A obesidade é considerada uma doença grave porque é cercada de malefícios. Ela atinge a saúde física e emocional em curto, médio e longo prazo. Muitas vezes, as consequências da obesidade são possíveis de conviver, mas não de combater.
Atualmente, com tanta informação disponível na internet, existem os dois lados da moeda. As pessoas que acreditam ser possível conviver com a obesidade, mantendo a saúde em dia, já que o ganho de peso pode ser um fator genético. E também há aqueles que se conscientizam sobre os malefícios que a obesidade está trazendo para a vida e decidem tomar uma providência.
Porém, não há dúvidas que, na maior parte dos casos, a obesidade vem acompanhada de muitos problemas de saúde. Colesterol alto, pressão alta, diabetes, dificuldade no funcionamento dos órgãos, disfunção hormonal, problemas locomotores e também psicológicos devido ao preconceito.
De acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que o Ministério da Saúde realizou em 2017, quase 1 em cada 5 pessoas (18,9%) é obesa e mais da metade da população das capitais brasileiras (54%) está com sobrepeso.
A boa notícia é o aumento da conscientização por uma vida melhor. A pesquisa também apontou que, de 2008 a 2017, o consumo regular de frutas e hortaliças cresceu 4,8%. De 2009 a 2017 a prática de atividade física no tempo livre aumentou 24,1%. De 2007 a 2017 o consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas caiu 52,8%.
Para essas pessoas que estão tomando uma atitude para ter sua boa saúde de volta, há menor risco de sofrer com as principais consequências da obesidade. Veja quais são, como tratar a doença e com atuar na sua prevenção.
10 Principais problemas de saúde que são consequências da obesidade
Enquanto a obesidade não está trazendo problemas de saúde que interferem na vida, poucas pessoas sentem a motivação necessária para combatê-la. Só que quanto mais deixam o tempo passar e a doença se instalar, mas difícil fica de voltar atrás. Veja o que pode acontecer.
1. Problemas respiratórios
Fisicamente, a principal característica da obesidade é o peso da gordura, que não só atrapalha a locomoção, mas também o funcionamento dos órgãos. Quando há excesso de gordura no peito, por exemplo, ela dificulta a entrada e saída de ar dos pulmões, causando dificuldade para respirar.
Uma das principais consequências da obesidade é a apneia do sono, pois a gordura exerce mais peso quando a pessoa está deitada, especialmente de barriga para cima.
2. Pressão alta
Os vasos sanguíneos da pessoa obesa também ficam prejudicados pela presença de gordura nas suas paredes internas e externas, dificultando a passagem do sangue. Essa interrupção no processo natural da corrente sanguínea faz o coração trabalhar com mais dificuldade, aumentando a pressão do sangue e podendo gerar insuficiência cardíaca.
3. Colesterol alto
A gordura que fica nas paredes dos vasos sanguíneos, mencionada anteriormente, forma o colesterol alto, que além da pressão alta, aumenta o risco de infarto e derrame, pois estão diretamente ligados à correta circulação do sangue, ou no caso, à sua deficiência.
4. Diabetes
A relação entre a obesidade e o diabetes é que com o consumo exagerado de calorias, a insulina liberada pelo organismo para quebrar os açúcares não dá conta do trabalho, e o açúcar fica parado, acumulando no sangue. Como resultado, o próprio corpo começa a ficar resistente ao trabalho da insulina e então acontece o diabetes. Essa é uma doença, a princípio, crônica, e que é o ponto de partida para diversos outros problemas de saúde.
5. Impotência sexual e infertilidade
O excesso de gordura no corpo desequilibra as funções dos hormônios que regulam todas as atividades, desde sentir fome até o funcionamento do sistema reprodutor da mulher, dificultando o processo de gravidez. Tudo fica desestruturado.
A impotência masculina acontece porque a circulação do sangue fica comprometida e impede que haja uma ereção normal.
6. Transtornos psicológicos
A pessoa que desenvolve a obesidade sofre duplamente com os problemas psicológicos e emocionais. Ela deixa de gostar da própria aparência e o desequilíbrio hormonal causado pelo excesso de gordura faz com que fique altamente sensível aos estímulos emocionais negativos que recebe.
Portanto, a depressão, a ansiedade e transtornos alimentares são as principais consequências da obesidade de ordem psicológica, seja em adultos ou em casos de obesidade infantil.
