O bullying é uma prática que tem ganhado notoriedade nos últimos anos em todo o mundo. Ele é responsável por inúmeros casos de problemas psicológicos em crianças e adolescentes, inclusive levando ao suicídio. Mas como o bullying surgiu? Do que se trata e como evitar? Conheça mais sobre esse tema e saiba identificar se ele ocorre com você ou com pessoas próximas para poder ajudar.
O que é bullying?
Bullying é uma palavra derivada de bully, que em inglês quer dizer “assediador”, “agressor”, “intimidador”. Trata-se da prática de violência física e de abuso psicológico praticado intencionalmente e de forma repetitiva por pessoas com o objetivo de machucar outras. Seja por traços físicos que saem do “padrão”, por características psicológicas ou por situação financeira.
Os agressores normalmente possuem um perfil psicológico problemático. Vivem algum tipo de dificuldade pessoal com a qual não conseguem lidar e acabam usando alguém que consideram mais fraco de alguma forma para mostrar aos outros a superioridade que pensam ter ou que gostariam de ter.
É verdade que esse “bullying” sempre existiu, muito antes de ser assim denominado. Você que hoje é adulto certamente sofria algum tipo de provocação na escola ou no grupo de amigos e devolvia a mesma provocação. Na maioria das vezes, mesmo que se chateasse, acabava sendo resolvido sem grandes consequências no futuro da pessoa.
Mas também existiam os casos mais violentos que deixavam marcas físicas ou psicológicas na vítima. É esse o tipo de bullying que tanto se fala hoje em dia, e como engloba os casos mais leves até os mais severos, é importante que todos os níveis sejam evitados, começando pela conscientização.
O bullying ganhou ainda mais notoriedade com a popularização das redes sociais, em que as vítimas começaram a ser expostas ao mundo sem o seu consentimento em situações constrangedoras, mas não só. Existe o bullying que não precisa ir a público para deixar marcas. Conheça quais são os tipos.
Quais são os tipos de bullying?
O bullying não é um prática exclusiva do ambiente escolar, embora seja em sua maioria. Ele pode ocorrer na igreja, no trabalho, em casa e em qualquer ambiente que se frequente. Também pode ocorrer com pessoas adultas, mas esses casos são em menor proporção.
Essa prática afeta principalmente as crianças e jovens, pois eles ainda são inseguros e imaturos, e preocupam-se demais com o que os outros pensam sobre seu jeito de ser, de agir e sobre os bens materiais que possuem. Esses fatores podem gerar tanto agressores quanto vítimas. Veja quais são os tipos mais comuns de bullying:
Psicológico
Quando não há necessariamente abuso físico, mas há xingamentos, perseguição, chantagem, dominação, intimidação e provocação que causam medo ou terror na vítima. Pode resultar em ansiedade, em fobia social e em depressão.
Físico
Nesse caso sim a vítima sofre constantemente com tapas, socos, chutes, empurrões e outros atos de violência física por parte de um ou de mais agressores. É preciso ficar atento a esse tipo de bullying, pois muitas vezes ele fica camuflado como se fosse brincadeira.
Social
No tipo social é quando uma pessoa é isolada, ignorada ou excluída em um grupo social do qual participa. Nunca ocorre “por nada”, mas muitas vezes os praticantes não assumem que estão agindo dessa forma, simplesmente ignorando a situação, como se nada estivesse acontecendo.
Moral
Trata-se de difamar, de caluniar ou de espalhar boatos sobre alguém. Mesmo que seja sobre um fato verídico, não dá a ninguém o direito de espalhar informações que prejudiquem a imagem de outra pessoa perante as outras. Mas é ainda pior quando as fofocas são falsas e a vítima não tem como comprovar a verdade.
Virtual
O famoso cyberbullying é o tipo que ocorre nas redes sociais. Seja quando alguém publica uma foto ou vídeo difamando a imagem de outra pessoa, ou mesmo ao fazer comentários em seus perfis pessoais para humilhá-la de alguma forma. É muito recorrente hoje em dia, pois permite que muitos agressores consigam esconder sua identidade, o que os encoraja a agirem de tal forma.
Como identificar se criança ou adolescente sofre com bullying
A pessoa que está sofrendo bullying nem sempre vai demonstrar de forma clara nem vai pedir ajuda porque está com medo ou com vergonha. Os pais, os responsáveis ou as pessoas do convívio pessoal precisam ficar atentas a características do tipo:
- Queda no desempenho, seja na escola ou no trabalho;
- Tristeza, irritabilidade ou preocupação constantes, sem motivo aparente;
- Falta de apetite;
- Uso de roupas compridas em dias quentes para esconder machucados;
- Isolamento ou recusa em se relacionar com outras pessoas;
- Perda frequente de materiais escolares;
- Recusa em ir à escola, muitas vezes dizendo que se sente doente;
- Febre, tremores, crises de pânico e sinais de depressão.
De que formas é possível ajudar?
Muitos adultos têm dificuldade em lidar com os mais jovens e acabam deixando-os ainda mais constrangidos ou não dão a devida importância a um pequeno sinal de que algo está errado.
Antigamente, muitos tipos de comportamento eram tidos como frescura ou resolvidos com grosseria, mas a verdade é que esse tipo de atitude nunca ajudou ninguém. Então, mesmo que você, pai, não tenha tido o melhor exemplo na sua juventude, saiba que pode agir agora como gostaria que tivessem agido com você.
É muito importante que os pais e responsáveis se mostrem presentes e abertos a ouvir qualquer tipo de problema dos filhos, sem preconceito. Muitas vezes eles deixam de falar em casa sobre o que está acontecendo porque os pais já demonstram em situações corriqueiras que não vão apoiá-los.
Então, o melhor que pode fazer é estar sempre por perto, sem ser invasivo ou desrespeitar a privacidade. Esteja em contato com os professores e com os profissionais da escola, conheça os amigos, os hábitos e mantenha uma relação de amizade com os filhos para que eles percebam que podem contar com a sua ajuda.
Na hora de agir quando o filho contar que algo lhe aconteceu, ouça com atenção sobre cada detalhe do que ele tem a dizer. Não julgue, apenas faça as perguntas necessárias para poder ajudá-lo. Diga que ele fez a coisa certa e que você vai encontrar uma forma segura de resolver a situação.
Não basta ir à escola e querer acertar as contas com o agressor. É preciso ir aos responsáveis, seja a direção da escola, os pais do agressor ou mesmo à polícia. Caso contrário, no dia seguinte a agressão poderá ser ainda pior, pois você deixou tanto a vítima quanto o agressor mais vulneráveis e sem uma resolução eficaz do problema.
Conheça mais sobre as consequências psicológicas que o bullying pode causar: