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Crédito: Freepik

Estudo mostra aumento de mortes por abuso de álcool na pandemia

Não apenas o álcool, mas as drogas em geral, lícitas e ilícitas, estão servindo de muleta para milhares de pessoas.

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Ao longo de dois anos de pandemia, muitos estudos foram feitos acerca da saúde mental das pessoas em meio à crise. Agora também sabemos que recorrer a drogas lícitas, como o álcool, foi um dos maiores escapes que as pessoas encontraram para lidar com os problemas.

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Nos Estados Unidos, pesquisadores do Instituto Nacional sobre Abuso de Álcool e Alcoolismo (NIAAA, na sigla em inglês) descobriram que o número de mortes envolvendo álcool passou de 78.927 em 2019 para 99.017 em 2020, um aumento de 25,5%.

Entre os casos de mortes por álcool nesse período, há desde intoxicação pelo consumo excessivo até casos de falência hepática relacionada à bebida.

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Os dados foram apresentados em um estudo publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA), no dia 18 de março de 2022, e refletem um fenômeno também registrado em outros países, como o Brasil.

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Os pesquisadores acreditam que, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, o aumento desses números pode estar relacionado ao estresse gerado pela pandemia.

As pessoas tiveram de lidar, ao mesmo tempo, com o enfrentamento do isolamento e mudanças abruptas na rotina, no trabalho e nos hábitos de consumo, além dos adiamentos dos tratamentos de saúde física e mental.

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“Maior consumo de álcool para enfrentar fatores de estresse relacionados à pandemia, mudanças de políticas relacionadas ao álcool e interrupções no acesso a tratamento são possíveis fatores que contribuíram (para o aumento)”, dizem os pesquisadores norte-americanos.

Em entrevista para a BBC News Brasil, um dos principais autores do estudo, Aaron White, disse ter ficado surpreso com esse rápido aumento de mortes por causa do abuso de álcool.

“Estávamos preocupados com a possibilidade de um aumento grande nas mortes, porque sabemos que as pessoas tendem a beber mais quando estão sob estresse, e a pandemia é uma enorme fonte de estresse. Mas não antecipávamos que fosse ser uma mudança tão grande. Até então, nos últimos 20 anos, o maior aumento anual havia sido de cerca de 5%”.

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Como foi feito o estudo das mortes por álcool na pandemia

Para chegar aos resultados, White e seus colegas analisaram certidões de óbito de pessoas com 16 anos ou mais em que o álcool foi listado como causa principal ou fator que contribuiu para a morte, como doenças do fígado associadas ao álcool, de transtornos mentais e de comportamento relacionados ao consumo de álcool e de overdose de drogas envolvendo álcool.

Resultados

O estudo revelou aumento nos óbitos por álcool de homens e mulheres de todas as idades, com os maiores saltos nas faixas etárias de 35 a 44 anos (39,7%) e de 25 a 34 anos (37%).

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Estudo brasileiro sobre morte por álcool e transtornos mentais

No Brasil a situação também piorou, como já mencionado. De acordo com um levantamento divulgado em 2021 pela organização independente de saúde pública Vital Strategies, com base em dados do Ministério da Saúde brasileiro, de 2019 para 2020 houve aumento de 18,4% em mortes relacionadas a transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool.

O levantamento no Brasil usou critérios diferentes do estudo norte-americano, mas o salto no primeiro ano da pandemia também ficou muito acima da média da década anterior, como aconteceu nos EUA, em que nos 20 anos anteriores, de 1999 até 2019, a média de crescimento foi de “apenas” 2,5% por ano.

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Fonte: BBC News Brasil

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