A candidíase é um dos problemas mais recorrentes relacionados à saúde íntima da mulher, embora também possa afetar aos homens. Aliás, a candidíase não ocorre apenas nas partes íntimas. Também pode afetar outras partes do corpo, como nos lábios, a boca dos bebês (sapinho), o esôfago, as dobras dos braços, pernas, axilas e pescoço. Mas, o assunto abordado dessa vez é candidíase de repetição.
O que é candidíase de repetição?
A candidíase é uma doença causada pelo fungo Candida albicans, que está naturalmente presente na microbiota vaginal de todas as mulheres, mas pode se proliferar quando o corpo está em desequilíbrio, causando os sintomas.
Essa doença afeta com mais frequência o organismo de mulheres com doenças imunológicas, com alterações hormonais, diabetes ou por conta do uso contínuo de antibióticos, pois tudo isso enfraquece o corpo e o deixa mais vulnerável à proliferação desse fungo.
Também é muito comum que as mulheres desenvolvam a proliferação desse fungo no período menstrual por conta do uso do absorvente por horas seguidas ou de roupas mais apertadas para segurar o absorvente no lugar.
E além disso, o uso de calças e shorts muito apertados, de biquíni molhado, ficar horas a fio na praia ou na piscina, também são fatores de risco, pois a região fica úmida e abafada por muito tempo.
Quando se fala em repetição, quer dizer que a candidíase afeta o organismo com muita frequência, ou seja, mais de seis vezes ao ano.
Conheça alguns mitos e verdades sobre a candidíase de repetição e saiba como lidar com esse problema.
1. Pelos sintomas é possível saber que é candidíase de repetição
Mito. Nem sempre você consegue determinar, pelos sintomas, que está com candidíase, seja de repetição ou não. Os sintomas clássicos dessa doença são corrimento vaginal fluido e espesso, branco, coceira e irritação dentro e fora da vagina, ardência para urinar e queimação interna na hora da relação sexual.
Porém, existe outro problema do trato vaginal que causa os mesmos sintomas (com menos vermelhidão e inchaço, e com corrimento mais fluido). É a vaginose citolítica, que acontece quando a microbiota vaginal produz um excesso de lactobacilos saudáveis, que por sua vez produzem um excesso de ácido lático, deixando a vagina muito ácida. Assim, muitas células são destruídas, e aí surgem os sintomas. Nenhum tratamento para candidíase vai resolver.
2. A candidíase de repetição é transmissível por contato sexual
Verdade. Embora não esteja no grupo das infecções sexualmente transmissíveis, esse fungo é sim transmissível de uma pessoa para a outra, quando entra em contato direto com a região afetada, durante a infecção. Ou seja, é uma doença que pode sim ser transmissível pelo contato sexual.
3. A candidíase de repetição se trata com alimentação adequada
Mito. Na verdade, depende. É possível curar uma candidíase fazendo uma regulagem na alimentação, principalmente livrando o organismo do excesso de açúcar que deixa o sangue muito ácido.
Mas, quando a doença é de repetição, que “ataca” o seu organismo muitas vezes ao ano, o mais eficaz e ir ao ginecologista fazer o tratamento com medicação e aí sim seguir todas as dicas de alimentação e cuidados de saúde que o médico orientar. Até porque a doença não afeta apenas quem come muito açúcar, e por isso, o problema pode não estar relacionado a uma alimentação deficiente.
4. Tratar candidíase é matar todos os fungos
Mito. Como o fungo Candida albicans faz parte da microbiota vaginal, ele não pode ser eliminado do seu organismo, pois é importante para manter outras doenças longe. O que se faz é devolver o equilíbrio dessa microbiota, reduzindo a quantidade desse fungo.
5. Uma boa higiene íntima ajuda a evitar a candidíase
Verdade. É claro que precisa considerar todos os demais fatores capazes de desencadear a candidíase. Mas, manter uma boa higiene íntima também é fundamental para que a doença não se desenvolva. Essa boa higiene quer dizer:
- Nunca lavar a vagina por dentro;
- Evitar cremes, géis, óleos e perfumes vaginais;
- Usar calcinhas de algodão, totalmente limpas e secas;
- Evitar roupas apertadas;
- Não ficar muito tempo com roupas úmidas, como biquínis;
- Trocar o absorvente com frequência, seja interno ou externo.