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Dependência emocional nas crianças: até que ponto faz bem?

Ser dependente emocional de outra pessoa só é benéfico e necessário para os bebês. Mas, você sabe como construir a independência emocional dos seus filhos?

Crédito: Freepik

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Nas primeiras fases da vida é completamente normal que as crianças tenham dependência emocional com relação aos pais ou aos seus cuidadores principais. Essa dependência, quando é correspondida, faz com que a criança se sinta acolhida, segura e amada. É uma forma de criar um vínculo mais forte entre pais e filhos, ajudando no desenvolvimento da autoestima e da felicidade da criança.

Porém, é preciso haver um limite dessa dependência conforme a criança for crescendo. Se a dependência for mantida, mesmo quando a criança já tiver idade para enfrentar certos desafios sozinha, tomar decisões e conseguir ficar longe dos pais por mais tempo, ela terá dificuldade em formar sua identidade e se tornar totalmente independente na vida adulta.

O que é a dependência emocional e como transformá-la em independência?

Muitos pais têm medo de que, ao incentivar seu filho a ser mais independente, vai fazê-lo se sentir abandonado. Não é assim que funciona. Ou, pelo menos, não precisa ser. Quando o processo ocorre de forma gradual e guiada, a criança não sente que é um abandono ou descaso. Muito pelo contrário! Veja alguns exemplos:

  • Ao invés de deixar que seu filho sempre lhe pergunte o que fazer em todas as situações, você o guiará para que tome a própria decisão. Ou seja, você estará ao lado dele, dando atenção plena ao que ele precisa, mas não tomará a decisão por ele.
  • Ao invés de escolher o que seu filho vai vestir, comer e brincar, incentive-o a escolher por conta própria. Se ele tiver dificuldade no início, coloque três opções para que ele escolha uma delas.
  • Não impeça que seu filho, quando tiver idade, vá dormir na casa de um amiguinho, faça um passeio com a escola, enfim, fique mais tempo longe de você do que o habitual. Você não vai poder protegê-lo para sempre, então, não seja você o dependente emocional do seu filho.
  • Não impeça seu filho de descobrir o mundo, correndo pequenos riscos. Apenas guie ele, mostrando que o risco existe, e deixe-o vivenciar aquela experiência. Claro, há limites para os riscos. Mas, por exemplo, não impeça seu filho de aprender a andar de patins porque ele pode cair. Não evite que ele brinque na areia porque pode ter curiosidade de botar um pouquinho na boca. Não suba com ele no escorregador por medo que ele se desequilibre. Esteja perto, oriente, cuide, mas não impeça.
  • Esteja presente, no momento presente. Passar tempo de qualidade com seu filho é extremamente valioso para que ele desenvolva maturidade emocional. É com você que ele vai tirar dúvidas, aprender, expressar as emoções. Esteja por perto para que ele saiba que pode ir, pois sempre terá um lugar seguro para onde voltar.
  • Não seja tão exigente. É importante impor limites aos filhos, ensiná-los a terem bons modos. Mas, não exagere tentando controlar todas as atitudes do seu filho, tornando-o um fantoche das suas vontades. Se fizer isso, ele nunca vai se sentir seguro sobre como se comportar longe de você.
  • Elogie e recompense seu filho pelo bom comportamento, pelas atitudes adequadas, pela iniciativa que ele tiver. A criança se sente muito feliz quando percebe que está deixando seus pais felizes. Deixe claro quando seu filho está fazendo o que é certo, mesmo em coisas bem simples, pois ele vai desenvolver a autoestima e a capacidade de julgar quando está fazendo certo ou errado.

Qual é a idade certa para o desapego emocional?

Na verdade, o desapego emocional acontece de forma muito gradual, a partir de quando a criança começa a se enxergar como indivíduo. Isso costuma acontecer por volta dos 2-3 anos.

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Claro, a criança é totalmente dependente dos pais nessa idade. Mas, já pode ser incentivada a fazer certas escolhas, a pensar nas próprias respostas, a conhecer a si mesma.

E esse desapego emocional segue acontecendo até a adolescência, acompanhando as descobertas e dúvidas de cada fase. Mais uma vez, o importante é estar presente, oferecendo seu apoio, seu amor e atenção, mesmo nos erros e dificuldades.

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