Muitas mães acreditam estar sendo as melhores defensoras de seus filhos, mas, na verdade, estão prejudicando mais do que contribuindo. Existe uma linha tênue entre ser preocupada e controladora, zelosa e invasiva. As mães tóxicas ultrapassam essa linha.
Observar essas características em si mesma é uma importante forma de autoavaliar seu comportamento e o quanto ele está prejudicando o desenvolvimento do filho.
Vale lembrar também que muitas mães têm ótimas intenções ao se preocuparem de forma excessiva com os filhos, e nem por isso chegam a ser mães tóxicas, mas, podem tomar cuidado para não ultrapassar os limites.
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Características de mães tóxicas e controladoras
Certos comportamentos caracterizam as mães obcecadas por seus filhos. Essas mães são controladoras, narcisistas e manipuladoras. Elas enxergam seus filhos como uma propriedade que depende delas para existir.
Esse tratamento de mãe para filho começa logo na primeira infância – ainda que pareça camuflado no zelo, e acaba por prejudicar o desenvolvimento da personalidade e da inteligência emocional do filho até a vida adulta. Veja como identificar esse tipo de mãe.
1. Carência e insegurança
As mães tóxicas são indivíduos carentes e inseguros. Elas usam os filhos como um escudo para esconderem-se da sua insegurança e carência. Para essa mãe, o filho representa alguém que precisa dela para tudo, e assim ela se sente mais útil, com o dever de proteger alguém.
No entanto, conforme o filho vai crescendo e a mãe vai vendo que ele está ficando independente, ao invés de ensiná-lo a desenvolver a independência, ela faz o contrário: começa a manipular situações para que o filho sinta que ainda depende dela para tudo. O medo dessa mãe é de ficar sozinha e voltar a sentir aquela carência e insegurança.
2. Projeção dos próprios desejos no filho
Sabe aquela mãe que define tudo o que a filha deve ser, desde a infância até a vida adulta? Ela coloca a filha no balé, mesmo que a menina não queira. Escolhe as roupas e o penteado que a filha deve usar. Toma decisões pela filha para que ela não cometa os mesmos erros que a mãe cometeu.
Quando a menina quer fazer uma escolha própria, a mãe diz que ela não sabe escolher, não sabe fazer, não é boa o suficiente. Essa é a mãe que projeta na filha os desejos que ela não realizou na própria vida. Ela enxerga a filha como uma nova oportunidade de ser quem ela não foi.
3. Controle obsessivo
As mães tóxicas querem estar no absoluto controle de tudo o que seu filho faz e pensa. Elas acham que, assim, vão mantê-lo sempre seguro.
Essa mãe é incapaz de perceber que o resultado será oposto, pois quem não vive as próprias experiências e não toma as próprias decisões, ainda que erradas, não se desenvolve, não aprende a se proteger sozinho.
Essa mãe quer fazer tudo pelo filho, invade a privacidade dele, diminui as escolhas e vontades dele, pois não quer saber o que ele tem a dizer: só o que importa é colocá-lo dentro de uma caixinha para que ela esteja no controle.
Depois, quando esse filho cresce a e mãe envelhece, ela começa a ter medo de como ele vai se virar quando ela morrer. Mas, não se dá conta que, se ele não é independente, foi porque ela o impediu.
O que fazer para ajudar?
Às vezes, nem as mães tóxicas nem os filhos que são vítimas desse comportamento delas são capazes de enxergar a realidade dos fatos. Ambos vivem em um círculo vicioso, em uma relação de dependência, muitas vezes achando que essa é a melhor maneira de viver.
Quando uma pessoa de fora entra nesse relacionamento de mãe e filho, como no caso de uma nora ou genro, os conflitos ficam evidentes. É preciso ir devagar, mostrando aos poucos para esse filho que a forma como ele foi criado o impede de ser totalmente independente e maduro. Pode levar tempo, mas é preciso ter cuidado com as palavras.
Depois, poderá ser necessário que esse filho comece a fazer terapia para ajudá-lo a se desprender das amarras da mãe. Em muitos casos o filho sabe que vive uma relação tóxica com a mãe e só espera pela oportunidade de sair de casa e viver a própria vida.
Mesmo assim, é importante oferecer apoio (inclusive sugerir ajuda profissional), conversas calmas e maduras, dar tempo para reflexão e ajudar na tomada de decisões, como se afastar ou se reaproximar da mãe, sem se deixar levar pelo vitimismo dela. É possível, até, tornar o relacionamento deles mais saudável, depois que o filho se curar.
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