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Casal grávido espera coração da filha parar de bater para poder abortar

Eles não são maldosos e muito menos criminosos. Entenda o motivo desses pais

Foto: Arquivo Pessoal

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Tudo estava maravilhoso na vida do casal norte-americano Andrea Prudente e Jay Weeldreyer. Grávidos de 16 semanas, eles viajaram de férias para Malta, no sul da Europa. Mas, tudo mudou quando Andrea começou a sangrar. Apesar do coração da bebê ainda estar batendo, ela soube que sua gestação se tornou inviável.

Quando procuraram médicos para fazer exames e saber o que estava causando o sangramento, o casal soube que a placenta de Andrea estava parcialmente descolada, e sua gestação não seria levada adiante.

Porém, como o coração da bebê ainda estava batendo, a lei de Malta não permite interromper a gestação. Agora, a alegria da viagem acabou e só lhes resta esperar, torcendo que o coração da bebê pare antes que a mãe desenvolva uma infecção.

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Os pais aguardam o coração da filha parar de bater

Andrea e o marido estavam há uma semana (desde a metade de junho de 2022) confinados em um quarto de hospital.

“Estamos sentados aqui com o entendimento de que, se ela entrar em trabalho de parto, o hospital entrará em ação. Se o coração do bebê parar, eles vão ajudar. Fora isso, eles não vão fazer nada”, contou Jay Weeldreyer à BBC pelo telefone.

Com a hemorragia e a separação da placenta do útero, com a membrana totalmente rompida, e o cordão umbilical da bebê projetando do colo do útero da Andrea, ela corre um risco extraordinariamente alto de infecção, o que poderia ser evitado”, disse o marido, já muito cansado e preocupado.

“A bebê não pode viver, não há nada que possa ser feito para mudar isso. Nós a queríamos, ainda a queremos, nós a amamos, desejamos que ela pudesse sobreviver, mas ela não vai. E não só estamos na situação em que estamos perdendo uma filha que queríamos, como o hospital também está prolongando a exposição da Andrea ao risco”, acrescentou.

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A lei de Malta é severa para o aborto

Conforme reportagem da BBC, a ilha de Malta tem algumas das leis mais rígidas da Europa quando se trata de aborto: interromper uma gravidez é ilegal, inclusive quando o feto não tem chances de sobrevivência.

“A prática geral é que os médicos ou deixam o corpo expulsar o feto por conta própria, ou — se a paciente fica muito doente e desenvolve sepse — eles então intervêm para tentar salvar a vida da mãe”, explicou a advogada Lara Dimitrijevic, presidente da Women’s Rights Foundation em Malta, que vem tentando combater a lei há anos.

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A única esperança de Andrea e Jay era uma remoção médica de emergência para o Reino Unido — paga pelo seguro de viagem.

“Este procedimento poderia ter sido feito em duas horas, sem colocar Andrea em risco e nos permitindo viver o luto. Em vez disso, é esta coisa prolongada, em que você acaba com pensamentos realmente sombrios, pensando em como isso pode acabar?“, lamentou o marido.

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Fonte: BBC Brasil

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