Nos Estados Unidos e em vários países da Europa, o autoteste de covid já é usado. Mas, no Brasil, só são liberados os testes feitos na farmácia, manipulados por um profissional. A estratégia do autoteste está sendo estudada para liberação no Brasil, mas ainda depende de informações que a ANVISA pediu ao Ministério da Saúde.
No dia 19 de janeiro, ocorreu uma reunião da diretoria da Anvisa para debater sobre a liberação dos autotestes, conforme pedido do Ministério da Saúde em 13 de janeiro.
Porém, a agência precisa de mais informações sobre como será o uso desses autotestes antes de liberá-los e deu 15 dias para o Ministério da Saúde apresentar as respostas.
As dúvidas da Anvisa estão relacionadas à falta de políticas públicas detalhadas para a aplicação dos testes de forma segura e eficaz.
“Uma aprovação nestes moldes pura e tão somente forneceria a possibilidade de acesso a um instrumento de triagem diagnóstica, que necessariamente precisa vir a reboque de uma política pública, no sentido de sanar uma série de questões até o momento não totalmente contempladas pela análise que fizemos”, afirmou o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres.
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Para o que serve e como funciona o autoteste de Covid?
O autoteste, como o nome indica, é feito pela própria pessoa, sem ajuda profissional, apenas seguindo as orientações do fabricante, na bula do teste. A ideia é ser mais prático, podendo fazer o teste em casa ou antes de entrar em algum estabelecimento, em poucos minutos.
Muitos países já aderiram aos testes e concordam que essa é uma boa estratégia para evitar que, por exemplo, uma pessoa infectada (sem sintomas) entre numa festa e transmita o vírus para todas as outras, acreditando que estava saudável e que não foi ela a responsável pela proliferação da Covid.
Uma das grandes vantagens é que o autoteste é rápido e fácil de fazer, embora seja importante seguir o passo a passo correto. A própria pessoa faz a coleta do material (muco nasal) e descobre se está ou não infectada. Em caso positivo, a pessoa deve se isolar por 10 dias e avisar às pessoas com quem teve contato.
De acordo com o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos “você pode fazer o autoteste mesmo que não tenha sintomas e esteja totalmente vacinado. Por exemplo, se tiver tido contato com pessoas que ficaram doentes ou tiver se exposto a algum risco, o autoteste contribui para tomar decisões que vão ajudar a prevenir a disseminação de Covid-19”.
Todos estamos sujeitos a contrair o vírus e transmitir para os outros sem saber, pois muitas vezes não há qualquer sintoma. Então, o autoteste de Covid é uma forma de nos policiarmos com mais eficácia e proteger os outros também.
De fato, funciona. Mas, para isso, é preciso haver um plano de como vai funcionar o uso dos autotestes. Para os diretores da Anvisa, o governo precisa esclarecer, entre outros pontos, se haverá um mecanismo para notificar os casos positivos e de que forma estes números serão incluídos nos dados oficiais.
Também é preciso garantir que o autoteste venha com uma explicação clara e simples de como fazê-lo, reduzindo as chances de resultados falsos causados pela aplicação errada.
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