De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a síndrome da fibromialgia é bastante comum, pois é diagnosticada em pelo menos 5% dos pacientes que buscam tratamento médico para dor e em 10 a 15% dos pacientes que procuram tratamento com um reumatologista. Porém, as reais causas da fibromialgia ainda são desconhecidas.
Quais as possíveis causas para a fibromialgia?
Um dos fatores observados pelos médicos na hora de diagnosticar a fibromialgia é que de 10 pacientes, 9 são mulheres. Porém, o problema é que não se sabe o motivo. Já se pensou em problemas relacionados com a menopausa, mas a síndrome afeta pessoas de qualquer idade, então não é uma causa justificável.
Maior sensibilidade à dor
Atualmente, acredita-se que a principal das causas da fibromialgia seja uma maior sensibilidade à dor. É como se as pessoas com essa síndrome tivessem o seu sistema nervoso desregulado, fazendo com que a dor surja de forma muito mais frequente e intensa do que nas outras pessoas. Os nervos, a medula e o cérebro aumentam consideravelmente a sensação de dor, mesmo não havendo um motivo para a dor começar.
Eventos graves
Os médicos estudam o fato de que muitas pessoas começam a se queixar das dores crônicas após um evento traumático, seja físico, psicológico ou após uma infecção grave, como se a doença se curasse mas a dor nunca mais fosse embora. O que não se sabe é o motivo de isso não acontecer com todas as pessoas que vivenciam eventos traumáticos.
Sintomas de fibromialgia
O principal sintoma da fibromialgia é a dor difusa pelo corpo todo. O paciente dificilmente sabe dizer quando começou a sentir as dores e onde elas apareceram primeiro. Mas as características são de um tipo de dor que aumenta ao final do dia.
Dor profunda
A sensação é de uma dor profunda, como se fosse nos ossos ou “na carne”, em volta das articulações.
Sensibilidade extrema
A pessoa fica mais sensível ao toque, mesmo aos abraços, pois sentem dor ao serem encostadas.
Ausência de inflamação
O médico consegue descartar doenças como artrite ou artrose, pois não existe inflamação nem inchaço nas articulações, exceto no caso de contrações excessivas da musculatura por causa da dor.
Sono perturbado
O paciente também tem o seu sono deficiente, pois a dor não lhe permite dormir o suficiente nem com qualidade. Isso resulta em um cansaço permanente logo ao acordar e ao longo do dia. Logo, as dores aumentam e a qualidade de vida diminui.
Doenças consequentes
Por conta da dor e da dificuldade para se manter dormindo, muitas pessoas desenvolvem outros problemas, como a Síndrome das Pernas Inquietas e a apneia do sono.
Fadiga crônica
Os pacientes também sentem um cansaço excessivo e constante, não apenas por causa do sono deficiente, mas que acaba gerando baixa tolerância às atividades físicas. Esse é um problema que piora o quadro da síndrome, já que os exercícios são essenciais para manter a saúde em bom estado.
Depressão
A depressão afeta 50% dos pacientes diagnosticados com fibromialgia, mas não se sabe a exata relação entre essas duas patologias. Porém, hoje em dia já não se considera que as dores sejam uma forma de o paciente somatizar sua depressão, pois já foram diagnosticados muitos casos de fibromialgia sem que houvesse depressão.
Alterações na memória e atenção
Acredita-se que os problemas de memória e de concentração do paciente com fibromialgia ocorrem porque o cérebro está muito afetado sentindo a dor constante, o que acaba afetando outras áreas responsáveis por essas atividades.
Síndrome do Intestino Irritável
A Síndrome do Intestino Irritável ocorre por causa de uma desordem no funcionamento dos intestinos. Como esses órgãos estão diretamente ligados ao cérebro e 60% dos pacientes diagnosticados com fibromialgia sofrem dessa desordem, acredita-se que a causa da síndrome possa ser uma grande sensibilidade a dor, amplificando os sintomas intestinais por causa de um problema no sistema nervoso central.
Sensibilidade generalizada
Os pacientes com fibromialgia também podem sentir a bexiga mais sensível, amortecimento nas mãos e pés, maior sensibilidade a cheiros e ruídos, além de dores de cabeça constantes.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da fibromialgia é feito no consultório, não havendo necessidade de exames de imagem ou de sangue. O médico conversa com o paciente para saber dos sintomas e também o avalia fisicamente para analisar os pontos e os tipos de dor que sente. Se ele pedir exames será para descartar outras doenças primeiro.
Como não existe uma causa determinada para a síndrome, o principal critério é o descarte de outras doenças reumáticas. Se o paciente se enquadrar nos sintomas acima mencionados, ele será diagnosticado e inicia-se o tratamento para que sejam observados os efeitos.
Tratamentos
Depois de avaliar as causas da fibromialgia no paciente e diagnosticar a síndrome, o médico terá que recomendar tratamentos que têm a função de aliviar os sintomas, já que não se conhece uma causa a ser tratada, portanto, essa síndrome ainda não tem cura. Sendo assim, o tratamento é feito de forma conjunta, de acordo com os sintomas apresentados, podendo conter:
- Relaxantes musculares;
- Analgésicos;
- Anti-convulsionantes;
- Antidepressivos;
- Indutores do sono;
- Psicoterapia;
- Aromaterapia;
- Acupuntura;
- Fisioterapia;
- Massagem.