Conviver com uma pessoa que tem depressão traz alguns desafios, e a própria pessoa sabe disso. Mas, como se trata de uma doença que afeta as estruturas cerebrais, não tem como, simplesmente, ignorar os sintomas.
Acontece que a doença não prejudica apenas a pessoa diagnosticada. Se deixar, a depressão vai “abraçando” todos que convivem na mesma casa, principalmente quando o relacionamento é bem próximo. Com isso, podem surgir vários conflitos e acabar afastando o casal.
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O que é a depressão?
Para falar sobre os efeitos negativos da depressão no relacionamento, primeiro precisamos saber o que é essa doença.
De acordo com o Ministério da Saúde, “a depressão é um problema médico grave e altamente prevalente na população em geral”. Ela atinge cerca de 15,5% da população brasileira, sendo a quarta doença que mais traz prejuízos, dos mais diversos tipos.
Trata-se de um estado mental gerado por três fatores: a genética, bioquímica cerebral e os eventos vitais. Quando o pai ou mãe possui depressão, há 40% de chances de que os filhos também desenvolvam.
De acordo com o Ministério, “nos pacientes com depressão, há evidências de deficiência de substâncias cerebrais, chamadas neurotransmissores. São eles noradrenalina, serotonina e dopamina, que estão envolvidos na regulação da atividade motora, do apetite, do sono e do humor”.
Sintomas de depressão
Vamos, agora, elencar os principais sintomas da depressão para identificar de que forma eles podem causar problemas no relacionamento.
- Cansaço e indisposição o tempo todo
- Dores pelo corpo
- Falta de concentração
- Sensação de incapacidade em tomar decisões
- Mudanças no sono e no apetite
- Redução da autoestima e sentimento de culpa
- Sensação contínua de tristeza
Como evitar que a depressão afete o relacionamento do casal?
Se a pessoa ainda não foi diagnosticada por um psiquiatra, o primeiro passo é se consultar com esse profissional. Nem sempre a depressão pode ser controlada sem medicamentos, então, aqui está a primeira dica.
Quando a pessoa precisa de medicação e faz o tratamento conforme recomendação do médico, os sintomas ficam mais brandos e, por consequência, fica mais fácil de lidar e conviver.
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Oferecer e receber suporte
Aqui está uma questão que muita gente não sabe: a pessoa que namora ou é casada com um paciente depressivo também pode obter conselhos de um psicólogo ou psiquiatra para lidar melhor com a doença do parceiro ou parceira.
Quando você entende com o que está lidando, especificamente com o caso da pessoa que vive com você, a sua empatia fica mais ativa, você passa a olhar para a pessoa de forma mais compreensiva.
Assim, você consegue oferecer o suporte que a pessoa precisa nos momentos mais difíceis. Às vezes, o apoio consiste apenas em não ficar brigando, insistindo em coisas que a pessoa não se sente capaz de fazer. Respeitar o espaço dela e ajudá-la a se sentir melhor com pequenos mimos no dia a dia.
Conversar para compreender e melhorar
A vida de uma pessoa com depressão pode ser uma montanha-russa. Tem dias que ela não quer falar nada, mas tem dias em que ela precisa conversar, entender o que se passa. Nesses dias esteja ali, ao lado, com disposição para ouvir. Ouça com atenção, sem interromper.
É fundamental que vocês conversem abertamente sobre a depressão, os sintomas e até sobre os conflitos que estiverem acontecendo. É assim que eles podem ser evitados da próxima vez, adotando estratégias diferentes do que estavam fazendo na hora da briga e que não estavam dando certo.
Não julgar mal
Quando a depressão é grave, e junto a isso, existem outros conflitos entre o casal, os julgamentos surgem com força total. Um acusa o outro de não estar ajudando ou se esforçando. Mas, os julgamentos e acusações apenas pioram.
Tenha em mente que seu parceiro ou parceira não está “de frescura” nem se aproveitando de você. É para entender isso que as consultas de apoio ao psicólogo são bem importantes para a pessoa que convive com o paciente.
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