amigo imaginario é normal
Crédito: Freepik

Por que as crianças têm amigos imaginários? Quando se preocupar?

De modo geral, o amigo imaginário é normal. Mas os pais devem estar atentos a alguns pontos que podem ser sinais de alerta

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Muitas crianças têm amigos imaginários no período dos 3 aos 6 anos de idade. Essa é uma fase muito importante do desenvolvimento, quando a criança ainda está entendendo o mundo à sua volta, aprendendo a se relacionar e a expressar seus sentimentos.

Por isso, nessa fase da infância, é normal que as crianças criem amigos imaginários, que podem ser invisíveis ou serem materializados em algum brinquedo. Isso pode acontecer mesmo com crianças sociáveis, que têm vários amiguinhos ou irmãos.

Inventar um amigo imaginário é uma forma que a criança encontra para interagir, construir vínculos, conhecer a si mesma e externalizar o que ela aprende. Faz parte do aprendizado “treinar” com o amigo imaginário situações e informações que a criança aprendeu.

A criação desse amigo não acontece de forma consciente. Ele simplesmente surge, pois nessa fase dos 3 aos 6 anos, a criança vive uma transição entre o mundo real e a fantasia. Ela pode realmente estar vendo o amigo imaginário em sua mente.

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Esse amigo vai ter uma personalidade, pois a criança é capaz de criar um personagem com características próprias, de acordo com as informações que ela recebe no dia a dia, seja da televisão, na escolinha, dos livros, brincadeiras e pessoas que ela conhece.

Quando os pais devem se preocupar?

Então, de modo geral, o amigo imaginário não é prejudicial à criança. Mas, mesmo assim os pais devem estar atentos à forma com que a criança se relaciona com esse amigo. Os pais podem interagir nas brincadeiras da criança com o amigo imaginário para saber um pouco mais sobre como ele é e o que representa na vida da criança.

Antes de tudo, respeito pela criança

É importante que os pais reconheçam a existência desse amigo de forma equilibrada. Ou seja, não devem brigar com a criança, dizer que o amigo não existe e ignorar a presença dele nas brincadeiras.

É preciso respeitar, pois para a criança é algo real. Mas, ao mesmo tempo, os pais não devem incentivar que a criança fique isolada do mundo já que ela tem um amigo imaginário, como se ele pudesse substituir os amigos de carne e osso.

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Mesmo que os pais notarem que a relação da criança com seu amigo imaginário não está saudável, é importante manter esse respeito para que a criança não se sinta intimidada na hora de conversar com um psicólogo sobre o assunto, caso seja necessário.

Dificuldade em assumir os próprios erros

Algumas vezes, o amigo imaginário pode surgir como uma pessoa para quem a criança pode transferir a culpa de suas atitudes erradas. Os pais vão saber disso, quando a criança disser que tal coisa errada que ela fez foi porque o amigo imaginário mandou, ou dizer que foi ele quem fez.

Dificuldade de se relacionar e se comunicar

Quando a criança prefere ficar sozinha com seu amigo imaginário, ao invés de sair para brincar na rua, ir à escolinha ou festinhas com outras crianças, pode ser um sinal de que ela tem dificuldade em se relacionar e se comunicar.

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Amigo imaginário adulto

Quando os pais respeitam o amigo imaginário da criança, fica mais fácil saber como é esse amigo, e entender o que ele representa. Por exemplo, o normal é que a criança crie um amigo imaginário com a idade parecida com a dela, também criança.

Se esse amigo for um adulto, é preciso investigar melhor, perguntando o nome do amigo, sobre o que eles conversam e o que fazem juntos. Pode ser o resultado da ausência dos pais, de algum trauma, abuso ou morte de um ente querido, adulto.

Quando o amigo não desaparece naturalmente

Por volta dos 6 anos de idade, a criança começa ter maior amadurecimento cognitivo e segurança emocional. Com isso, ela vai percebendo mais claramente a diferença entre o real e o imaginário, e faz questão de mostrar sua esperteza nesse sentido.

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Então, é nessa fase que o amigo imaginário desaparece, de um dia para o outro. Às vezes a criança simplesmente deixa de falar nesse amigo, outras vezes ela cria uma situação que o fez ir embora.

Mas, se a criança chegar nessa idade e o amigo não desaparecer, pode ser um sinal de alerta. Os pais devem prestar atenção se a relação da criança com o amigo imaginário está ficando mais forte, ou seja, se ela conversa com ele em voz alta, diz com naturalidade que o está vendo e ouvindo, e deixa atividades de lado para estar com o amigo.

O que fazer?

Em todos os casos, quando os pais perceberem que a relação da criança com o amigo imaginário está ultrapassando a normalidade, é importante buscar ajuda de um psicólogo infantil.

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Os pais devem conversar com o psicólogo antes de levar a criança à consulta para explicarem o que está acontecendo e serem orientados sobre o que dizer para a criança quando for se consultar.

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