Jô Soares morreu aos 84 anos em 5 de agosto de 2022, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internado desde 28 de julho.
Os brasileiros ficaram de luto pela perda de um artista multifacetado que fez a diferença na televisão brasileira durante décadas.
Então, para prestar uma devida e singela homenagem a ele, hoje vamos falar brevemente da biografia de Jô Soares para quem não sabe ou não se lembra de tudo o que ele fez em mais de 50 anos de carreira.
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Filho do empresário Orlando Soares e da dona de casa Mercedes Leal, José Eugênio Soares nasceu em 16 de janeiro de 1938, no Rio de Janeiro.
Aos 16 anos, se mudou para a Europa porque iria estudar para ser diplomata. Foi por conta dos estudos e das viagens que Jô se tornou poliglota, falante de inglês, francês, espanhol, alemão e italiano.
Nessa época, a vida de Jô Soares foi tomando um rumo diferente, pois ele percebeu que tinha talento e muito gosto pelas artes.
Na década de 1950, quando voltou para o Brasil, Jô seguiu fazendo apresentações musicais, tocando bongô, e começou a inserir o humor em suas apresentações.
Foi assim que Jô iniciou sua carreira como ator, na década de 50, com o primeiro papel importante no programa Noites Cariocas, na TV Rio.
Já na década de 60, ele foi para a Record, atuando no programa Praça da Alegria. Anos mais tarde, em 1967, Jô Soares emplacou seu primeiro grande sucesso no programa Família Trapo, em que foi roteirista e interpretou o mordomo Gordon.
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Na década seguinte, Jô foi para Rede Globo, se destacando com um dos melhores comediantes da emissora. Quem é da época deve se lembrar dele nos programas Faça Humor Não Faça Guerra, Satiricom e Planeta dos Homens.
Depois de tantos sucessos, em 1981 ele ganhou o próprio programa, Viva o Gordo, ainda na Globo, que fez enorme sucesso e ficou marcado na lembrança dos brasileiros.
Jô Soares quis, então, trazer para o Brasil o modelo de programa de entrevistas que já era bem famoso nos Estados Unidos, mas a Globo disse que não tinha espaço para isso.
Assim, Jô decidiu ir para o SBT, onde Silvio Santos abriu espaço para o famoso Jô Soares Onze e Meia, um programa de entrevistas que passava diariamente. Foi com esse programa que Jô se tornou o apresentador mais bem pago do Brasil, com um salário de 2 milhões de cruzados.
Foi preciso provar para a Globo que esse formato de programa era uma grande virada de sucesso para a televisão, para que Jô retornasse à emissora nos anos 2000 à frente do Programa do Jô – no qual foi ainda mais valorizado.
Além do salário muito maior do que recebia no SBT, Jô ficou consagrado como apresentador, 16 anos no ar com o programa. Nesse tempo todo, somando SBT e Globo, ele entrevistou nada menos do que 21.353 entrevistas.
Digno de grande reconhecimento pelo seu trabalho, em 2002 Jô foi homenageado pelo jornal The New York Times, com uma matéria completa na qual foi muito elogiado.
Mais tarde, aos 57 anos de idade, Jô iniciou sua carreira na literatura. Escreveu e publicou o romance O Xangô de Baker Street e As Esganadas. Foram mais de 1 milhã de exemplares vendidos.
Em 2016, ele foi eleito Imortal da Academia Paulista de Letras, ocupando a cadeira número 33. No evento, ele fez um discurso emocionado sobre sua história e agradeceu o reconhecimento.
Jô foi casado por 3 vezes: com a atriz Teresa Austregésilo, com a atriz Sylvia Bandeira e com a designer gráfica Flávia Junqueira.
Jô teve um filho, Rafael, do primeiro casamento, que tinha autismo severo e que faleceu em 2014, aos 50 anos, por conta de câncer cerebral. O pai foi trabalhar no mesmo dia, prestando uma emocionante homenagem ao filho.
O Brasil perdeu uma pessoa muito talentosa, que viveu o bastante para ser o homem produtivo que quis ser, e receber o merecido reconhecimento pelo seu trabalho e personalidade. Vá em paz, Jô Soares.
Com informações de Canal 90