Novos tempos, novos costumes. Inclusive no que se refere à guerra. Se na II Guerra Mundial os conflitos ficaram marcados pelo lançamento de bombas atômicas, nos dias atuais o confronto ganha contornos tecnológicos, com os ataques feitos às redes de internet dos países. Entenda o conceito de Ciberguerra, que chama a atenção pela ofensiva cibernética da Rússia contra a Ucrânia.
O que é Ciberguerra?
As novas possibilidades tecnológicas permitem que ataques sejam feitos a milhares de quilômetros de distância, de forma invisível e silenciosa. Usando a Internet, países inimigos dispõem de hackers treinados para atingir sistemas de computadores governamentais, acessar informações ultrassecretas, danificar redes elétricas e parar o mercado financeiro de nações rivais – ações com resultados potenciais tão (ou mais) devastadores quanto qualquer tiro ou bomba.
A nova ferramenta do arsenal de guerra é supervisionada por agências de espionagem, que instruem os hackers a realizar ataques à infraestrutura de países rivais e comprometer o sistema digital inimigo. Hoje, esses ataques representam uma ameaça maior do que a guerra convencional: com a iminência de um conflito, há sinais de recrutamento militar, disposição de armas e mísseis, construção de tanques, treinamento de pilotos e soldados… Já os ataques cibernéticos podem acontecer a qualquer momento, com o pressionar de um botão, devastando a economia de um país inteiro em instantes de segundos.
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Rússia x Ucrânia
Essa não é a primeira vez que Rússia ataca os sistemas de informação da Ucrânia. Depois que a Rússia anexou a Crimeia, especialistas em informática russos criaram apagões de energia em toda a Ucrânia, no auge do inverno, entre 2015 e 2016 . Em 2017, hackers apoiados pelo Kremlin lançaram o ataque NotPetya, causando prejuízo de US$ 10 bilhões nas principais empresas de logística do mundo, gerando o maior caos na cadeia de suprimentos da história. Nas últimas semanas, a Rússia foi responsabilizada por vários ataques cibernéticos contra o governo e o sistema bancário da Ucrânia. Quatro sites governamentais ucranianos ficaram fora do ar e uma tática de medo foi usada a partir do envio de SMS, levando cidadãos a acreditarem que os caixas eletrônicos no país não funcionavam.
Os ataques digitais apoiam a invasão física da Ucrânia pela Rússia. Por sua vez, a Rússia negou envolvimento em qualquer ciberataque à Ucrânia, num um esforço conjunto para atrapalhar a economia e minar a democracia. Estados Unidos e outros países temem que a situação se espalhe globalmente, tornando-se uma guerra cibernética total. A Agência de Segurança Cibernética e Infraestrutura dos EUA (CISA) já alerta empresas americanas a se prepararem para os efeitos colaterais de possíveis ataques cibernéticos, à medida que a Rússia aumenta as hostilidades contra a Ucrânia.
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