O debate é interminável: de um lado, os pais que acham certo deixar o bebê chorar até dormir, pois acreditam que serve como um treinamento do sono.
Do outro lado, os pais que acreditam que, se o bebê está chorando, ele precisa de alguma coisa e merece atenção. Assim, quando estiver bem, irá dormir tranquilo e não haverá sentimento de abandono.
Bem, os pais conhecem seus filhos melhor do que ninguém. No entanto, apenas os especialistas têm argumentos científicos para nos mostrar o que parece ser a melhor opção.
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Deixar ou não o bebê chorar até dormir: conheça o estudo
Em 2015, Wendy Hall, pesquisadora canadense do sono infantil, estudou 235 famílias com bebês de seis a oito meses de idade.
O objetivo de Wendy era ver se o treinamento do sono realmente funcionava, analisando pontos positivos e negativos dessa prática.
Aqui, vale ressaltar que o treinamento do sono não se resume a deixar o bebê chorar sozinho até pegar no sono. Esse treinamento pode ser qualquer estratégia empregada pelos pais para incentivar seus bebês a dormir à noite – o que pode incluir deixá-lo chorar até dormir, caso acorde no meio da noite.
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Os pais e seus bebês foram divididos em dois grupos
Os dois grupos foram separados de forma aleatória. Metade dos pais recebeu instruções sobre o que é chamado de “extinção gradual”, “conforto controlado” ou “choro controlado”.
Significa atender ao choro de um bebê em intervalos curtos, deixando-o sozinho pelo mesmo período de tempo, com os intervalos aumentando gradualmente, independentemente da reação da criança.
Para garantir que os dois grupos recebessem algum tipo de instrução, os pais do grupo controle receberam informações sobre a segurança dos bebês.
Além de pedir aos pais que mantivessem diários do sono, o estudo de Wendy incluiu a actigrafia, que é o uso de aparelhos vestíveis para monitorar os movimentos e determinar os padrões de acordar e dormir dos bebês.
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Resultado – é melhor deixar chorar ou não?
Quando os pesquisadores compararam os diários do sono, eles concluíram que os pais que haviam feito o treinamento acreditavam que seus bebês acordaram menos à noite e dormiram por períodos mais longos.
Mas, ao analisar os padrões de dormir e acordar exibidos pela actigrafia, a conclusão foi diferente: os bebês que receberam treinamento do sono estavam acordando com a mesma frequência do grupo controle.
Os autores do estudo relataram que “após seis semanas, não houve diferença na alteração média de episódios de sono longo ou despertar entre os grupos que receberam a intervenção e os grupos controle, segundo a actigrafia”.
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A ideia é educar o bebê a voltar a dormir sozinho
Para Wendy, isso demonstra que a intervenção foi um sucesso. Os bebês continuam a acordar, mas aprendem a não chorar e voltam a dormir sem a ajuda dos pais.
“O que estávamos tentando fazer era ajudar os pais a ensinar seus filhos a cuidar de si próprios”, disse Wendy.
“Na verdade, não estávamos dizendo que eles não iriam acordar. Estávamos dizendo que eles iriam acordar, mas não precisariam alertar seus pais. Eles poderiam voltar sozinhos ao seu próximo ciclo de sono”, finalizou.
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Fonte: UOL Universa/BBC
