Nesta terça-feira (22), o Governador da Flórida foi a público pedir a impugnação do resultado que deu o título de campeã dos 500m livre à atleta trans Lia Thomas, nos jogos atléticos universitários da NCAA (National Collegiate Athletic Association). Segundo Ron DeSantis, a “detentora legítima” deveria ser a segunda colocada na prova, Emma Weyant – uma atleta heteronormativa.
Com o título, Lia Thomas fez história como a primeira atleta transgênero a vencer um campeonato americano de natação universitária. Entretanto, sua vitória causou uma reação (in)esperada de políticos de direita, que se opõem a atletas transgêneros participando de competições femininas.
“É minha convicção que homens não devem competir contra mulheres como Emma Weyant. […] A Flórida rejeita os esforços da NCAA para destruir o atletismo feminino, desaprova a ideologia da NCAA sobre a biologia e se ofende com a tentativa da NCAA de tornar os outros cúmplices de uma mentira”, disse o Governador em comunicado oficial.
Transfobia: você sabe o que é e como ajudar a combater?
Apesar de estar passando por terapia de reposição hormonal há dois anos e meio, Lia Thomas ainda não estaria autorizada pela USA Swimming a competir. A política da entidade exige que atletas trans passem por três anos de tratamento.
Sobre a repercussão do caso, Thomas preferiu focar no esporte: “tento me concentrar na natação, no que preciso fazer para me preparar para as competições e tento bloquear todo o resto”.
Aproveite e veja: Atriz e cantora trans se emociona ao vestir sutiã pela primeira vez
Erica Sullivan, medalha de bronze na competição, declarou apoio às atletas trans, argumentando que o esporte feminino tem outras questões mais importantes a serem abordadas do que a ideologia de gênero.
“Como mulher no esporte, posso dizer que sei quais são as verdadeiras ameaças ao esporte feminino: abuso e assédio sexual, salários e recursos desiguais e falta de mulheres na liderança. Meninas e mulheres transgênero não estão nesta lista”, escreveu a nadadora.
Veja também: Tipos de assédio no trabalho: como identificar e o que fazer
