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Ela soube que estava grávida só na hora do parto

A dor era tão forte, que a jovem pensou estar com apendicite. Pouco depois estava com sua bebê nos braços

Crédito: Arquivo pessoal

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Em dezembro de 2019, Laura Campos sentiu uma cólica tão forte, que pensou estar com apendicite. Ela foi para o hospital, pois nesse caso pode ser necessário fazer uma cirurgia de emergência, antes que o apêndice se rompa.

Porém, quando os médicos a examinaram, o diagnóstico foi um pouquinho diferente: ela estava em trabalho de parto. Alguns minutos depois, Alice já estava nos braços da mãe, que sequer tinha enxoval, pois não tinha ideia de que estava grávida.

“Pois é, gente. É uma das coisas que a gente vê na TV, na internet, e pensa: ‘Impossível!’. Até acontecer com você”, disse Laura, em entrevista ao VIX.

Vida normal

Olhando para essa foto acima, você desconfiaria que Laura estava grávida de 7 meses? Pois estava. Essa foto foi feita durante sua viagem de formatura. Além dessa festa, Laura participou de outros eventos, fez dieta e intensificou os treinos na academia, levando sua vida normalmente, jamais imaginando que estava com um bebê no ventre.

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“Não percebi nenhuma mudança. Eu tinha minha viagem de formatura e queria perder peso, então peguei firme em academia e dieta e perdi quase 10 kg”.

Os sinais ignorados

Essa outra foto em frente ao espelho também foi feita durante a mesma viagem, e realmente não dá para imaginar que ela estava em um estágio avançado de gestação.

Depois de fazer uma retrospectiva dos últimos nove meses, Laura passou a entender os sinais que seu corpo estava enviando. Ela continuou com sangramentos, e pensava que estava menstruando, embora fossem sangramentos menos intensos.

Além disso, ela sentia que os seios inchavam, mas ocorria perto da data da menstruação e depois passava, então ela acreditava que eram apenas sintomas de TPM comum, como já acontecia antes.

O final da gestação

Depois daquela viagem, Laura fez a sua festa de formatura. Ela estava quase ganhando a bebê, e ainda não dava para perceber nada. A formatura era do ensino médio, e Laura tinha acabado de fazer 18 anos. Mal sabia ela que, duas semanas para frente, estaria com sua filha no colo.

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O trabalho de parto

No dia 11 de dezembro de 2019, depois do almoço, Laura sentiu uma cólica incomum, leve. Ela pensou que era sintoma de TPM. Ela estava na academia, onde treinava e também trabalhava. Mas por causa da cólica, naquele dia ela fez um treino menos intenso que o normal.

Depois do trabalho, ela e sua melhor amiga foram para um barzinho. Conversou, bebeu caipirinha e voltou para casa, na maior tranquilidade, embora ainda estivesse com um pouco de cólica leve. Ela tomou um remédio para dor e foi dormir.

Na manhã seguinte, Laura estava sozinha em casa, e a cólica voltou com muita força, de um jeito que ela nunca tinha sentido na vida, ainda que fosse acostumada a ter cólicas bem fortes.

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Para aliviar a dor, ela foi para o banho, na intenção de que a água quente pudesse ajudar. Quando passava um pouco, ela voltava para a cama, e assim foi.

“Eu fiquei nessa: a dor vinha, eu ia para o banho; a dor passava, eu ia para a cama. Só que chegou uma hora que a dor veio tão forte, mas tão forte, que eu não consegui levantar da cama”.

Não deu mais para suportar

Por conta da dor intensa, Laura resolveu ir para o hospital, pois ficou preocupada. Como estava sozinha, ligou para a amiga, que foi buscá-la para ir ao hospital.

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“A Ana praticamente me vestiu, praticamente me carregou até o carro dela. O trajeto que demoraria 15 minutos, ela fez em no máximo 7. Chegamos no hospital e já vieram dois enfermeiros me tirar do carro de cadeira de rodas para fazer a triagem”.

Na tentativa de descobrir o que poderia estar errado, um dos enfermeiros começou a lhe fazer perguntas:

“Ele perguntava: ‘O que você está sentindo?’. Eu dizia: ‘Estou com dor, com muita dor na barriga e nas costas’. E ele: ‘Dor de quê?’. Mas é exatamente o que eu queria saber: dor de quê?”.

