O transtorno bipolar é caracterizado por episódios de humor que duram períodos consideráveis, como dias ou meses. O humor pode variar de um estado deprimido até um estado eufórico, leve ou extremo.
É um transtorno mental grave que só pode ser diagnosticado por um psicólogo ou médico psiquiatra. Acomete homens e mulheres, geralmente no final da adolescência ou no começo da fase adulta.
Identificar a bipolaridade não é tão simples quanto pode parecer. Todas as pessoas passam por períodos de mudanças de humor, e não significa que sejam bipolares.
Então, veja como observar o comportamento de uma pessoa para saber se ela pode ser bipolar e, por isso, precisa de acompanhamento médico por toda a vida.
Como identificar a bipolaridade?
Não é apenas o humor de uma pessoa bipolar que se altera em cada fase da vida. São episódios de humor em que o pensamento, as emoções e o comportamento da pessoa se alteram visivelmente, afetando seu cotidiano.
Pode ocorrer um episódio de intensa mudança ou apenas alguns sintomas, menos reconhecíveis. Por isso que não se pode julgar uma pessoa como bipolar sem que se tenha o diagnóstico de um profissional.
Seguindo a Cartilha da Abrata (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos), confira como são os episódios bipolares, divididos em mania, hipomania, depressivo e misto:
Episódio de mania
Quando uma pessoa bipolar entra em um episódio de mania ela fica extremamente feliz, irritada ou exaltada. Essa fase dura pelo menos uma semana, desestabilizando a vida pessoal, social e profissional, às vezes necessitando de hospitalização. A pessoa nesse episódio apresenta pelo menos 3 desses sintomas:
- Aumento de atividades dirigidas por objetivos (trabalho, vida social ou sexual) ou desassossego e agitação;
- Excesso de confiança e sentimento de muita importância sobre si própria;
- Falar mais que o habitual;
- Fazer várias atividades estimulantes, mas com elevado risco de consequências negativas (excesso de compras, de apostas ou desinibição sexual);
- Fuga de ideias;
- Pouca necessidade de dormir ou dormir muito menos que o habitual;
- Se distrai facilmente;
- Podem ocorrer alucinações, delírios, pensamentos confusos e desorganizados.
Episódio hipomaníaco
Nesse episódio o paciente terá sintomas semelhantes aos da mania, só que mais leves e sem atrapalhar tanto sua vida pessoal, social e profissional.
Não chegam a surgir os sintomas psicóticos de alucinações e delírios, não precisa de hospitalização, mas as outras pessoas ao redor notam a mudança de comportamento que dura, pelo menos, há 4 dias.
Episódio depressivo
Quando o paciente apresenta os sintomas há pelo menos 2 semanas, pode-se considerar um episódio depressivo. Esses sintomas são os de depressão, como profunda tristeza, sensação de vazio, perda de interesse em atividades que costuma gostar, perda de prazer na maior parte do tempo, e mais os seguintes sintomas:
- Alterações perceptíveis de apetite e de peso;
- Dificuldade de concentração, de pensamento ou de tomada de decisões;
- Estar perceptivelmente mais lento ou muito mais agitado e incapaz de se acalmar;
- Falta de energia ou cansaço;
- Pensamentos recorrentes de suicídio ou morte;
- Problemas de sono (dormir demais ou insônia);
- Sentimentos de inutilidade e de excesso de culpa;
- Podem surgir episódios psicóticos, como no estado de mania.
Episódio misto
No episódio misto, o paciente tem sintomas de mania e depressivos simultaneamente, durante pelo menos uma semana. A vida pessoal, social e profissional fica bem desestabilizada, pois as alterações de humor podem ser rápidas, passando de um estado eufórico para profunda tristeza em minutos. O paciente pode precisar ser hospitalizado por isso.
Quando ir ao médico?
O transtorno bipolar afeta a vida do paciente, mesmo quando é um episódio de hipomania, em que os sintomas não são tão intensos.
Logo ao notar essas mudanças de comportamento perceptíveis, que duram por alguns dias, é importante se consultar com um psicólogo ou psiquiatra para fazer uma avaliação criteriosa.
Nem sempre o próprio paciente vai perceber que está se comportando de forma tão diferente. Então, é importante que os amigos e familiares saibam que há algo errado, expliquem o que pode ser e incentivem a consulta ao médico.