Há muitos brasileiros vivendo na Ucrânia, e claro, preocupados com os confrontos da guerra com a Rússia. Os familiares, de longe, ficam ainda mais preocupados. E outros brasileiros, mesmo desconhecidos, estão se esforçando para ajudar no resgate dos conterrâneos.
Um dos brasileiros que está atuando no resgate é o cientista farmacêutico Rodolfo Caires, natural de Brasília e residente em Dublin, na Irlanda. No dia 27 de fevereiro (4º dia de guerra), Rodolfo entrou na Ucrânia dirigindo pela fronteira da cidade polonesa de Dorohusk.
Ele conta que, por ali, a situação está bem mais tranquila do que na fronteira de Medyka, outra cidade da Polônia, onde as filas para atravessar a fronteira chegam a até 14 horas.
“Saí de Dublin [capital da Irlanda], onde moro, e a minha ideia era alugar uma van na Polônia para trazer mais pessoas da Ucrânia. Mas só estão deixando os civis alugarem carro, porque as vans estão destinadas para outro tipo de ajuda”, afirmou.
Logo quando entrou na Ucrânia, Rodolfo foi a um supermercado pegar suprimentos – ao menos o que ainda havia de comida, pois os mercados não estão sendo abastecidos.
Foi quando começaram a tocar as sirenes e todos foram orientados a entrar num bunker e aguardar, o que levou uns 20 minutos.
Aproveite e veja: Guerra entre Rússia e Ucrânia: entenda a crise entre os países
O Governo brasileiro não está fazendo o melhor
Ao menos não tanto quanto poderia, se quisesse. Rodolfo também contou, na entrevista para UOL, que muitos ficaram abandonados e é por isso que ele saiu de sua cidade e se arriscou para ajudar.
A FAB (Força Aérea Brasileira) informou neste sábado (26) que deixou dois aviões de prontidão para o possível resgate. O Itamaraty afirma que não tem prazo para retirar os brasileiros do país em guerra. A Embaixada do Brasil na Ucrânia disse neste domingo (27) que não há possibilidade de saída da capital Kiev em meio aos ataques aéreos.
“Toda a informação que a embaixada brasileira na Ucrânia está divulgando é bem informal. Eles têm um grupo no Telegram e avisam por lá quando conseguem vagas em algum trem. Mas, pelo relato de outros brasileiros que conseguiram embarcar nesses trens, chegando na última estação eles têm que se virar. Infelizmente, nosso governo não deu apoio com a celeridade necessária”, opina Rodolfo.
ONG de brasileiros foi criada para ajudar
Rodolfo não está atuando sozinho. Ele entrou em contato com os brasileiros que vai resgatar por meio do grupo do Instagram @Frente_BrazUcra, formado por voluntários brasileiros que coletam informação e colocam pessoas em contato para ajudar na saída dos conterrâneos da Ucrânia.
Veja também: Se o Brasil entrasse em guerra, quem seria convocado ou dispensado?
Fonte: UOL Notícias