Anticoncepcional
Crédito: Freepik

Anticoncepcional masculino é estudado por cientistas brasileiros

Ainda são necessários mais estudos para viabilizar o fármaco, mas a equipe está no caminho certo

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Já falamos aqui sobre a criação norte-americana de um anticoncepcional masculino que, finalmente, foi testado com sucesso. Os estudos para chegar a um método contraceptivo em forma de pílula para homens ocorrem há anos, mas a dificuldade está em controlar efeitos colaterais.

Agora, uma equipe de pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (UNESP), de Botucatu, também está avançando nas pesquisas.

O estudo foi publicado na revista Molecular Human Reproduction e aponta que, a partir de uma proteína chamada EPPIN – descoberta há duas décadas e com papel no controle da movimentação dos espermatozoides –, é possível a criação de medicamentos que impactem a fertilidade do homem.

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Quem explica o funcionamento do anticoncepcional masculino é o professor do Departamento de Biofísica e Farmacologia da Unesp, Erick José Ramo da Silva:

“Logo após a ejaculação, o sêmen se torna uma massa gelatinosa. Essa massa prende o espermatozoide, inibindo sua movimentação. Isso é importante para evitar que ele gaste energia em um momento que não é necessário.”

Os cientistas descobriram que a proteína EPPIN interage com as proteínas que estão nessa massa e atuam no processo que mantém os espermatozoides imóveis. Somente quando ela se desfaz é que eles adquirem movimentação.

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Mais estudos são necessários para a eficácia do anticoncepcional

Apesar desse efeito, conforme disse o professor, para produzir um remédio que diminuísse a contagem de espermatozoides a ponto de inibir a fertilidade seria preciso um tratamento que demoraria de 3 a 4 meses para fazer efeito, a partir do momento em que o homem começasse a usá-lo.

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 “O homem ejacula milhões de espermatozoides, mas só é necessário um para cumprir o seu papel, então a eficácia desse tipo de estratégia tem que ser muito alta para que, de fato, possamos atingir um efeito contraceptivo eficiente”, comenta o professor.

Ele destaca que o processo é mais complexo do que a versão feminina do fármaco. “Comparando com a pílula feminina, o anticoncepcional inibe uma ovulação por ciclo, já o masculino teria que inibir a função de inúmeras células ou, até mesmo, a produção de milhões de espermatozoides por minuto”, finaliza o professor.

Então, ainda é necessário continuar as pesquisas para que esse anticoncepcional masculino seja viável e de ação mais rápida. Entretanto, a equipe está no caminho certo.

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Fonte: O Globo Saúde

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