Normalmente, o ambiente de trabalho é como uma segunda casa, onde se passa oito horas do seu dia, às vezes menos, às vezes mais. Isso pode ser mais tempo do que você passa em sua casa, com sua família! A depender da estrutura e filosofia da empresa, pode-se ter que trabalhar com equipes, compartilhando tarefas e metas a serem alcançadas. Isso pode, naturalmente, causar conflitos no trabalho.
Então, como resolver conflitos no trabalho, quando eles aparecem? Veja essas dicas preciosas para começar a colocar em prática agora mesmo!
Como resolver conflitos no trabalho
Conflitos nem sempre são ruins em uma empresa, pois ajudam a repensar os processos e relacionamentos, levando ao crescimento e inovação. Porém, quando não são gerenciados adequadamente, os conflitos no trabalho podem levar à perda de energia, tempo, motivação e, é claro, dinheiro.
O segredo é ser simples e objetivo, focando no crescimento pessoal e do seu time, para resolver os conflitos no trabalho.
1. Não leve para o lado pessoal
Essa frase de ouro deve ser repetida sempre. Se o outro não teve a capacidade adequada de comunicação ou compreensão, ou não está tendo um bom dia, lembre-se: não é pessoal.
Se seu colega de equipe, independente do nível hierárquico, não aprovou uma inovação, um projeto ou até mesmo um simples relatório, não é pessoal. Ou estava aquém do esperado, a empresa pode não ter recursos para colocar em prática ou não foi comunicado devidamente. Faça ainda melhor, encontre alternativas e se supere a cada dia!
Muitas vezes as pessoas acabam caindo na armadilha do “isso é ataque pessoal” ou “só porque é comigo” gerando conflitos no trabalho desnecessários. Lembre-se de que uma empresa tem seus pilares e a tomada de decisão nem sempre é algo simples.
Dessa forma, se algo não está saindo de acordo com o que você espera, dialogue de forma prática, com fatos, sempre focando no que é melhor para a empresa. Você já sabe quais são os objetivos, valores, missão e visão da sua empresa, certo? Basei-se neles para argumentar de forma saudável!
2. Olhe para você
Você já parou para pensar se algum gesto, olhar, palavra ou ação sua já gerou algum desconforto em algum colega? Os conflitos no trabalho não surgem do nada, eles são o resultado de tensões anteriores, que acabam desencadeando em uma comunicação destrutiva.
Se policiar para evitar olhares tortos, “bom dia” sem graça, uma resposta mais ríspida e seca quando o momento pede algo mais elaborado sempre ajuda a manter o clima organizacional em alta.
Busque aprender mais sobre o desenvolvimento da inteligência emocional e se policie sempre, para agir da melhor forma possível com os colegas de trabalho, mesmo que pareçam não merecer.
3. Perceba o outro
Quantas vezes você já recebeu uma resposta mais seca e até ríspida, ou o tal do “bom dia” desanimado? Pois lembre-se que você não sabe o que está acontecendo na vida pessoal e até mesmo profissional do outro.
Ter empatia é uma forma de ver o mundo com uma ótica mais ampla, que vai além dos desejos pessoais. É tentar compreender o porquê de alguém estar agindo com estar agindo e ajudar a contornar essa barreira.
Quando for olhar para alguém da sua equipe de trabalho, olhe de verdade, com empatia, vendo o outro e não suas projeções e expectativas sobre ele.
4. Ouça
Em um estudo publicado na revista científica American Psychologist, realizado com 1.800 voluntários, se comprovou a importância do ouvir, pois “a voz pode ter muito do conteúdo necessário para perceber os estados internos dos outros com precisão”, concluem os pesquisadores.
Ouvir de verdade, compreendendo o que está sendo dito com uma ótica mais empática, é fundamental para se evitar conflitos, já que as chances de mal entendidos é reduzida.
Procure ouvir as críticas construtivas, sugestões e ideias dos colegas de trabalho com a mente aberta, sempre se questionando se é a melhor opção para o negócio. Isso, além de evitar conflitos na equipe, ajuda a fortalecer a organização.
5. Tenha uma comunicação adequada
A forma de comunicação dentro da empresa não pode ser a mesma que você tem com seus familiares, amigos e afins. Deve ser mais trabalhada, buscando passar claramente a ideia, sem deixar brechas para outras interpretações.
Trabalhe a comunicação assertiva, sempre com gentileza e cuidado com o outro, lembrando de praticar a escuta atenta e olhar empático, ao se expressar. Uma comunicação eficiente é uma das ferramentas mais importantes dentro de uma empresa, evitando retrabalho, ineficiência e, é claro, conflitos.
6. Invista na interação
Conheça seus colegas, não somente suas habilidades e capacidade para a realização das tarefas da organização, mas também seu lado mais pessoal.
Conversem sobre as famílias, hobbies e outros interesses, criando assim um maior vínculo, sempre com discernimento para não avançar na intimidade alheia, com profissionalismo.
Quem sabe aquela pessoa que parecia metida não era somente tímida e o brincalhão demais não estava tentando encobrir alguma lacuna na vida dele? Isso ajuda a praticar a empatia.
