Por ser um tipo raro, muitas pessoas nunca ouviram falar sobre o câncer de peritônio. Esse tipo de câncer é quando surge um tumor no tecido que reveste a parte de dentro do abdômen e seus órgãos. Veja agora quais são os tipos, sintomas, as causas, como é o diagnóstico e o tratamento.
Tipos de câncer de peritônio
Esse câncer é dividido em dois tipos, de acordo como ele começa a se desenvolver:
- Câncer de peritônio primário: também chamado de mesotelioma, é quando as alterações celulares já começam nesse tecido que recobre o abdômen.
- Câncer de peritônio secundário: também chamado de carcinomatose, é quando o câncer surge devido a metástases de câncer de outros órgãos, como estômago, intestino e ovários.
Sintomas
Os sintomas desse tipo de câncer podem variar em cada paciente e conforme a gravidade. Os sintomas mais comuns são:
- Cansaço e mal-estar geral
- Dificuldade na digestão dos alimentos
- Dor abdominal
- Falta de apetite
- Inchaço do abdômen
- Perda de peso sem causa aparente
- Prisão de ventre ou diarreia
Se o câncer de peritônio for descoberto quando estiver em um estágio avançado, pode apresentar ascite, que é um acúmulo de líquido dentro da cavidade abdominal. Como esse líquido provoca uma compressão nos pulmões, o paciente pode ter falta de ar e dificuldade para respirar.
Causas
Por ser um tipo raro de câncer, os médicos estudam cada caso de forma individual e ainda não há uma única causa para seu surgimento.
O que se sabe é que esse câncer pode se desenvolver em pessoas que já tem câncer em algum outro órgão, fazendo com que as células cancerígenas cheguem ao peritônio pela corrente sanguínea e continuem se multiplicando ali.
Além disso, existem alguns fatores de risco, como uso de hormônios após a menopausa, endometriose e obesidade.
Por outro lado, o risco é mais baixo nas mulheres que usam anticoncepcional, que estão amamentando e que já fizeram cirurgia de remoção dos ovários.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico pode ser feito pelo médico clínico geral, por um oncologista ou mesmo pelo ginecologista, quando há suspeita e a mulher reclama dos sintomas na consulta de rotina.
É preciso fazer alguns exames para diagnosticar, como tomografia, ultrassom, ressonância magnética e pet-scan.
Mas, mesmo com esses exames, é preciso fazer uma biópsia para saber em que estágio ele está e determinar qual será o tratamento.
A biópsia consiste na retirada de uma pequena parte do tecido doente, por meio de uma laparoscopia. Essa biópsia é enviada a um patologista para analisar se há células cancerígenas e quais sã os tipos.
O médico também pode pedir um exame de sangue que serve para identificarsubstâncias presentes em diferentes tipos de cânceres, chamadas de marcadores de tumores.
Tendo o diagnóstico correto, o médico indicará o tratamento mais adequado, conforme o estágio do câncer.
Quimioterapia intraperitoneal
Esse tratamento consiste na aplicação de medicamentos no peritônio. Nesse caso, como a medicação tem uma rápida absorção, é o tratamento mais indicado.
A quimioterapia intraperitoneal é indicada para os casos em que o câncer não se espalhou para outros órgãos, e é realizada com a cirurgia para retirada do tumor.
Costuma ser um tratamento de rápida recuperação, sem os efeitos colaterais como queda de cabelo e vômitos.
Quimioterapia na veia
Esse tratamento é indicado antes da realização da cirurgia para que o tumor reduza de tamanho e seja mais fácil de ser removido. Mas, não é para todos os casos que se recomenda, já que as células desse tipo de câncer podem apresentar resistência a muitos dos medicamentos quimioterápicos comuns.
Cirurgia
Quando o câncer ainda não afetou outros órgãos, é feita a cirurgia para sua remoção. É uma cirurgia delicada e pode ser necessário remover partes dos órgãos em que o tumor esteja encostando, como intestino, baço e fígado.
Radioterapia
Na radioterapia, usa-se radiação para destruir células que causam o câncer. A radiação é aplicada através de uma máquina que emite a radiação diretamente no local aonde está o tumor.
Esse tratamento pode ser feito antes da cirurgia com a intenção de diminuir ao máximo o tamanho do tumor, e também depois, para eliminar células cancerígenas ainda existentes.
Mesmo com todos os tratamentos, por ser um câncer agressivo e delicado, é muito difícil de curar por completo. O tratamento é voltado para prolongar a vida do paciente e a qualidade desse tempo de vida.
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