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Crédito: Freepik

Bioprodução de carne de peixe já é realidade no Brasil

Que tal consumir a carne sem criar nem matar o peixe, ou seja, sem agredir esses animais?

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Já falamos aqui sobre a evolução da agricultura celular, que está revolucionando a relação humana com o consumo de carne. Logo, não precisaremos mais matar bovinos, caprinos, suínos, nem galinha e nem peixe, para consumir sua carne, pois ela será produzida em laboratório, apenas com células animais.

Assim, deixarão de existir as grandes fazendas que fazem tantos animais passarem uma breve vida de sofrimento e que são responsáveis por grande parte da destruição do planeta.

Agora, a novidade é que a startup carioca Sustineri Piscis obteve a primeira bioprodução da carne de pescado por meio do cultivo celular no Brasil.

Como funciona a bioprodução da carne de peixe?

No processo da Sustineri Piscis, a partir da biópsia de quatro espécies comerciais de peixe foram obtidas e cultivadas células-tronco que serviram de fonte das linhagens celulares, que possuem alta capacidade de reprodução.

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Depois, foram definidos os melhores nutrientes e as condições de cultivo em laboratório para seu crescimento. As células foram então alimentadas em biorreatores para formar a biomassa de proteínas da carne de pescado.

Ainda não temos essa carne de peixe de laboratório pronta para consumo, mas a ideia é alcançar um protótipo até o final de 2022. Assim, no início de 2023, a startup já poderá iniciar a produção industrial e a comercialização de peças.

Até o momento, a startup conseguiu a reprodução celular da garoupa, do cherne, do robalo e do linguado. A expectativa é que, no futuro, seja possível ter a carne cultivada de outros peixes nobres, como atum, salmão, bacalhau e namorado.

Uma das soluções para o futuro da humanidade

Indo além do objetivo de proteger os animais e a natureza em geral, a reprodução celular será cada vez mais importante no futuro para preservar a vida humana.

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A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que será necessário aumentar a produção de alimentos em 70% até 2050, quando a população mundial deve chegar a quase 10 bilhões de pessoas, de acordo com projeções.

“Não vai substituir totalmente a carne global, mas é uma alternativa mais ecológica, sustentável. Você tem economia de água, espaço. Quando você fala de peixe, significa não ter mais que ficar pescando, acabando com populações, inclusive ameaçadas de extinção” — disse o biólogo marinho Marcelo Szpilman, fundador e CEO da Sustineri Piscis. — “Não tem outro caminho. Não tenho dúvida nenhuma de que lá na frente a gente vai ter a possibilidade de comer uma picanha produzida em laboratório. É carne genuína de pescado, de boi”.

Maior segurança alimentar também é uma questão benéfica nessa história, já que o peixe e outras carnes produzidas a partir de células-tronco estão livres de contaminantes e agrotóxicos, não têm espinha e parasitas.

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Veja também: Alimentos processados são sempre piores que suas versões naturais?

Fonte: O Globo Economia

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