Existem diferentes transtornos alimentares que necessitam de reconhecimento e atenção para serem tratados. A quantidade de pessoas que sofre com eles é muito grande, mas boa parte delas demora para buscar ajuda, acreditando que é culpada por não conseguir se controlar.
Entre os transtornos mais conhecidos estão anorexia, bulimia, compulsão e ortorexia (este último é quando a pessoa não se permite comer nada que não seja absolutamente saudável). Neste artigo vamos abordar exclusivamente a compulsão alimentar:
O que é compulsão alimentar?
A compulsão alimentar é considerada uma perturbação mental que faz a pessoa comer de forma exagerada ao menos 2 vezes por semana por um período superior a 6 meses.
Esse exagero na alimentação acontece mesmo quando a pessoa não está com fome ou seu corpo não está com necessidade de se alimentar. A pessoa diagnosticada com compulsão alimentar não consegue controlar a quantidade de comida que ingere e não necessariamente seleciona os tipos de alimentos.
O paciente com transtorno alimentar também não sente necessidade de vomitar o que comeu, neste caso, o diagnóstico seria de bulimia.
Estas são as características do transtorno relatadas no Manual Diagnóstico e Estatístico das Perturbações Mentais, mas é importante salientar que caso você suspeite dos sintomas, ainda assim é recomendado procurar um especialista para avaliar diversos fatores relacionados com o problema antes de concluir que o caso é mesmo de compulsão alimentar.
Essa recomendação se dá porque muitas pessoas passam por períodos de ansiedade ou depressão que são o gatilho do que parece uma compulsão alimentar, mas como a base do problema é outra, o tratamento não pode ser equivocado ou não irá trazer a cura.
Sinais de compulsão alimentar
Além dos sintomas já mencionados, veja o que mais pode ser um alerta para um caso de compulsão alimentar:
- Grande insatisfação com a aparência e o peso;
- Culpa após ingerir uma grande quantidade de alimento;
- Vontade descontrolada de comer em situações de descontrole emocional;
- Forte apego por comida, como a sensação de estar mais seguro com os armários e a geladeira cheios de alimento;
- Comer com pressa, como se precisasse acabar logo para comer mais;
- Esconder comida e/ou se esconder para comer;
- Ingestão de grande quantidade de alimento de uma só vez, mesmo sem estar com fome, duas vezes ou mais por semana.
O que pode desencadear a compulsão alimentar?
Ainda não existe um diagnóstico 100% preciso sobre as causas da compulsão alimentar, mas o que os estudos realizados até agora concluíram é que fatores genéticos de ansiedade e depressão na família estão relacionados.
Além disso, o desenvolvimento do modelo mental de um indivíduo desde a sua infância também pode contribuir, como:
- Os hábitos alimentares da família;
- Problemas com obesidade infanto-juvenil;
- Problemas de relacionamento com família, amigos e outros grupos sociais;
- Além de outros problemas que afetam o psicológico e servem como gatilho para a compulsão.
Como tratar a compulsão alimentar?
Em primeiro lugar é importante que a pessoa que acredita ter compulsão alimentar aceite este fato e busque ajuda de um psicólogo para expor a situação. Dar o primeiro passo é fundamental para a cura e não há por que ter vergonha disso. Tomar uma atitude para mudar é um ato de coragem.
Depois que o problema for diagnosticado o paciente passará por um acompanhamento multidisciplinar com diferentes profissionais que irão auxiliar na reeducação alimentar e tratamento psicológico para curar a raiz do problema.
Não é transtorno: eu poderia controlar!
Se você não se encaixa nos sintomas de compulsão alimentar, apenas sente grande vontade de comer fora de hora quando está ansioso, mas também não é diagnosticado com ansiedade, pode ser que você consiga driblar esse desejo por comida mudando alguns hábitos na sua vida. Confira as dicas no vídeo abaixo: