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Como está a Covid nos países que acabaram com as restrições?

Dizer que a pandemia acabou é um erro, e quem já está percebendo isso são os países que voltaram ao normal antes da hora

Crédito: Freepik

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A Covid ainda está infectando muitas pessoas pelo mundo. A pandemia não teminou, embora alguns governos tenham chegado ao ponto de dizer que sim. Ainda não é hora de trazer a pandemia para o status de epidemia, pois vemos o número de casos aumentando outra vez.

Já falamos aqui sobre o que significa o aumento de casos de Covid na Europa e Ásia que está acontecendo neste mês de março de 2022.

E precisamos relacionar esse aumento de casos com o fato de alguns países terem abandonado por completo as medidas restritivas, como o uso de máscaras em lugares fechados, testes e isolamento para infectados.

Será que, de fato, os países que abandonaram as medidas restritivas tiveram aumento de casos por conta dessa decisão?

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A variante da Ômicron é mais transmissível

Embora exista uma relação entre o aumento de casos de Covid e a ausência de medidas de proteção contra a doença, existe outro ponto que está influenciando: a variante da Ômicron.

O recente aumento de casos na Europa e na Ásia ocorreu no momento em que a BA.2, uma variante “prima-irmã” da ômicron (a BA.1) começa a se tornar dominante em muitos territórios.

Para ter ideia, a BA.2 apareceu em 68,6% das amostras que foram sequenciadas no Reino Unido entre os dias 27 de fevereiro e 6 de março. A ômicron “original” representou 31,1% dos casos no mesmo período.

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Estar vacinado ou já ter contraído Covid faz diferença

A boa notícia é que a BA.2 não parece estar relacionada a um quadro mais grave do que o observado até agora com a BA.1.

“As análises preliminares não encontraram evidências de um risco maior de hospitalização após a infecção com a BA.2, em comparação com a BA.1”, escreveu a Agência de Segurança em Saúde do Reino Unido num relatório publicado no dia 11 de março de 2022.

Vale lembrar que probabilidade de sofrer complicações da Covid também está relacionada à quantidade de vacinas que um indivíduo tomou ou às infecções prévias.

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Vacina francesa contra Covid promete mais eficácia contra casos graves

Países que liberaram cuidados estão com mais Covid?

Em alguns países, o uso de máscaras deixou de ser obrigatório em lugares abertos e fechados, não há mais políticas de testagem em massa, nem a recomendação de que pacientes infectados com o coronavírus fiquem em isolamento.

Desde o início de fevereiro, Reino Unido, França, Holanda, Dinamarca, Espanha, Áustria, Finlândia, Bélgica, Grécia e Suécia são exemplos de países que estão flexibilizando regras e buscando um “novo normal” para lidar com a pandemia.

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O resultado vimos na Alemanha, por exemplo, onde o número de casos diários passou de 67 mil no dia 6 de março para 237 mil até o dia 11 de março. O Ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, disse que, agora, “o país tem a maior incidência de coronavírus na Europa. Uma tendência de alta, várias mortes. As pessoas não vacinadas devem ser vacinadas com urgência”.

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No Reino Unido, a situação de liberação das restrições e aumento de casos já vinha de antes. Em poucos dias em dezembro, a média de casos novos de Covid-19 com a Ômicron saltou da casa de 50 mil por dia para mais de 200 mil. O número de hospitalizações e mortes também subiu, mas em proporção menor.

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O governo britânico implementou um “plano B” de combate à Ômicron, com a volta de medidas que já haviam sido relaxadas, como o uso obrigatório de máscaras. O Reino Unido intensificou sua campanha para incentivar as pessoas a receberem a terceira dose da vacina e se testarem com frequência. Testes de antígeno são distribuídos gratuitamente para a população.

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Uma combinação perigosa

Então, podemos concluir que os países que abandonaram as medidas restritivas em busca de um “novo normal”, mesmo ainda não sendo o momento para isso, tiveram um aumento de casos por dois fatores: a redução das medidas e o surgimento da variante com alta transmissibilidade.

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As opiniões dos cientistas, pesquisadores e médicos sobre manter as medidas de proteção mais restritivas ou afrouxá-las se dividem. Mas, o que todos concordam é que não se pode abandonar por completo os cuidados principais.

Ainda em fevereiro, vendo que alguns países estavam afrouxando ou até abandonando as medidas, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que, como a variante Ômicron é mais infecciosa, contamina mais pessoas e isso leva a um aumento no número de mortes. A entidade fez um apelo para os países continuarem realizando testes e sequenciamento do vírus.

A vacinação também continua sendo fundamental para que, aos poucos, as medidas sejam reduzidas até que seja seguro acabar com quase todas elas. Ainda assim, será importante que as pessoas tenham adotado o hábito da etiqueta social de higiene para sempre.

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Fonte: BBC Brasil

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