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Delirium em idosos: uma condição confundida com demência

Pode parecer que o idoso está com uma doença mental, mas nem sempre é o caso

Crédito: Freepik

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O delirium não é uma doença e, apesar de raramente afetar pessoas jovens, é mais comum em idosos acima dos 75 anos. Veja quais são as características, causas e o que fazer para tratar

Delirium não é demência

Diferente da demência, o delirium ocorre de forma inesperada. O idoso está agindo normalmente e, de um minuto para o outro, pode ter uma espécie de alucinação, dizer frases desconexas, ficar agitado, passar a dormir demais e ficar retraído. Esses sintomas podem durar horas ou dias, e passar. Na maior parte das vezes, tem tratamento.

Já no caso da demência, sintomas semelhantes vão surgindo de forma gradual e são permanentes. As demências podem ser tratadas apenas para tentar trazer mas tranquilidade ao idoso e às pessoas que cuidam dele, mas não têm cura.

Existe, ainda, uma confusão entre delirium e delírio, que costuma ocorrer em pacientes com esquizofrenia. São episódios nos quais o paciente sofre uma distorção da realidade, mas que é causada pelo transtorno psiquiátrico.

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Causas do delirium

Apesar de não ser uma doença, os episódios de delirium podem, sim, estar atrelados a um transtorno mental ou mesmo a qualquer problema de saúde no idoso, como uma infecção urinária ou pneumonia. Só o fato da idade avançada já é um fator de risco, bem como ter os seguintes problemas de saúde:

  • Ter sofrido um AVC
  • Ter doenças crônicas
  • Problemas de visão e audição
  • Distúrbios metabólicos
  • Reação de certos medicamentos
  • Uso de sondas e cateteres
  • Insuficiência do fígado ou rins
  • Desidratação
  • Imobilidade

Idosos internados têm maior risco de ter delirium

Ficar internado no hospital é ruim para qualquer pessoa. Mas, para os idosos, é ainda pior. Eles são tirados do seu ambiente de conforto, passam a ficar deitados em uma cama com pessoas estranhas entrando e saído do quarto e mexendo em seu corpo. Perdem o contato com a natureza, o mundo externo e reduzem o contato com pessoas conhecidas.

A estadia em um hospital agride o cérebro da pessoa idosa e ela pode apresentar episódios de delirium por causa disso. Se estiver na UTI é ainda pior, pois o idoso mal pode se mexer. Sua rotina e sua liberdade são totalmente modificadas, às vezes sem usar seus óculos e aparelhos auditivos, fazendo-o perder a noção de tempo e espaço. O delirium acaba sendo um efeito colateral da internação.

Prevenção do delirium em pacientes internados

Para evitar que o idoso tenha episódios de delirium enquanto está no hospital é importante tomar algumas medidas para promover o bem-estar e a familiaridade nesse ambiente:

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  • Estimular as visitas frequentes de familiares e amigos;
  • Sempre os mesmos – e poucos médicos e enfermeiros que lidam com o paciente, para que ele possa reconhecê-los, conversar e se sentir mais seguro;
  • Deixar objetos pessoais por perto;
  • Colocar relógio e calendário no quarto para o idoso manter a noção do tempo;
  • Estimular movimentos do corpo;
  • Estimular o raciocínio, a memória e a criatividade;
  • Evitar uso de sondas e cateteres, quando possível;
  • Manter o idoso bem hidratado e alimentado;
  • Manter a temperatura do quarto agradável.

Tem tratamento?

Como o delirium não é a doença, mas pode surgir como um sintoma de alguma doença, existem formas de evitar que aconteça de novo, tratando a causa. Mas existem vários casos em que o idoso permanece com delirium por meses, ainda que esteja recebendo um tratamento.

Assim que o idoso apresentar o primeiro episódio de delirium, seus familiares devem levá-lo ao médico geriatra para explicar os sintomas e fazer uma avaliação geral da saúde do idoso. Não há um tratamento específico, vai depender de cada caso.

Manter a qualidade de vida do idoso, preservando os hábitos que ele sempre costumou ter, e mantê-lo em um ambiente familiar, são cuidados essenciais para não desencadear o delirium.

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Além disso, os familiares que convivem com o idoso devem estar por dentro de como ele pode se comportar em um episódio para saberem como agir, sem culpar o idoso por isso e tendo paciência para ajudá-lo a voltar a sua condição normal.

É recomendado que o idoso não fique sozinho, pois há casos em que ele pode colocar a própria vida em risco.

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