7. Elogie em público, corrija a sós
Seja no papel de liderança ou liderado, sempre há uma oportunidade de elogiar o bom trabalho realizado. O elogio é fundamental para que o outro ser humano se sinta recompensado e feliz pelo resultado do seu esforço. Não é maravilhoso poder fazer isso somente com palavras?
As palavras são poderosas e, como tal, devem ser utilizadas com sabedoria. Se há algo que precisa ser melhorado, então deve ser dito, mas da forma correta. Criticar e enfatizar o que não presta cria não somente conflitos no trabalho, mas resistência à mudança.
Se algo precisa ser corrigido, o faça em particular, com assertividade e cuidado, não deixando margem para mal entendidos. Cuide para deixar claro que está disponível para ajudar, se necessário, e que confia na capacidade do parceiro em realizar as mudanças necessárias.
8. Tenha proatividade
Não espere que todos os seus passos sejam ditados por normas, regras, tarefas impostas e afins. Se você vê que tem algo que pode melhorar ou que precisa ser feito e você tem a habilidade e capacidade para tal, faça!
Claro que sem passar por cima de ninguém, respeitando o espaço do outro e sempre oferecendo apoio de forma sincera e inteligente. Lembre que está lidando com pessoas, seres humanos, com sentimentos e histórias diversas.
Vista a camisa da empresa, faça o melhor que puder, sempre de forma proativa e cuidadosa, evitando assim conflitos por causa de mal entendidos.
9. Fique longe da rádio-corredor
A famosa rádio-corredor, também popularmente conhecida como fofoca, nunca é uma boa, por diversos motivos.
Primeiro: 99% do que está sendo dito passou pelo filtro pessoal de uma ou mais pessoas, podendo não corresponder necessariamente à verdade. Segundo que, se você está no meio da radio-corredor, será considerado como parte integrante deste, o que não é legal para sua imagem e crescimento pessoal.
Agora o mais importante: grande parte dos conflitos interpessoais nascem de fofocas, conversas distorcidas e entonações inapropriadas. Quer manter a tranquilidade no trabalho, fique longe de conversas tortas.
10. Encontre soluções
Se algum indício de conflito começar a surgir, tente focar nas soluções para o problema em si. Há grandes chances de se focar no culpado pelo problema e não na solução de fato.
Para evitar o festival de acusações e desculpas, que sempre desgastam o clima organizacional, foque na procura de soluções. Pode ser realizado um brainstorming, bem como outras ferramentas de busca de soluções criativas dentro da própria equipe ou até contratar uma consultoria especializada, para resolver o problema pela raiz.
Causas mais comuns de conflitos no trabalho
Existem alguns motivos mais comuns para que o conflito se desenvolva no ambiente de trabalho, como os interesses pessoais, sentimentos negativos, busca pelo poder, mudanças e assédio moral.
1. Interesses pessoais
Às vezes os objetivos pessoais acabam se impondo ao da empresa, gerando assim os mais diversos tipos de conflito.
O ideal é que se foque no que é melhor para a empresa e depois para cada um, pois uma equipe de trabalho é diversificada e, o que é bom para um, não necessariamente é bom para outro. Dessa forma, o ideal é focar no que é bom para todos, ou seja, para o crescimento da empresa.
2. Medo, frustração e ansiedade
Sentimentos negativos, como o medo de tentar, medo de errar e ser criticado, o medo da mudança, assim como a frustração quando algo não acontece como o previsto e a ansiedade na expectativa de que algo vai ou pode acontecer são fatores causadores de conflitos.
Eles deixam as pessoas desmotivadas, sem iniciativa, rancorosas, irritadas e nada fáceis de lidar. Dessa forma, o olhar empático sobre o outro pode ajudar a reduzir as chances de conflito.
3. Disputas de poder
As lutas pelo poder, se não forem de uma forma competitiva do modo saudável, podem, sim, gerar conflitos severos dentro da empresa.
Boicotes, retenção de informações, atraso nas entregas, fofocas e afins são consequências de disputas de poder, seja em grande ou pequena escala. Sim, porque existem os pequenos poderes, como quem vai ficar com a melhor localização da sala, melhor equipamento, melhor equipe e assim por diante.
4. Alterações na estrutura organizacional
Mudanças na estrutura da empresa, seja nas funções que cada um vai exercer, seja na escala hierárquica ou outras similares, podem gerar conflitos por causa de fatores como adequação, poder, atribuições, ciúmes e muitos outros, devendo ser realizado sempre com cautela e clara comunicação.
5. Assédio moral
Esse é um ponto delicado, mas que deve ser cada vez mais discutido, pois muitas pessoas sofrem ou já sofreram assédio moral em empresas, sem saber nem do que se tratava.
O assédio moral cria um clima organizacional insustentável, além de, obviamente, machucar aqueles que sofrem e também os que têm medo de confrontar ou denunciar por estarem em uma situação de insegurança e dependência do trabalho.
Pela lei brasileira, conforme cita o Ministério do Trabalho, qualquer ato relacionado a “acusações, boatos, humilhação, exclusão social, imposição de situações constrangedoras, indiretas e até insultos (…) repetidos no ambiente de trabalho caracterizam o assédio moral e podem ser denunciados pela vítima à justiça”.
Então, se é esse o motivo dos conflitos, você deve, sim, denunciar ou encorajar e apoiar o colega que sofre o assédio.