A jovem cearense Maria Larissa Paiva, de 16 anos, é apaixonada por astronomia, desde antes de descobrir a existência dessa ciência. Atualmente cursando o ensino médio, ela já atua identificando galáxias para um observatório no Japão.
Em 2021, Larissa conheceu o projeto ScietyLab, criado para democratizar a ciência no Brasil, e realizou suas primeiras classificações de galáxias. Ela também já havia descoberto um asteroide, feito que foi reconhecido pela Nasa, agência espacial dos Estados Unidos.
Depois, Larissa iniciou o trabalho junto ao Observatório Astronômico Nacional do Japão. Por meio de um programa que fornece imagens feitas por uma câmera de alta tecnologia (Hyper Suprime-Cam) com apoio do telescópio Subaru, ela passou a se concentrar na análise das características das galáxias: foram 146 no final de 2021 e mais 1.000 de janeiro a março de 2022.
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Galáxias exigem muita dedicação
As galáxias são conjuntos de estrelas, poeira cósmica e matéria escura, que a maioria das pessoas não compreende. Mesmo para os mais interessados, como Larissa, a classificação de galáxias que ela resolveu fazer não é simples, ainda mais por ter trabalhado sozinha até agora.
Em entrevista para UOL Tilt, a jovem explicou sobre como tem sido a experiência. O processo de identificação de galáxias envolve análise de características como tamanho, luminosidade, formato e comprimento de ondas das galáxias.
Em seguida, os dados são registrados em um software do projeto. “Depende muito do tempo que cada pessoa deposita no trabalho de classificação e o quanto a pesquisa é levada a sério. Até o momento estive 100% sozinha nas pesquisas. Não foi fácil”, diz a estudante.
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No projeto do Observatório Astronômico Japonês, as galáxias classificadas pelos colaboradores (que podem ser profissionais e voluntários) passam pela aprovação do programa Galaxy Cruise, que está sempre em atualização.
Aliás, se você também tem grande interesse em colaborar, pode se cadastrar no site do programa.
Na plataforma, existe uma espécie de ranking de análises. É por lá que Larissa tem o controle de quantas galáxias ela conseguiu analisar.
Ela acrescenta que, durante o processo, os dados são atualizados com frequência e que nem mesmo pesquisadores profissionais podem classificar definitivamente as galáxias. “É uma área que ainda está sendo explorada. É recomendado refazer os treinos ou repetir as classificações, que foi o que fiz no começo até ganhar confiança e contribuir com o programa de fato”, finaliza.
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Fonte: UOL Tilt