A bulimia é uma doença que faz parte do grupo dos transtornos alimentares, assim como a anorexia, a ortorexia e a compulsão alimentar. Aliás, é comum um transtorno ocorrer como consequência do outro, e vamos explicar o motivo mais adiante.
O que é bulimia?
Na bulimia, a pessoa come uma grande quantidade de alimentos em um curto período de tempo e, logo depois, sente um grande peso na consciência por causa do medo de engordar.
Então, a pessoa força o vômito, toma laxante ou se exercita de forma exagerada, buscando evitar que toda aquela comida se transforme em calorias armazenadas e aumento de peso.
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A bulimia e a compulsão alimentar
Só que todo esse processo da bulimia é um problema devido ao desequilíbrio. A começar por consumir quantidades de comida acima do necessário em cada refeição, ou mesmo depois que acabou de fazer uma refeição.
É aí que a bulimia pode estar relacionada com a compulsão alimentar, uma perturbação mental que faz a pessoa comer de forma exagerada, ao menos 2 vezes por semana, por um período superior a 6 meses.
Esse exagero na alimentação acontece mesmo quando a pessoa não está com fome ou seu corpo não está com necessidade de se alimentar.
Ainda não existe um diagnóstico 100% preciso sobre as causas da compulsão alimentar, mas o que os estudos realizados até agora concluíram é que fatores genéticos de ansiedade e depressão na família estão relacionados.
Sintomas de bulimia
A compulsão alimentar é considerada um sintoma da bulimia e é o que motiva os demais sintomas, que são:
- Usar regularmente laxantes, diuréticos ou inibidores do apetite;
- Praticar excessivamente exercício físico após comer em excesso;
- Comer grandes quantidades de alimentos escondido;
- Sentimentos de angústia e de culpa após comer em excesso;
- Inflamações frequentes na garganta (por causa do vômito);
- Aparecimento recorrente de cáries dentárias;
- Dentes desgastados;
- Calosidade no dorso da mão;
- Dores abdominais e inflamações no sistema gastrointestinal frequentemente;
- Menstruação irregular.
Além desses sintomas relacionados acima, a pessoa com bulimia pode apresentar desidratação e desnutrição, já que seu organismo não absorve corretamente os nutrientes dos alimentos e a pessoa elimina muita água do corpo quando vomita ou tem diarreia devido ao laxante.
E os problemas psicológicos e psiquiátricos também se desenvolvem em alguns casos, devido à pressão que o transtorno provoca na mente. Surgem depressão, irritabilidade, ansiedade, baixa autoestima e necessidade excessiva do controle de calorias, que impedem a pessoa de viver em paz.
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O que causa a bulimia?
Assim como na compulsão alimentar, a bulimia está atrelada à pressão social pelo culto do “corpo perfeito”, ou seja, um corpo magro.
Essa pressão pode vir da própria família, dos amigos, da mídia, enfim, qualquer grupo social que a pessoa participe.
Se existe uma baixa autoestima, que faz a pessoa pensar que seu corpo não é o ideal e, por isso, ela é infeliz, existe um risco de desenvolver a bulimia ou outros transtornos alimentares.
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Quais as possíveis complicações?
Os sintomas da bulimia podem trazer complicações quando a doença perdura por muito tempo sem tratamento:
- Refluxo e feridas no estômago;
- Desidratação;
- Inchaço nas bochechas;
- Deterioração dos dentes;
- Prisão de ventre crônica;
- Ausência de menstruação ou alteração do ciclo menstrual;
- Depressão e mudanças de humor;
- Insônia;
- Desidratação;
- Inflamação intestinal.
Tratamento
O primeiro passo é reconhecer que o transtorno existe. Se você conhece alguém próximo com o transtorno, sabe que essa pessoa não consegue identificar o problema sozinha e quer ajudar, é importante conversar com ela sobre a bulimia, seus sintomas e consequências.
A partir do momento em que a pessoa aceita que precisa ser tratada, é necessário marcar uma consulta com um psicólogo ou psiquiatra para chegar ao diagnóstico e iniciar o tratamento.
Além do tratamento com psicólogo ou psiquiatra, a pessoa precisará consultar um nutricionista para ajudá-la a elaborar um cardápio adequado, primeiro para devolver sua saúde e, depois, para que aceite o seu corpo e busque as melhorias que deseja fazer nele, mas de forma equilibrada e saudável.
Se houver outros problemas a serem tratados, como problemas nos dentes, na garganta ou estômago, os médicos especialistas destas áreas também devem ser consultados para que o tratamento seja completo.
Durante todo o processo, o paciente segue fazendo sessões de terapia e, no caso de necessidade, pode usar medicações psiquiátricas, como no caso de tratar a depressão e a ansiedade, por exemplo.
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