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A única coisa que passava pela cabeça de Laura é que poderia ser apendicite, já que tinham alguns casos na família, e ela sabia que causava uma dor insuportável.

Ela foi levada para a sala de emergência, onde sequer podia deitar na maca sem ajuda, de tanta dor que estava sentindo. Quando estava na maca, o médico chegou para examiná-la. “Eu acredito que ele percebeu que era uma dor que tinha picos. Então ele deve ter associado com contração”.

O médico então comunicou aos colegas: “Olha, está baixo já”. E Laura, na maca, pensando: “está baixo o quê?”.

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Então, uma enfermeira se aproximou da barriga dela com um estetoscópio para escutar o coração do bebê, e Laura ainda não tinha e entendido nada: “Mas escutar coração de apendicite? Como vai escutar coração de apendicite?”.

Só aí que a enfermeira revelou para Laura o que estava acontecendo: “Você está em trabalho de parto. A gente vai subir você para a maternidade, para você passar com o obstetra, porque você vai ter um neném.”  E ela pensando: “Neném de onde?”.

Na maternidade, uma outra médica chegou para fazer o parto e a enfermeira informou que Laura já estava com dilatação total. Laura não sabia mais se sentia dor ou medo. Não dava nem tempo de pensar no que estava acontecendo.

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Mas, percebendo o estado emocional da jovem, a médica e as enfermeiras ajudaram a acalmá-la. Enquanto tudo isso, Ana, a amiga, estava acompanhando tudo.

“A médica dizia assim para a Ana: ‘Amiga, vem ver a cabecinha, é tão cabeluda’. E eu só conseguia gritar e pedir para fazerem uma cesárea, porque eu não aguentava mais de dor. E a médica: ‘Não, não dá, o bebê está aí já'”.

Depois de quatro forças, Alice veio ao mundo. A dor passou, mas a confusão na cabeça de Laura ficou maior. Agora ela tinha um bebê, mas não sabia que nome dar, não tinha fraldas nem roupinhas para sair do hospital.

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“As enfermeiras que arrumaram uma fraldinha, um macacão, uma meia, uma luva e uma touquinha, porque ela não tinha nada. Nem eu não tinha nada, nem mesmo uma calcinha para colocar”.

O choque não passou tão rápido

Laura chegou no hospital pensando estar com apendicite e meia hora depois estava com a pequena Alice nos braços. Os médicos orientaram que ela passasse por um atendimento psicológico e por uma assistente social para ajudarem a assimilar o que estava acontecendo.

“Foi muito tenso. Eu conto rindo porque hoje eu consigo falar disso rindo, mas os primeiros meses foram bem difíceis”.

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Laura precisou mudar completamente seus planos de vida e sua rotina. O vestibular ficou para depois, seu corpo mudou e ela precisou aprender a ser mãe. Mas, a pior parte foi ter que ouvir pessoas julgando, dizendo que ela escondeu a gravidez e foi irresponsável.

A vida entrou nos eixos e a jovem amadureceu

Porém, com o apoio de pessoas queridas e com o passar do tempo, tudo foi melhorando e entrando nos eixos. Agora, ela aconselha as pessoas que convivem com uma gestante:

“Seja rede de apoio para ela. Pergunte o que ela precisa, se ela está bem, o que ela quer. Não vire as costas, não aponte o dedo e não tente interferir na criação, a mãe sempre sabe o que é melhor para o bebê”.

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Laura agora fala abertamente e com bom humor sobre a história que viveu, e ficou muito mais madura com essa experiência:

“Ter me tornado mãe me mudou completamente. Mudou meus planos, minha prioridades, minhas amizades, tudo! E acredito muito que tudo nessa vida acontece por uma razão. Hoje eu já consigo ver nitidamente o propósito dela na minha vida. Nunca me senti completa, parecia que sempre ia ter um vazio em mim. A Alice era o que faltava para me completar. Eu não me imagino mais sem ela. Ela é a melhor coisa da minha vida”, finaliza.

Crédito das imagens: arquivo pessoal

Com informações de Vix

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