Muito mais do que uma união de fato, o casamento sologâmico é uma forma de afirmar para si o amor próprio, com toda pompa e prosa que o momento merece. Não é que a pessoa vá ficar somente consigo o resto da vida, mas ela promete se amar e nunca se abandonar.
Quantas vezes as pessoas se percebem com autossabotagem, críticas severas a si mesmas, falta de amor próprio, falta de confiança e muitas outras falhas emocionais.
O casamento sologâmico é uma festa muito similar ao tradicional, mas que tem um significado profundo para quem o realiza: o encontro do amor-próprio e o prazer de estar em sua própria companhia. E foi exatamente isso o que fez a mineira Jussara Dutra Couto.
Conheça a mineira que se casou com ela mesma
Empresária do ramo de casamentos, já tendo sido casada antes, Jussara levou algum tempo para perder o medo de estar “sozinha”, em sua companhia. De acordo com suas palavras, “entendi que eu não preciso mais ter esse medo, que eu sou o suficiente para mim”. Hoje com 38 anos, ela está em sua melhor fase.
De acordo com a empresária, a ideia de casar-se consigo mesma veio naturalmente, por um processo que ela viveu de amadurecimento. Um dia, ela estava fazendo umas fotos para a sua empresa de eventos e estava se sentindo muito bem, muito bonita, que pensou se não era uma boa ideia se casar com ela mesma.
Ela comentou com a amiga que estava junto que ia fazer isso: planejar toda uma festa e se casar sozinha; recebeu todo o apoio. Porém algumas pessoas se surpreenderam e estranharam um pouco, apesar de muitas acharem super legal, como sua filha, que achou o máximo.
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Jussara afirma que o significado dessa cerimônia é a “celebração do amor, mas principalmente do processo de cura, porque eu sempre tive medo de ficar sozinha, mas cheguei a um ponto que não tenho mais. Tive essa vontade de falar para todo mundo, de celebrar, até de que as outras pessoas fiquem sabendo que pode acontecer, que é difícil, mas pode acontecer”.
O amor-próprio foi uma caminhada longa e ela sente que está no seu ápice. Pensando nisso, ela quer comemorar e quer que fique vivo na lembrança, para quando ela não estiver tão bem. Uma festa comemorando o amor próprio, o equilíbrio na vida.
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A cerimônia
A festa teve tudo o que há na tradicional, sendo que sua filha esteve esperando por ela, no altar, caminhando até ela, na porta da igreja, para entregar o buquê. De lá, ela entrou sozinha, sendo essa caminhada muito significativa para ela, como uma metáfora relacionada à vida.
No altar, fez os votos de amor e cuidado eterno em frente a um espelho, mas o momento foi muito mais especial do que isso. Delicadamente, ela deixou um espelho em cada uma das cadeiras dos 100 convidados, e eles a acompanharam nesse voto, conduzido pela sua amiga, no lugar do padre.
Claro que o casamento sologâmico não tem validade legal ou respaldo das igrejas, mas é de um simbolismo muito profundo, de reencontro e amor verdadeiro. Como Jussara colocou em uma postagem sua no instagram, se amar é um ato revolucionário.
Depois da cerimônia, uma tremenda festa com DJ e bar, para todos celebrarem seus votos e se divertirem, com seus ‘eus’, amigos e familiares. No topo do bolo, uma mulher, com asas de borboleta, pronta para a liberdade de ser ela mesma e – se acontecer de encontrar alguém no caminho – voarem juntos, somando e construindo.