A cárdia é uma espécie de válvula que fica na região de transição entre o esôfago e o estômago. Quando surge um tumor nessa região, geralmente o paciente já tem mais 60 anos de idade.
Porém, cada vez mais casos estão acontecendo em pacientes mais jovens, como foi o caso de Bruno Covas, prefeito de São Paulo, que faleceu da doença no dia 16 de maio e já lutava contra a doença desde 2019.
O câncer na cárdia é um dos tipos de câncer gástrico, também chamado de câncer de estômago, e é classificado como um adenocarcionoma, que ocorre em 90% dos casos de tumores malignos no estômago.
De acordo com as pesquisas realizadas pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 21 mil novos casos desse tipo de câncer devem acometer os brasileiros em 2021, sendo a maior prevalência em homens.
Fatores de risco para o câncer na cárdia
A função da cárdia é controlar o fluxo normal dos alimentos quando fazem o caminho da boca até o estômago. Portanto, os médicos consideram que um dos fatores de risco para o câncer na cárdia é o refluxo, que afeta justamente essa função da cárdia.
Além do refluxo, o tabagismo e a obesidade também são fatores de risco e, por isso, devem ser tratados com acompanhamento médico para prevenir o surgimento do tumor, além de melhorar consideravelmente o estado geral de saúde e prevenir várias outras doenças.
Sintomas mais comuns
Quando a doença está no início pode ser silenciosa, sem apresentar qualquer sintoma. Quando surgem sintomas, podem ser confundidos com os do refluxo que são queimação no estômago e dor quando o alimento está passando pela cárdia, logo depois de engolir. A dor acontece porque a região está mais estreita devido à presença do tumor.
Tratamento
O tratamento vai depender muito do estágio do câncer e da condição de saúde do paciente. Quanto mais cedo for descoberto, maior a chance de cura, pois ainda não ocorreu uma metástase, que é o espalhamento do câncer para outras partes do corpo.
No caso de Bruno Covas, os médicos deixaram de falar em cura e o trataram apenas para que vivesse o máximo possível, o que não chegou a 2 anos após o diagnóstico. No caso dele, conforme a doença avançou, chegou ao fígado e aos ossos, e nessa fase já está na corrente sanguínea.
Quando não há metástase, o tratamento é feito com cirurgia para retirada do tumor e pode ser necessário fazer quimioterapia primeiro. Nos casos de metástase, a cirurgia não resolve mais, exceto em casos muito específicos. O paciente é tratado com quimioterapia, radioterapia e imunoterapia apenas para controle da doença.
Como prevenir?
Manter um estilo de vida saudável, sem fumar, sem qualquer outro vício, alimentando-se bem e prevenindo a obesidade são as melhores recomendações para evitar o câncer na cárdia.
Além disso, fazer uma bateria de exames médicos pelo menos uma vez por ano ajuda a detectar qualquer problema em fase inicial, o que aumenta as chances de cura.
Principalmente para quem já tem refluxo, fazer esse acompanhamento médico é importante para ficar de olho nos sintomas e ter certeza de que não há desenvolvimento de tumor.