Antes da pandemia do coronavírus, muitas pessoas já estavam se adaptando a uma vida mais digital, trabalhando e praticando várias atividades via internet. As videoaulas já eram oferecidas para cursos à distância, mas não chegavam a ser uma necessidade.
Porém, agora que todas as escolas de ensino regular e superior estão fechadas, muitos professores estão precisando usar o recurso da videoaula para manter seus alunos a par do conteúdo.
O problema é que nem todos os professores têm alguma familiaridade com essa tecnologia, e nesse momento, a empatia dos alunos pode fazer toda a diferença.
A professora de matemática Débora Meneghetti, do colégio GGE de Recife (PE), nunca tinha trabalhado com ensino à distância na vida, mas estava prestes a enfrentar esse desafio.
Ela fez tudo direitinho. Foram 4 dias de treinamento, preparou a aula em slides, tinha a plataforma correta, só que na hora da aula, deu tudo errado.
“Descobri que meu computador tava sem som, que a webcam tava quebrada, uma porção de coisas que habitualmente eu não uso e, de repente, eu tive que usar. Eu tive que adaptar celular e computador, então eu pegava som do celular e imagem do computador”, disse a professora.
Os alunos perceberam que a professora estava com problemas técnicos que não conseguia resolver sozinha, já que não estava acostumada a lidar com os equipamentos para essa finalidade.
“Ela ficou mutada, falava, mas ninguém ouvia. Depois ela apareceu com duas câmeras. Quando ela conseguiu resolver o problema do áudio já tinha passado metade da aula, aí ela não conseguia botar os slides, o material que ela havia preparado”, disse a estudante do 1º ano Laura Pinel.
A professora ficou nervosa e os alunos a acolheram
É compreensível que, depois de tanto preparo e tentativas para que a aula desse certo, a professora Débora ficasse frustrada com a situação. Os alunos perceberam que ela estava nervosa e triste.
Porém, o melhor aconteceu. A professora começou a receber uma corrente de mensagens positivas dos alunos, oferecendo apoio e compreensão.
“Começaram a me mandar muitas mensagens, mas umas mensagens muito carinhosas. Aí eu já tava tensa, cansada, comecei a me emocionar e eles perceberam que eu estava chorando“, disse a professora de matemática.
A partir desse momento, não foi mais possível levar a aula adiante, pois a professora desabou no choro. Mas ela agradeceu todo o apoio, que inclusive continuou a chegar mesmo depois do ocorrido.
Débora recebeu mensagens até mesmo de ex-alunos, mais antigos, e também recebeu suporte da administração da escola para que conseguisse resolver os problemas e dar as próximas aulas.
“A atitude de todos eles foi de muita empatia, muito carinho, muito amor. Compreenderam a situação que eu tava passando e foram solidários, e isso foi muito bom, me deu muita alegria, sabe?”, finalizou a professora.
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