Demora no diagnóstico de endometriose pode trazer sequelas permanentes
Crédito: Freepik

Demora no diagnóstico de endometriose pode trazer sequelas permanentes

O diagnóstico dessa doença não é simples de fazer, e isso pode acarretar em sérios danos à saúde

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A endometriose é quando o tecido endometrial se espalha para fora do útero, se alojando nos ovários, no abdômen, na bexiga, no intestino e outros órgãos dessa área.

O endométrio é um tecido que reveste o interior do útero e é expelido na forma de menstruação quando a mulher ovula, mas não engravida.

Então, quando o endométrio “erra” o caminho da saída do corpo e se espalha por outras partes do sistema reprodutor e outros órgãos, o sofrimento é grande.

Se não for diagnosticado e tratado, pode deixar sequelas permanentes, como aconteceu com Gilcelli Carvalho Castro Rocha, de 32 anos, que contou sua história para o Portal Uol. Gilcelli menstruou pela primeira vez aos 11 anos e, desde lá, começou a apresentar sintomas de endometriose.

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Acontece que ninguém suspeitou que ela tinha essa doença, nem mesmo os médicos que fizeram vários exames e receitaram diferentes tipos de anticoncepcionais.

“Tentei tantos tipos diferentes que não conseguiria listar. Todos me deram algum efeito colateral —dor de cabeça, tontura, náusea”, conta Gilcelli.

A infância de Gilcelli praticamente terminou a partir do momento em que ela menstruou, pois passou a sofrer com isso e as mulheres da família não abordavam o assunto com ela, muito menos sabiam o que era endometriose.

“Era como se tivesse que sair da infância. Como meus pais trabalhavam muito, ficava com a minha avó de idade, que não conversava comigo sobre esse tipo de assunto”, lembra.

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Depois de adulta, Gilcelli se casou, mas continuou sofrendo. As relações sexuais a faziam sentir dor, mas os exames mostravam que estava tudo bem. Chegaram a dizer a ela que o problema era psicológico.

Tanto tempo se passou sem um diagnóstico correto, que a endometriose de Gilcelli se tornou profunda. Essa é a forma mais grave da doença, quando o tecido se torna infiltrativo, com mais de 5 milímetros de profundidade, e causa dores fortíssimas.

Somente depois do segundo filho, quando Gilcelli já tinha 31 anos e passado por diversos problemas de saúde em decorrência de estar grávida com endometriose, é que os médicos viram que ela tinha um cisto hemorrágico.

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Gilcelli precisou fazer uma cirurgia de urgência, que a fez ficar 45 dias na UTI. Os médicos retiraram o apêndice, a vesícula, um pedaço do intestino e uma úlcera no estômago. Ela também teve danos nos nervos que prejudicaram seus movimentos dos braços e pernas, além de feridas na cabeça pelo longo tempo que passou deitada.

“Pela demora no diagnóstico, a endometriose fez muito estrago no meu corpo. Também sofri por erros médicos e, no fim, precisei passar por várias abordagens cirúrgicas na tentativa de salvar a minha vida. Acordar e ver a mim mesma toda mutilada, com crianças para cuidar em casa, foi horrível. Mas ainda me senti grata pela minha vida”, disse a jovem.

Sintomas de endometriose

É muito importante saber perceber os sintomas de uma doença como a endometriose, pois ela não é fácil de ser diagnosticada. As pacientes precisam saber que a doença existe e como ela afeta o organismo, pois muitos exames médicos não captam alterações visíveis. Veja quais são os sintomas para prestar atenção:

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  • Cólicas muito fortes, especialmente no período menstrual;
  • Ausência de menstruação;
  • Dor para urinar ou defecar durante o período menstrual;
  • Dificuldade para engravidar;
  • Dor nas relações sexuais.

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