Mais uma ótima notícia que a ciência nos revela. Cientistas brasileiros desenvolveram um material compósito multifuncional, formado por uma matriz de vidro bioativo com partículas magnéticas, com capacidade de regenerar o tecido dos ossos e tratar o câncer ósseo.
Sim, é complexo para compreender quando não se é um cientista, mas, é importante saber da existência dessa possibilidade de cura para o câncer nos ossos. Veja como funciona.
Quando entra em contato com os fluidos biológicos, o material forma uma camada de hidroxicarbonato apatita (HCA), um mineral presente naturalmente no osso humano, que é cristalizado entre o vidro e o tecido ósseo, permitindo a fixação do compósito ao osso.
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Além das cirurgias reconstrutivas, o material representa uma nova esperança para pacientes com câncer ósseo.
Hoje, esses pacientes precisam passar pela remoção cirúrgica do tumor e, a seguir, por quimioterapia e radioterapia, para eliminar as células cancerígenas que restaram na área operada.
Essa estratégia, contudo, envolve efeitos colaterais que afetam fortemente a qualidade de vida do paciente.
Por essa razão, cientistas têm buscado desenvolver terapias mais efetivas e menos agressivas. Uma das possibilidades é a hipertermia magnética, que consiste em aquecer as células tumorais até aproximadamente 43°C.
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Esse aquecimento desnatura proteínas importantes da célula tumoral, que é menos resistente ao calor do que a célula saudável, levando-a à morte.
“Nesse caso, o controle de temperatura é extremamente importante, uma vez que impede o superaquecimento local e, consequentemente, a destruição dos tecidos saudáveis adjacentes à área de tratamento. No geral, o óxido de ferro é o material mais utilizado nos estudos de hipertermia magnética. Contudo, a alta liberação de calor produzido por esse material é dificilmente controlada no interior do corpo, tornando-se uma desvantagem em relação às partículas magnéticas”, explicou Geovana Santana, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Em vez do ferro, a equipe usou partículas magnéticas de manganita de lantânio dopada com estrôncio, incorporadas em diferentes concentrações na matriz vítrea bioativa.
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As partículas magnéticas são responsáveis pela produção de calor ao serem submetidas a um campo magnético externo, além de viabilizarem o controle da temperatura máxima alcançada.
Os testes comprovaram que o novo material compósito apresenta propriedades bioativas e magnéticas promissoras para aplicação em hipertermia de câncer ósseo, podendo ser utilizado como enxerto ósseo no tratamento cirúrgico e permitindo a ação dupla de aquecimento local e regeneração do osso.
Agora os pesquisadores pretendem otimizar o processo de geração de calor dos compósitos e estabilizar a temperatura gerada, além de avaliar qualquer risco de toxicidade do material.
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