Quando ouvimos falar em alimentos processados, acende um alerta na memória. Logo pensamos nos alimentos não recomendados, como embutidos e outros produtos repletos de conservantes e aditivos químicos. Mas, você já parou para pensar que muitos alimentos passam por processos industriais para se tornarem mais seguros à saúde?
Alimentos processados não são sempre os vilões
Podemos considerar, por exemplo, que o leite comprado no supermercado é um alimento processado. E que, se não fosse assim, provavelmente ele estaria matando milhares de pessoas por conta das bactérias nocivas que são eliminadas no processo de pasteurização.
Outro exemplo é dos alimentos que você compra congelados. Claro, muitas vezes eles recebem outros aditivos para ficarem com determinado sabor ou textura, mas, o congelamento em si é um processamento mínimo que permite prolongar a vida do alimento.
Da mesma forma, os processos industriais para alimentos em conserva servem para que esses alimentos durem meses e até anos, quando ainda estão fechados a vácuo no líquido ácido.
E, voltando ao congelamento, pesquisadores já comprovaram que muitos vegetais preservam mais nutrientes quando ficam congelados do que quando são comprados frescos, depois de alguns dias da colheita.
Entre 2017 e 2019, um grupo de pesquisadores estudou os nutrientes em morangos, blueberry, milho, brócolis, couve-flor, vagem, ervilhas e espinafre, adquiridos em três situações: comprados frescos, cinco dias após serem colocados na geladeira e congelados.
O que os pesquisadores notaram foi bem interessante: produtos frescos, mesmo colocados em refrigeração, perdem vitaminas ao longo dos dias. Em alguns casos, os alimentos congelados tinham níveis mais altos de nutrientes do que os armazenados na geladeira.
E temos que considerar que nem sempre os alimentos processados oferecem melhor qualidade em termos de saúde. Por outro lado, eles se tornam mais acessíveis para as pessoas, que podem armazená-los de diferentes formas e comprar em porções menores.
Quais alimentos devemos evitar?
Existem os alimentos levemente processados (in natura), os processados e existem os ultraprocessados, que você deve evitar consumir em excesso.
Esses são os alimentos que recebem uma grande quantidade de substâncias derivadas de alimentos e aditivos químicos que podem alterar a microbiota do corpo humano, gerando inflamações nas células e doenças.
Os ultraprocessados não são todos iguais, então é importante ler a tabela nutricional no rótulo para saber o que está consumindo.
No caso de guloseimas e fast foods, como bolos, biscoitos, chocolates, balas, nuggets, lasanhas prontas e outros que são praticamente “criados” dentro das fábricas, já sabemos que não são as melhores escolhas para o dia a dia.
Esses alimentos tendem a ser mais calóricos, mais pobres nutricionalmente e aumentam o risco de doenças cardiovasculares, como colesterol alto, aterosclerose e problemas cardíacos, além do risco de diabetes, obesidade e suas consequências.
Veja também: Mitos e verdades sobre alimentação saudável
Artigo com informações de BBC