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Como adotar uma alimentação intuitiva e deixar de sofrer com dietas

Não é fácil viver refém de dietas que não trazem resultado. A quebra desse ciclo pode estar em pegar mais leve consigo mesmo

Crédito: Freepik

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As dietas restritivas podem ser necessárias em várias situações, como depois de uma cirurgia. Também em casos de doença, como obesidade e as outras situações que surgem a partir dela. Mas há casos em que a dietas deveriam ser substituídas pela alimentação intuitiva, que consiste em comer só o suficiente, sem aquela rigidez que, muitas vezes, leva ao fracasso da dieta.

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O que é a alimentação intuitiva?

O termo foi usado pela nutricionista Evelyn Tribole, coautora do popular livro “Intuitive eating: A revolutionary anti-diet approach” (“Comendo intuitivamente: Uma revolucionária abordagem anti-dieta”).

Para a autora, estudos anteriores ao seu livro serviram de inspiração. Um estudo em específico, realizado nos anos 1970, descobriu que as pessoas que faziam dieta tinham a tendência de comer muito mais quando comiam algo proibido.

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Essa condição foi chamada pelos pesquisadores de “efeito dane-se”, ou seja, já que estraguei a dieta mesmo, vou meter o pé na jaca e dane-se. Era assim que Evelyn Tribole via seus pacientes, sempre vivendo num ciclo de excessos: começa dieta, estraga a dieta, abusa das comidas e recomeça dieta.

Foi assim que Tribole, junto com a outra autora do livro, Elyse Resch, desenvolveram a alimentação intuitiva. O objetivo era ensinar as pessoas a pararem de fazer dieta e, em vez disso, sintonizar as necessidades de seus corpos.

Os princípios da alimentação intuitiva

Para colocar a teoria em prática, as autoras entenderam que tinham de ensinar as pessoas a ouvirem suas necessidades de fome, saciedade e satisfação da mesma forma que ouviam nossas necessidades de ir ao banheiro, por exemplo. Então, elas criaram 10 princípios para a alimentação intuitiva, que são:

Rejeite a mentalidade de dieta

Procure os sinais da cultura da dieta em sua vida. Eles vêm do seu médico? De membros da sua família? De você mesma? Livre-se dos livros de dieta e pare de seguir contas nas redes sociais que focam na cultura da dieta e de perda de peso.

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Honre sua fome

Pense em como é a fome para você. É sempre um ronco no estômago? Seu humor muda? Você fica irritado? Quando você sentir muita fome esta semana, observe e pense por que isso acontece. Ficou muito tempo sem comer?

Faça as pazes com a comida

Faça uma lista de todos os alimentos que você não se permite comer (excluindo quaisquer alergias alimentares). Agora, dê-se permissão para comê-los. Comece com um alimento e preste muita atenção em seu gosto e em como ele faz você se sentir. Você pode descobrir que não gosta da comida tanto quanto pensava — ou redescobrir o quanto ama a comida e se dar permissão para começar a apreciá-la novamente.

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Desafie a patrulha alimentar

Anos de dieta podem nos ensinar que somos “bons” ao comermos vegetais e “ruins” ao comermos bolo. Faça uma lista de todas as regras que você tem em relação à alimentação. Você evita carboidratos? Nunca come sobremesa? Conta calorias na sua cabeça o dia todo? O que acontece se você quebra uma regra? Você come compulsivamente uma comida e depois se pune por isso? O objetivo aqui é conscientizar quanto espaço do cérebro é dedicado ao policiamento dos alimentos que você come e como essas regras alimentares podem atrapalhar a alimentação consciente.

Descubra o fator satisfação

Faça a si mesmo uma pergunta simples: o que é ter uma refeição satisfatória para você? Pense nos componentes dessa refeição e em como você quer se sentir quando terminar. Sua refeição pode envolver alimentos específicos ou pode ser um piquenique no parque, uma noite em um restaurante favorito ou um jantar ou churrasco com amigos ou familiares.

Sinta sua plenitude

Preste atenção ao seu corpo no meio de uma refeição ou lanche. Faça duas perguntas: como está o sabor? Onde estão minha fome e plenitude agora? Tribole observa que algumas pessoas acham esse exercício difícil e não há maneira certa ou errada de fazê-lo.

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Aproveite e veja: Fome emocional: as diferenças entre fome e vontade de comer

Lide com suas emoções com gentileza

Verifique suas emoções fazendo duas perguntas: o que estou sentindo agora? Do que eu preciso agora? A resposta pode ser que você precisa de uma pausa, uma distração (como assistir a um vídeo engraçado), um telefonema com um amigo, um cochilo, uma caminhada. Ou você pode realmente estar com fome. A dieta crônica pode criar uma tendência a reagir às emoções comendo. O objetivo deste exercício é expandir sua caixa de ferramentas para lidar com essas emoções.

Respeite seu corpo

Evite comentários corporais sobre você e os outros. Reserve um momento consciente para pensar nos comentários corporais que você fez aos outros e nos pensamentos corporais que teve sobre si mesmo. O objetivo deste exercício é aceitar seu projeto genético. Você não se culpa pelo tamanho do seu pé ou pela sua altura. Pare de se culpar pelo tamanho do seu corpo. A diversidade corporal faz parte da natureza e pesquisas mostram que o peso está muito além do nosso controle consciente.

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Sinta a diferença de movimento

Concentre-se em como se sente quando você se move, seja fazendo tarefas domésticas, caminhando até a caixa de correio ou malhando. E aqui está uma reviravolta: pense em como você se sente quando não está se movendo também. Descansar é importante! O objetivo deste exercício é parar de calcular as calorias que podemos queimar durante o exercício e o movimento, e começar a focar em como o bom movimento nos faz sentir.

Honre sua saúde com uma nutrição suave

Escolha um vegetal e encontre uma nova receita para torná-lo delicioso. As dietas muitas vezes nos ensinam que os chamados “alimentos saudáveis” devem ser relativamente insípidos. Tribole observa que muitos de seus pacientes desenvolveram uma aversão a vegetais como resultado de dietas que incluem vegetais cozidos simples ou salada sem molho. O conceito de nutrição suave, ela explica, se resume a isso: “Faça escolhas alimentares que honrem sua saúde e seu paladar enquanto fazem você se sentir bem”.

Veja também: Comer menos pode aumentar a longevidade

Fonte: O Globo Saúde

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