O que você sabe sobre o seu tipo sanguíneo? Normalmente a única preocupação que se tem é saber a letra que representa o grupo sanguíneo para o caso de precisar de uma transfusão de sangue. Mas se todos soubessem um pouco mais além disso, poderiam influenciar profundamente a qualidade da saúde por meio da alimentação. É por isso que existe a dieta do tipo sanguíneo.
O que é?
A verdade que a ciência tem trazido ao longo dos anos é que existe muita informação importante no sangue de cada pessoa, além da identificação do seu DNA.
Através do tipo sanguíneo é possível detectar se existe predisposição a determinadas doenças, saber como o corpo tende a reagir aos tipos de alimentos que recebe e às situações ambientais e comportamentais a que é expostos diariamente.
Com base em todos estes fatores surgiu essa dieta. Ela não tem o objetivo de promover o emagrecimento, mas sim, melhorar a saúde de todo o organismo e proporcionar qualidade de vida. Os efeitos estéticos acabam sendo uma consequência.
A relação de cada tipo sanguíneo com as doenças
A dieta do tipo sanguíneo surgiu em 1996, quando o americano Peter D’Adamo escreveu um livro chamado “Eat Right for Your Type” que foi traduzido para o português como “A Dieta do Tipo Sanguíneo”.
Em resumo, cada tipo de sangue é mais frágil ou resistente a determinados problemas de saúde. Por exemplo, as pessoas de tipo A tendem a ser mais sensíveis a infecções microbianas, câncer, diabetes e problemas do coração.
Nos indivíduos de tipo B o sistema imunológico é mais forte, permitindo evitar ou reagir melhor a doenças degenerativas. A junção dos grupos sanguíneos A e B forma algo mais complexo, o tipo AB, que em muitos aspectos requer uma união das necessidades de ambos.
Já o tipo sanguíneo O está mais suscetível a problemas estomacais, entretanto é mais resistente a doenças cardiorrespiratórias. Esse grupo também costuma produzir uma quantidade elevada de adrenalina em situações estressantes, por isso tem mais dificuldade de se recuperar do estresse quando ele acontece.
Como orientar os grupos sanguíneos por meio da alimentação
Conforme os resultados de muitas pesquisas científicas apontam quais são os riscos que cada tipo de sangue está mais exposto, bem como as resistências de cada um, a medicina busca maneiras de trabalhar em favor de um equilíbrio para promover a saúde e a longevidade.
A alimentação é um dos principais fatores que influenciam nesse aspecto, pois é preciso fazer a combinação certa entre os componentes de cada alimento e os antígenos de cada tipo de sangue.
Os antígenos são as substâncias presentes no sangue e em todo o corpo que, ao entrarem em contato com os alimentos, se ligam aos anticorpos ou a outros receptores de células. Essa ligação provoca diferentes reações, boas ou ruins para a saúde.
Um bom exemplo é a lectina, uma proteína presente em diversos alimentos, que ao entrar em contato com determinados tipos sanguíneos, causa uma aglutinação (junção) que resulta em problemas de saúde e sintomas como dor de cabeça, cansaço, má digestão e tantos mais.
Outro fator importante que se deve considerar são as transformações que aconteceram com o corpo humano ao longo do tempo, por necessidade de adaptação às diferentes dietas, desde quando o homem apenas caçava e coletava sementes para se alimentar.
As bactérias presentes no intestino de cada pessoa são um exemplo dessa transformação ao longo dos anos, pois seus tipos variam conforme o grupo sanguíneo. Enquanto as pessoas do tipo sanguíneo A possuem mais bactérias capazes de absorver melhor os carboidratos, esta é uma deficiência das pessoas com tipo sanguíneo O.
Portanto, aqui está o grande objetivo da dieta do tipo sanguíneo: determinar quais grupos de alimentos podem fazer ligações positivas com os antígenos de cada tipo de sangue para promover a melhora constante da saúde de cada pessoa.
A dieta para cada grupo: A, B, AB e O
Assim como citado anteriormente, existe uma relação profunda entre o DNA atual e a carga genética dos antepassados humanos. Mesmo depois de tantos séculos, ainda existe no sangue humano o resultado das adaptações ao meio ambiente vividas pelos ancestrais.
