Em uma sociedade capitalista, criar filhos que não sejam consumistas é o grande desafio. A indústria de brinquedos, tecnologia e a própria mídia instigam o desejo de consumo a todo instante, por todos os lados.
Então, os pais precisam aplicar estratégias de educação que ensinem seus filhos a entenderem as diferenças entre desejo e necessidade; entre querer e precisar. Estratégias que os ajudem a lidar com a tentação por coisas sem valor e a valorizar uma verdadeira conquista.
1. Ensinar sobre o valor do dinheiro
Apesar dos valores éticos e morais serem essenciais para ensinar às crianças sobre o verdadeiro valor das coisas, ensiná-las a lidar com dinheiro é crucial. Justamente por necessitarem do dinheiro ao longo da vida, elas precisam entender, desde cedo, que é preciso ter educação financeira para que o dinheiro nunca lhes falte.
Então, uma boa dica pra crianças que já estão na idade de ganhar uma mesada (ou uma pequena quantia por semana), é orientá-las sobre as opções de usar o dinheiro e suas consequências (gastar tudo agora, gastar em partes, guardar para investir), mas deixando que tomem as próprias decisões.
Sim, a ideia é justamente deixá-las cometer erros no começo, depois mostrar que existem privações quando você gasta seu dinheiro sem reflexão e planejamento futuro. É errando que se aprende. Na próxima mesada, a criança vai pensar melhor em como usar o que recebeu.
2. Mesada em troca de serviços
Outra forma importante de ensinar aos filhos sobre o valor do dinheiro é com trabalho. Claro que não um trabalho de verdade, exigindo horas trabalhadas e tarefas exaustivas. Mas combinar com seu filho quanto vai ganhar para fazer determinadas tarefas extras da casa.
Aqui vale um cuidado importante: você não deve pagar para seu filho fazer as tarefas básicas da casa, como arrumar o quarto, lavar a louça, levar o lixo para fora. Essas são tarefas que ele deve fazer apenas pelo bem-estar de todos, não para receber dinheiro em troca.
As tarefas pagas devem ser extras, do tipo que não se faz todo dia, como recolher e ensacar a grama depois que você cortá-la, ajudar a pintar o muro da casa, a lavar o carro, a fazer algum conserto que seja seguro ele estar junto e aprender.
O dinheiro que se ganha com esforço tem muito mais valor e, por isso, é gasto com muito mais cuidado, em coisas que se considera serem mais importantes.
3. Envolvimento na economia doméstica
A partir dos 7 anos de idade, a criança vai para a escola, começa a aprender sobre matemática e a ser alfabetizada. Essa é uma boa fase para deixá-la ficar por dentro, até um certo nível, da economia doméstica. Quando a criança se sente parte integrante do grupo familiar, contribuindo com as decisões do lar, ela desenvolve consciência sobre o valor das coisas e de suas escolhas.
Ao invés de deixar seu filho em casa quando for ao supermercado, deixe-o participar do processo de compra. Peça para que ele escreva a lista de compras (você diz o que falta e ele escreve na lista). No mercado, peça que ele busque os itens nas prateleiras e ajude-o a analisar o melhor custo-benefício de cada produto.
Quando chegarem em casa, peça-o para ajudar a guardar as compras no lugar certo. Faça tudo isso de forma leve e participativa, sem deixar que ele faça tudo sozinho, pois deve ser um processo divertido de aprendizado e troca de ideias.
4. Presentes não são provas de amor
Outro ensinamento importante para evitar o consumismo é mostrar aos filhos que ninguém precisa dar ou ganhar presentes para provar seu amor. Claro, presentear é uma das formas de amar, mas não a única e nem a mais importante.
Uma das maneiras de botar esse ensinamento em prática é não encher seu filho de presentes no dia do aniversário dele, pois ele deve aprender que o mais importante nesse dia é estar com as pessoas queridas, relembrar bons momentos da vida e agradecer por mais um ano.
Os presentes não precisam ser dados só nas datas especiais, mas sim, quando você encontra alguma coisa que o faz lembrar de uma pessoa querida e pode pagar para dar um mimo a ela, sem que seja uma data especial. Esses são presentes realmente valiosos, e não aqueles que você compra por obrigação só por ser uma data comemorativa.
Insira na sua rotina familiar todas essas formas de como não criar filhos consumistas e verá o resultado em pouco tempo. As crianças vivem mais tranquilas e felizes quando não desenvolvem a dependência pelo dinheiro e por objetos com forte apelo visual. E, claro, seja um bom exemplo, aplicando essas dicas na sua vida pessoal também.