7. Problemas articulares
O excesso de peso compromete seriamente o funcionamento das articulações do corpo, causando dificuldade para andar, para ficar muito tempo na mesma posição e até para movimentar os membros.
Como resultado acontecem inflamações nas articulações, como artrite, gota, hérnia de disco, cifose e tantos outros problemas.
8. Problemas na lombar
O excesso de peso sobrecarrega os músculos da lombar. Isso pode gerar diversos problemas de ordem física, limitando uma grande variedade de atividades a serem realizadas. Além disso, essa sobrecarga na lombar gera dores agudas.
9. Lesões no joelho
O joelho é responsável por amenizar boa parte dos danos causados no corpo por desgastes mecânicos. Desse modo, a sobrecarga de peso força muito o joelho, podendo gerar lesões.
10. Problemas no fígado
Devido ao excesso de açúcar e outros industrializados, o fígado da pessoa com obesidade se torna sobrecarregado. Assim, isso pode gerar diversos problemas metabólicos.
Consequências da obesidade infantil
A obesidade infantil é um problema muito recorrente, em especial por causa dos maus hábitos alimentares que a família toda possui. A criança acaba sendo vítima dos seus responsáveis que não praticam uma rotina alimentar saudável. Existem sim casos especiais causada por problemas de saúde, mas em ambas situações, as consequências da obesidade podem ocorrer igualmente.
1. Maior dificuldade em voltar ao peso normal
Um dos grandes problemas que é uma das consequências da obesidade infantil é a dificuldade em voltar ao peso considerável saudável para a idade e a estrutura óssea da criança. Isso porque, quando mais obesa ela fica, mais alterações hormonais vão ocorrer no seu organismo, fazendo com que ela sinta mais descontrole pela comida.
2. Doenças cardiovasculares
Assim como os adultos obesos tendem a desenvolver pressão alta, diabetes, colesterol alto e doenças cardíacas, as crianças também podem ter os mesmos problemas. Só que considera-se pior, pois o organismo delas ainda está em formação e as doenças crônicas vão passar a fazer parte da vida, sem que elas possam saber o que é viver com a saúde 100% boa.
3. Disfunções hormonais
Existem diversas consequências das disfunções hormonais no organismo humano. No caso das crianças em fase de puberdade, o que ocorre é a regulação dos hormônios. Porém, se elas forem obesas, essa regulação, que deveria ser um processo normal, vai ser um problema e poderá durar muito mais tempo.
Sendo assim, a acne se prolonga e pode ser mais séria, as meninas podem ter a menarca precoce e sofrerem com ciclos desregulados, além de haver maior risco de surgirem problemas para dormir, afetar os estudos, a regulação da fome e do humor.
4. Problemas emocionais e psicológicos
Se na vida adulta, em que a pessoa obesa já tem uma noção mais realista e consciente de como a sociedade é cruel na questão do preconceito, já é difícil de lidar com as situações diárias, imagina na infância e adolescência.
Como consequências da obesidade, os jovens obesos que não possuem total apoio da família e suporte psicológico acabam tendo dificuldades de socializar, fazer amigos, preferem se isolar, desenvolvem uma imagem distorcida de si mesmos e distúrbios alimentares na busca de encontrar uma solução.
Também, por causa do excesso de gordura corporal, muitos acabam não conseguindo se exercitar, ficam apáticos, sempre cansados e essa vida com tantas dificuldades pode abrir a porta para doenças como depressão e transtornos alimentares.
Problemas da obesidade que são reversíveis
Desses problemas que são as principais consequências da obesidade, apenas a pressão alta e o diabetes não têm cura, apesar de terem controle. Então, a boa notícia é que, ao emagrecer da forma correta, para que o emagrecimento seja efetivo e não temporário, os demais problemas podem desaparecer, transformando a qualidade de vida da pessoa.
Principais erros ao tentar combater a obesidade
Quando a pessoa não está psicologicamente preparada para combater a obesidade, corre o risco de abandonar o tratamento várias vezes, tornando a doença ainda mais forte. Veja quais são os principais erros de quem deseja emagrecer, sem a devida responsabilidade.
