Como os pesadelos nos protegem
Crédito: Freepik

Como os pesadelos nos protegem no dia a dia? Surpreenda-se!

Se você tem pesadelos de vez em quando, saiba que seu cérebro pode estar treinando você para os traumas do cotidiano

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Ter pesadelos é normal, ainda que seja bem desagradável na maior parte das vezes. Acordar de um pesadelo pode ser um grande alívio ou pode trazer uma confusão e necessidade de reflexão. Então, será que existe algo positivo nos sonhos ruins? Como os pesadelos nos protegem no dia a dia? É isso que vamos descobrir agora.

Os pesadelos e a pandemia

Para começar, vale ressaltar que toda a situação de tensão e estresse gerada por essa longa pandemia é capaz de fazer as pessoas terem mais pesadelos. Para dar um exemplo, dos 114 médicos e 414 enfermeiros da cidade chinesa de Wuhan que participaram de um estudo publicado em janeiro de 2021, mais de um quarto afirmou ter pesadelos frequentes.

Segundo Rachelle Ho, estudante de doutorado na Universidade McMaster, no Canadá, em entrevista para a BBC, o aumento dos pesadelos não foi nenhuma surpresa. O que aconteceu com as pessoas que tiveram de estar (e ainda estão) na linha de frente da pandemia foi estresse crônico.

Aliás, principalmente durante o lockdown, foram relatados muitos outros casos de pesadelos frequentes em jovens, mulheres e pessoas que sofrem com ansiedade e depressão. O motivo é o mesmo: estresse crônico.

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Como os pesadelos nos protegem no dia a dia?

Os pesadelos, por mais desagradáveis e até assustadores que sejam, podem nos ajudar a processar as emoções do dia anterior. Muitos psicólogos ainda estudam a formação e a função dos sonhos e pesadelos na mente humana para que esse entendimento ajude a tratar pacientes, diagnosticar distúrbios psicológicos e até manter o equilíbrio emocional de quem é mentalmente saudável.

O que acontece é que, enquanto dormimos, organizamos e arquivamos nossas memórias do dia anterior. Além disso, o cérebro pode trazer memórias mais antigas à tona para uma reorganização. É aí que surgem sonhos bem malucos e impactantes.

Porém, os especialistas enxergam o lado positivo dos pesadelos no sentido de que eles podem fortalecer as memórias emocionais, armazenando-as com segurança, e também ajuda a atenuar nossas reações emocionais subsequentes a esses eventos.

Por exemplo, você vê um acidente grave na rua, naquela noite sonha algo ruim relacionado a um acidente e isso é capaz de controlar melhor suas emoções na próxima vez que você vir um acidente grave na rua.

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É como se o seu cérebro ficasse mais “preparado” para os traumas a cada pesadelo. Depois de um sonho ruim, a área do cérebro que nos prepara para o medo é mais eficiente, como se o sonho nos capacitasse para essa situação. Essa é a forma como os pesadelos nos protegem.

Tem como evitar os pesadelos?

Mesmo havendo um ponto positivo nos pesadelos, com a função de blindar você contra certos traumas, melhor mesmo é não ter os pesadelos. Muitas pessoas chegam a evitar dormir só para não terem sonhos horríveis, e isso não é saudável.

Se você está com pesadelos frequentes, e isso está trazendo angústia, medo, ansiedade e outros sentimentos ruins para sua rotina, procure um psicólogo ou psiquiatra. Uma das formas de tratar os pesadelos é com a terapia de exposição, relaxamento e reelaboração (ERRT, na sigla em inglês).

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Como explica Joanne Davis, psicóloga clínica da Universidade de Tulsa, nos EUA, na ERRT, o paciente escreve seu pesadelo exatamente como se lembra (exposição) ou escreve seu pesadelo com um novo final (reelaboração).

Com a reelaboração, o paciente não necessariamente começa a incorporar o novo final ao seu sonho. Em vez disso, o que tende a acontecer é que ele simplesmente não tem mais o pesadelo ou ainda tem, mas não é mais tão poderoso ou confuso. Depois, diminui de frequência e vai embora.

É quase como se trabalhar o problema durante o dia resolvesse a necessidade de revivê-lo continuamente à noite.

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Claro, a necessidade e a eficácia desse tratamento vai depender do caso de cada paciente, que deve ser avaliado de forma individual. Então, somente seu médico poderá dizer se a ERRT é uma boa opção no seu caso, e quais outros tratamentos podem ser considerados.

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