O bullying existe há centenas de anos, mas não era chamado assim antes. Isso não significa que as pessoas de antigamente não sofriam com as consequências desse tipo de violência e abuso.
Hoje em dia o tema ganhou nome, existem tipos de bullying e se fala mais abertamente sobre como identificar e evitar que aconteça. Dessa vez, vamos abordar outro ponto bem importante que é a denúncia de casos de bullying.
Como denunciar casos de bullying?
Quem mais sofre com o bullying são as crianças e adolescentes, na fase escolar. Muitos pais, quando ouvem alguma reclamação dos filhos sobre colegas maldosos, logo pensam em acertar as contas, dando o troco ou uma bronca pessoalmente no agressor.
Tudo bem, às vezes até pode funcionar, mas não é o recomendado. Conversar com as autoridades, seja da escola ou mesmo da polícia, é o melhor a fazer, inclusive para dar o exemplo ao seu filho de como gerenciar esses conflitos.
Se o bullying estiver acontecendo no âmbito escolar, os pais devem ir à escola conversar com professores e com a direção sobre o problema. O que acontece dentro da escola deve ser solucionado por eles.
Antes de ir à escola, os pais devem escrever uma carta explicando o que está acontecendo e solicitando a intervenção da escola, como prova de que tomaram essa atitude.
Muitas escolas já têm um plano de contingência para isso, pois são obrigadas, por lei, a se responsabilizarem pela proteção dos alunos. Inclusive, Já existem sentenças que obrigam a escola e os agressores a indenizarem as crianças que sofreram bullying e não foram protegidas.
Se nada for feito e a situação continuar, os pais devem recorrer aos órgãos regionais de educação que possuem protocolos específicos para intervir nesses casos.
Em último caso, se nem os órgãos regionais resolverem, é preciso ir à justiça, principalmente quando o bullying é violento, com ataques físicos e ameaças, colocando em risco a integridade da vítima.
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Os pais podem entrar com processo criminal. Dependendo do tipo de comportamento do agressor, é possível que ele seja até mesmo sentenciado à internação em uma instituição juvenil ou, se for adulto, poderá ser preso e ter que pagar indenização.
Para todos os casos é importante ter provas, que podem ser:
- Cópias de todas as comunicações escritas e atas de reuniões com as autoridades escolares;
- Cópias de e-mails, capturas de tela de postagens de mídia social, caso tenham sido feitas;
- Laudo psicológico sobre o grau de envolvimento da criança e do tratamento que ela está seguindo, caso esteja;
- Depoimento de colegas e professores que confirmam a existência de uma situação de assédio.
Menino de 12 anos dá palestras e ajuda outras crianças que sofreram com bullying
Como identificar que uma pessoa está sofrendo assédio?
A maioria das crianças e dos jovens costuma apresentar características semelhantes quando estão sofrendo algum tipo de bullying. Essas características são:
- Baixa autoestima, denegrindo a própria imagem constantemente;
- Dificuldade em se relacionar com outras pessoas;
- Falta de apetite;
- Forte insatisfação com sua aparência;
- Invenção de doenças e dores para não precisar sair de casa;
- Irritabilidade ou tristeza mais aparentes do que antes;
- Mudanças repentinas de humor que não ocorriam antes;
- Perda de material escolar com certa frequência;
- Recusa em ir para a escola/trabalho/atividades extracurriculares.
Esses sinais podem surgir em conjunto ou de forma isolada. Os pais e responsáveis precisam estar presentes na vida dos filhos para serem capazes de detectar essas mudanças comportamentais.
Se acharem preocupante e não souberem como lidar com a situação, uma boa solução é conversar com um profissional, como psicólogo ou terapeuta.
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