Este é o primeiríssimo animal geneticamente modificado a ser autorizado a cair em nossos pratos, à refeição. Este salmão geneticamente modificado, também conhecido nos Estados Unidos como “frankenfish”, apresenta variados riscos para os consumidores e para a população de salmão, que mesmo antes disso já se encontrava ameaçada. Esse salmão será o primeiro animal geneticamente modificado a entrar na nossa cadeia alimentar.
O “frankenfish” pode crescer até duas vezes mais rápido do que o salmão selvagem e foi criado pela AquaBounty Technologies. Como a FDA – a Food and Drug Admnistration – e a AquaBounty Technologies não se esforçaram por realizar estudos suficientes nesses peixes, o consumo desta criatura geneticamente modificada pode envolver riscos elevados para a nossa saúde. A inspeção levada a cabo pela FDA falhou e por isso, não é possível entender qual será o impacto que esse salmão terá na saúde e no futuro de quem o consumir. Andrew Kimbrell, o diretor executivo do Center for Fodd Safety disse que esta decisão cria um precedente muito perigoso, rebaixando os padrões de segurança em aquele país.
A FDA teve em atenção apenas dois estudos, ambos levados a cabo pela própria AquaBounty. Um desses estudos foi tão mal conduzido, que a FDA admitiu que ele não apresentava qualquer conclusão em que se pudesse confiar. Os estudos demonstram um grau elevado de hormônios e de alérgenos neste salmão geneticamente modificado.
É assustador pensar nos efeitos que esse aumento de hormônios e alérgenos terão no organismo dos consumidores. Esse salmão geneticamente modificado será produzido no Panamá e será, seguidamente, transportado para os Estados Unidos para consumo.
O processo de como esse salmão é produzido é o seguinte: eles pegam em ovos de salmão fertilizados e injetam neles hormônios, que fazem com que o salmão cresça quatro vezes mais e quatro vezes mais rápido. Investigadores da Purdue University publicaram um estudo onde enumeram as possíveis ameaças e riscos ambientais relacionados com o salmão geneticamente modificado.
Esse peixe pode ter um impacto negativo enorme nos outros peixes, no caso de um deles se escapar para um ambiente selvagem e natural. A possibilidade de isso acontecer é quase uma certeza, de acordo com eventos passados, envolvendo comunidades de salmão criadas em viveiro.
E qual é a pior parte? Esse salmão geneticamente modificado não será categorizado como um produto geneticamente modificado. Scott Faber, o diretor executivo do Just Label It, um grupo de defesa dessa categorização diz que isso é uma ofensa. Ele acusa a FDA de ter uma forma de atuação desatualizada, que continua a esconder as informações do consumidor.
A decisão da FDA é uma grande vitória para as empresas que produzem alimentos geneticamente modificados e uma grande perda para a saúde pública daquele país. Essa é uma grande batalha que vai ter lugar bem dentro dos nossos pratos. É dever dos cidadãos trazer esse tema à praça pública e exigir que o salmão geneticamente modificado seja categorizado como tal.