A corrida é comprovadamente um método eficaz para melhorar a disposição e o estado de espírito. Além, é claro, de ser uma alternativa primordial para alcançar um bom condicionamento físico.
Mas além destes fatores que beneficiam todas as pessoas, a corrida pode ter um efeito especial nos portadores de depressão e ansiedade, tão importante quanto a insulina para um diabético.
Exercício como antidepressivo
A corrida atua na saúde física e também mental, trabalhando em favor do reequilíbrio do organismo como um todo. Assim que a prática da corrida termina, a pessoa sente-se renovada e mais preparada para lidar com o dia. Por isso, pode ser interessante correr logo pela manhã.
Há um estudo que aponta que os exercícios aeróbicos podem ser tão eficazes quanto antidepressivos no tratamento de casos moderados de depressão e ansiedade. Com estes resultados comprovados, a corrida passou a ser parte das recomendações médicas na Holanda, Austrália e Reino Unido.
O que acontece é que além da liberação das endorfinas, que trazem uma sensação de alívio e prazer, o efeito da corrida também age em longo prazo nas estruturas do cérebro, através do hábito diário dessa prática.
Enquanto o corpo está concentrado na corrida, podem surgir os mesmos pensamentos negativos que surgem quando se está deitado na cama, mas eles não terão a mesma força. A corrida traz a sensação de estar buscando algo; de estar resolvendo uma situação, e basta continuar, este é o único esforço que tem de fazer.
Assim, a corrida torna-se uma grande aliada a quem está tratando depressão e ansiedade. Ela reúne suas forças e concentra suas energias em algo que lhe faz sentir útil. Enquanto pratica a corrida, a mente e o corpo estão em plena atividade, colaborando para que todos os sistemas do organismo funcionem em equilíbrio.
Mesmo que voltem a ocorrer episódios em que não há razão para levantar-se na cama e fazer o dia acontecer, não deve-se deixar desistir. A corrida estará sempre pronta para recomeçar, basta trocar de roupa e sair pela porta.
Se não há motivação suficiente, faça como uma ação automática, sem pensar nas razões que tem para fazê-lo, simplesmente faça, como se precisasse levantar para ir ao banheiro. Depois que tiver começado, provavelmente conseguirá encontrar o propósito e terá vencido mais um dia.
Outro estudo publicado nos Arquivos de Medicina Física e Reabilitação, mostrou que maratonistas (habituados com a corrida) conseguem obter duas vezes mais efeitos positivos após terminar uma corrida do que pessoas sedentárias.
Essa diferença ocorre justamente pelo hábito, já que o corpo não se sentirá tão fadigado e estará mais revigorado quando está acostumado a correr. Esse efeito também age no cérebro, que terminará o exercício mais focado em pensamentos positivos do que negativos, reduzindo a importância daquilo que lhe faz mal.
Depois de conseguir juntar forças e correr diariamente após um mês, as mudanças estruturais no cérebro começam a acontecer da mesma forma que os efeitos de um antidepressivo, só que de forma natural: aumentando os níveis de serotonina e norepinefrina e desenvolvendo novos neurônios saudáveis.
Converse com seu médico sobre a prática da corrida ou outro exercício com alto gasto de energia, pois os efeitos são realmente profundos e certamente irão contribuir para uma melhora efetiva da depressão e da ansiedade.