mil, e eles não foram avisados de nada.
Dona Maria levou um baita susto quando uma pessoa bateu em sua porta dizendo que era a nova proprietária do imóvel. Ela achou que tivesse sido um engano, mas era a mais pura verdade.
Então, a família contratou um advogado que está cuidando do caso. O pessoal da reportagem chegou a buscar informações com um outro advogado para saber se o hospital poderia fazer o que fez.
De acordo com o profissional, a lei n° 8990 diz que o imóvel da entidade familiar é impenhorável. No caso da dona Maria, o imóvel dela é o único onde ela reside desde o seu casamento e onde criou os filhos.
Porém, nada foi resolvido até o momento. Dona Maria está tendo problemas de saúde pelo medo de ser despejada de repente e não ter para onde ir, sem falar na dor de deixar um imóvel próprio, seu único bem, por causa de uma situação como essa.