racismo em escola particular no rj
Crédito: Reprodução

Aluna de 14 anos sofre racismo na escola e o caso vai para a justiça

Sem pensar duas vezes, ela informou à família e divulgou as conversas nas redes sociais

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Ndeye Fatou Ndiaye é uma jovem de 14 anos, filha de pai senegalês, e estuda no colégio particular Franco-Brasileiro, em Laranjeiras, no Rio de Janeiro. Recentemente ela leu uma conversa extremamente racista dos seus colegas de classe em grupo dos alunos. Além de falarem de forma agressiva sobre negros, fizeram também ataques diretos a ela, dizendo que ela fede a chorume e chamando-a de escrava.

A garota, muito inteligente e corajosa, sabia que não poderia deixar essa situação passar sem fazer nada e não se intimidou. Junto da família, ela iniciou processos legais contra os alunos que trocaram as mensagens e também expôs as conversas nas redes sociais, que logo viralizaram.

 

“O meu colégio é um colégio de excelência. É um dos melhores do Rio de Janeiro. Mesmo com pessoas que têm todos os acessos à educação e à informação, continuam se propagando coisas extremamente racistas. Então, é uma forma de mostrar que o racismo está em todos os lugares e que a gente vai combater não só judicialmente, mas com conhecimento e educação”, disse Ndeye, em entrevista ao jornal RJ1.

“Eles acham que fracassaram, mas não fracassaram porque é um pequeno grupo de alunos. A gente tá em 2020. São diálogos que não deveriam estar acontecendo. Foi uma coisa que me deixou bastante indignada e triste pelos meus professores”, completou.

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Os alunos claramente praticaram um ato que se enquadra em crime de racismo, que é inafiançável e imprescritível. A injúria racial, prevista no Código Penal, estabelece pena de reclusão de um a três anos e multa para quem cometê-la.

Ndeye já recebeu apoio de artistas como Taís Araújo e Iza nas redes sociais. “Como você é maravilhosa. Nunca deixe que nenhuma pessoa, por mais idiota e baixa que ela seja, diminua sua força e seu brilho. Você é maior que tudo isso. Somos! É perfeita da cabeça aos pés, por dentro e por fora. E ninguém é bom o suficiente para te dizer o contrário. BRILHA! E agora você tem uma aliada. Estou te seguindo e tô aqui para o que precisar. Ah! Aposto que eles estão morrendo de vergonha agora. Eu quero ver quem falou de você botar a cara aqui. Estou esperando!”, escreveu a cantora Iza num comentário.

A atriz Taís Araújo também enviou seu apoio:

Depois, Luciano Moraes, o coordenador do Colégio Franco-Brasileiro, gravou um vídeo com um posicionamento da instituição. Nele, dava a seguinte mensagem:

“O Colégio Franco-Brasileiro repudia qualquer tipo de atitude racista ou discriminatória. Nos 105 anos de história da nossa instituição, preservamos vários valores que são caros para nós. Entre eles, o da igualdade racial. Assim que soubemos do conteúdo de uma conversa de algumas pessoas no âmbito privado que inclui alunos do Franco-Brasileiro, nós imediatamente agimos. Enviamos um ofício para o Conselho Tutelar, que é o órgão competente para fazer a averiguação, e cobrar explicações de cada um dos envolvidos. Queremos expressar a nossa solidariedade às pessoas que foram atingidas”.

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