Por isso, cada tipo de sangue tem necessidades diferentes nos quesitos alimentação e prática de exercícios, além de estarem predispostos a desenvolver certos tipos de doenças. Tudo isso, seguindo uma linha do tempo de acordo com as características de cada período e local em que habitavam os primeiros homens na Terra, até chegar à atualidade.
Dessa forma, a dieta pro grupo sanguíneo sugere uma divisão entre os alimentos positivos e neutros (que previnem e tratam doenças ou que não previnem nem prejudicam) e os alimentos negativos (que podem agravar problemas de saúde ou incentivar seu desenvolvimento).
Tipo Sanguíneo A
O grupo sanguíneo A tem sua origem no período em que o homem deixou de ser exclusivamente caçador e coletor e começou a praticar a agricultura. Por causa da extinção da caça, esses humanos saíram da África e ocuparam Ásia e Europa.
A alimentação e o estilo de vida sofreram grandes transformações. Deixaram de ser nômades viajantes para formarem comunidades, reduzindo a intensidade da prática de exercícios físicos e aumentando o consumo de carboidratos.
Veja: alimentos a dar preferência para a dieta do Tipo Sanguíneo A e os que deve evitar
Tipo B
O tipo sanguíneo B possui origem nas Índias, onde predomina uma alimentação mais forte e condimentada, típica do Oriente. Mas logo depois se adaptou às altitudes do Himalaia, para onde imigrou e começou a desenvolver hábitos alimentares provenientes da criação de animais, como o consumo de carne e laticínios.
Dessa forma, apesar de ter se tornado altamente adaptável a mudanças climáticas, a alimentação segundo tipo sanguíneo B tende a ser mais sensível quanto aos alimentos com lectinas, contidas em produtos selecionados.
Veja: alimentos benéficos para quem tem o Tipo Sanguíneo B e quais evitar
Tipo sanguíneo AB
O tipo sanguíneo AB é muito raro, pois ele é o resultado da união entre os tipos A e B, e não da evolução da espécie ao longo dos anos. Estima-se que apenas 5% da população mundial tenha esse grupo sanguíneo, que é considerado o mais recente a surgir, com cerca de 12 séculos de idade.
Por isso, o sangue tipo AB compartilha tanto dos benefícios quanto das dificuldade de cada tipo individualmente. O uso de suas características vai depender do que cada situação demandar no dia a dia, o que é bom, pois este tipo sanguíneo é adaptável.
Um exemplo dessa adaptação que precisa ser gerenciada pelo organismo que contém sangue AB é que mesmo tendo a característica do grupo sanguíneo B em digerir bem as proteínas, possui a baixa produção de ácido estomacal para essa digestão, típica do tipo sanguíneo A.
Veja: alimentos você deve consumir e evitar para aproveitar as características do Tipo Sanguíneo AB
Tipo sanguíneo O
A grande vantagem protetora do tipo sanguíneo O é sua capacidade de transportar anticorpos que funcionam tanto para o grupo sanguíneo A quanto para o B. Por essa razão é que o sangue do tipo O é doador universal, apesar de só poder receber sangue do seu próprio grupo.
Como característica negativa do grupo sanguíneo O está a predisposição para úlceras estomacais e problemas de tireoide. Mas a característica positiva que é muito útil é a capacidade de digerir proteínas e gorduras animais. Isso ocorre graças à presença de uma maior quantidade de dois compostos químicos responsáveis pelo processo digestivo no sangue do tipo O.
Veja: alimentos que você deve dar preferência para a dieta do Tipo Sanguíneo O e quais deve evitar
Outros estudos, porém, revelam que a alimentação não deve ser relacionada apenas com o tipo sanguíneo. Por conta disso, a recomendação é consultar um médico para que ele indique o melhor tratamento e a melhor dieta.
No vídeo abaixo, o Dr. Dayan Siebra fala mais sobre essa dieta:
Fontes: Dr. D´Adamo, Santini Ortomolecular e Dr. Juliano Pimentel
