No Brasil, o câncer é a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos (8% do total). De acordo com o Instituto Nacional de Câncer – INCA, somente em 2020, a estimativa de novos casos de câncer infantil, ou infantojuvenil, era de 8.460, sendo 4.310 para meninos e 4.150 para meninas.
Então, falar sobre o câncer infantil é assunto sério e importante, não apenas pelo alto número de casos, mas porque o diagnóstico e o tratamento precoces aumentam consideravelmente as chances de cura.
Também de acordo com o INCA, “hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos pelo câncer infantil podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado”.
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Principais tipos de câncer infantil
O tipo de câncer infantil com maior número de crianças e adolescentes afetados (cerca de 30%) é a leucemia, que é o câncer no sangue. Ele começa na medula óssea, que fica na cavidade dos ossos, onde as células do sangue são produzidas.
Outros tipos mais comuns na infância e adolescência são linfoma, câncer nos rins, tumor no cérebro, câncer nos músculos, nos olhos ou nos ossos
Identificando os sintomas
Os sintomas iniciais de câncer infantil podem ser difíceis de perceber, seja porque são muito leves, quase imperceptíveis, ou porque se confundem com sintomas de outras doenças.
Conforme explicou em entrevista para UOL Saúde, o diretor do Hospital de Amor Infantojuvenil, em Barretos (SP), Luiz Fernando Lopes:
“Um dos nossos grandes problemas é que crianças e adolescentes chegam aos centros especializados de tratamento com a doença em estágio avançado por diversos fatores: desinformação dos pais, o medo do diagnóstico e até desinformação da equipe de saúde”.
É importante os pais estarem atentos a sinais como caroços no pescoço, axila e virilha, dores nas pernas que não passam, manchas arroxeadas e pintinhas vermelhas na pele, além de vômitos, dores de cabeça e perda de equilíbrio frequentes.
Situações como aumento no tamanho da barriga e brilho branco em um ou dois olhos quando as crianças são fotografadas com flash também podem ser um alerta para alguns tipo de câncer infantil.
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Diagnóstico
Ao notar qualquer uma dessas diferenças mencionadas no comportamento e na saúde da criança ou adolescente, os pais devem levá-la ao médico o quanto antes para fazer exames, que podem ser:
- Exames de sangue: o médico analisa alguns valores que podem estar alterados em caso de câncer infantil, como PCR, leucócitos, marcadores tumorais, TGO, TGP e hemoglobina;
- Tomografia computadorizada ou ultrassom: são exames de imagem que permitem confirmar a presença de um tumor, assim como o seu grau de desenvolvimento;
- Biópsia: a biópsia é feita através da coleta de um pouco de tecido do órgão que se suspeita que foi afetado, que depois será analisado no laboratório para perceber se existem células cancerígenas.
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Tratamentos para câncer infantil
O tratamento vai depender do tipo de câncer que foi diagnosticado, bem como do estágio do tumor e do estado geral de saúde da criança.
De modo geral, o tratamento para câncer infantil tem como objetivo controlar ou travar o crescimento das células cancerígenas, impedindo que se espalhem pelo organismo. Para isso, podem ser usados os seguintes tratamentos, isolados ou combinados:
- Radioterapia: é feita através da aplicação de radiação, semelhante à utilizada no raio-X, para matar as células cancerígenas;
- Quimioterapia: na quimioterapia são dados remédios muito fortes sob a forma de comprimidos ou injeções, que eliminam células de multiplicação rápida, como o câncer;
- Cirurgia: é feita para remover o tumor ou o máximo de tecido afetados. A cirurgia pode ser feita antes ou depois de outro tratamento, de forma a aumentar as chances de sucesso;
- Imunoterapia: são administrados medicamentos específicos contra o tipo de câncer que a criança possui.
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