1. Não seguir a dieta do nutricionista
Para ter um resultado efetivo, muitas vezes é melhor resistir a qualquer tentação, ou correrá o risco de não conseguir voltar à linha da dieta proposta pelo nutricionista. Sabendo dessa dificuldade, um grande erro é achar que comer uma besteira “só dessa vez” não vai ter problema. É preciso conhecer os seus limites para não dar chance ao erro.
2. Não se preocupar com as calorias ingeridas
Cada alimento e quantidade de uma refeição proposta na dieta de emagrecimento tem uma função importante no tratamento. O limite máximo de calorias por dia é a premissa de uma dieta de emagrecimento e precisa ser respeitado, combinando a fontes saudáveis de alimento.
3. Não praticar exercícios físicos
Apenas deixar de comer alimentos muito calóricos e sem valor nutricional não irá curar a obesidade. O corpo necessita estar em movimento e ser exercitado para funcionar corretamente. Não é só a aparência que está em jogo, mas sim o funcionamento de cada órgão. Fazer dieta e continuar sedentário não funciona.
4. Não buscar apoio psicológico
Justamente por ter consciência da dificuldade que é fazer uma grande mudança no estilo de vida, o aporte de um psicólogo, terapeuta ou psiquiatra é fundamental para manter o foco, a determinação, a motivação e alcançar o sucesso.
5. Voltar aos antigos hábitos quando percebe que emagreceu
Não vale a pena deixar de lado todo o esforço que fez para perder peso só pela tentação. Por isso que a reeducação alimentar e o acompanhamento psicológico são tão importantes. Eles vão ajudar a entender que é possível comer o que gosta, na quantidade equilibrada para não voltar ao peso anterior.
Como tratar a obesidade
Mesmo em casos de obesidade mórbida, quase sempre existe um tratamento eficaz, mas não quer dizer que seja fácil. Emagrecer, muito ou pouco, não é fácil. Entretanto, é possível. Para dar o primeiro passo, a primeira atitude da pessoa obesa, que não está conseguindo mudar seus hábitos de vida sozinha, deve ser procurar apoio psicológico.
Esse apoio profissional é essencial para clarear a mente, compreender como tudo começou, aceitar o que é passado e perceber que pode transformar para melhor o seu presente e o seu futuro. Quando a mente compreende o que precisa ser feito e por que precisa ser feito, o corpo vai conseguir reagir, pois esse trabalho é feito em conjunto.
O próximo passo é ter o suporte de um nutricionista e, dependendo da gravidade do caso e das consequências da obesidade, também de outros médicos especialistas, caso a pessoa já tenha desenvolvido doenças decorrentes da obesidade.
Com a ajuda de todos esses profissionais, a pessoa conseguirá enxergar o seu caminho do sucesso e começar a percorrê-lo com consciência, determinação e autoconfiança. Esse caminho vai ser pautado por uma mudança nos hábitos de vida. Será composto por uma reeducação alimentar, por atividades físicas regulares e uma série de outros novos hábitos com a finalidade de preencher a vida com momentos de bem-estar e fortalecimento emocional.
Como evitar a obesidade?
Quando a causa da obesidade é relacionada aos maus hábitos de vida, a forma de evitar é começando logo na infância. Educação alimentar também faz parte da educação de casa e da escola. É na infância que se conhecem os sabores, aromas e texturas dos alimentos, e assim os gostos que vão ficar na memória, positiva e negativamente, por longos anos.
Esse “treino” educativo pode começar em qualquer idade, caso não tenha ocorrido quando criança. Nunca é tarde para reprogramar o cérebro, desde que haja a consciência sobre a importância desses bons hábitos.
É importante perceber também que nem sempre a causa da obesidade é somente os hábitos alimentares. Muitas doenças podem desencadear o excesso de peso, por isso que manter os cuidados com a saúde, desde a infância, também é essencial. Isso inclui praticar atividades físicas regularmente, mesmo que em forma de brincadeiras, e visitar o médico periodicamente para prevenir problemas de saúde ou tratá-los antes que se tornem graves.
Reprograme a sua mente para ser saudável
A grande dificuldade em resistir à tentação de comer algo que teoricamente é proibido está em convencer a mente de que você não precisa daquilo. O desejo é imposto por você mesmo e pode ser removido da mesma forma. Veja essa dica profissional para reprogramar sua mente e deixar de sentir a tentação: