Como ajudar as crianças a conviver com avós com Alzheimer
Crédito: Freepik

Como ajudar as crianças a conviver com avós com Alzheimer

Ensinar a criança sobre o que está acontecendo e como se comportar é essencial para manter uma convivência familiar saudável para todos

Publicidade

Quando avós são diagnosticados com Alzheimer, não devem perder o contato e a relação com os netos. Pelo contrário. Essa relação é uma das formas de ajudar o idoso a manter seu cérebro funcionando melhor, pois enquanto ele interage com a criança está mais feliz, calmo, trabalhando a memória, a coordenação motora e a imaginação.

Para a criança é igualmente importante que essa relação com os avós seja mantida. Os pais podem explicar que o avô ou avó está doente, a partir do momento em que a criança perceber as mudanças de comportamento do idoso devido à doença. Antes disso, não é necessário. E quanto for explicar, deve ser de acordo com a capacidade de compreensão da criança, conforme sua idade.

Dicas para manter a boa convivência entre crianças e avós com Alzheimer

As pessoas em um estágio mais avançado de Alzheimer apresentam sinais característicos, como dificuldade em lembrar de nomes, fazer a mesma coisa várias vezes, vestir várias peças de roupa, parecer perdida.

As crianças com uns 5 anos já se dão conta dessas diferenças no comportamento do idoso, então podem perguntar por que ele está agindo assim. A partir desse momento, os pais (ou outros adultos responsáveis) devem explicar de forma simples e clara.

Publicidade

Nunca usar termos pejorativos

Nunca diga à criança que o avô/avó está louco, caduco ou gagá, como costumava-se dizer antigamente. Esses são termos ofensivos e desrespeitosos com o idoso, e é isso que você estará ensinando a criança a ser.

Pode dizer a verdade: “ele está com uma doença chamada Alzheimer, e essa doença faz com ele se esqueça de algumas coisas”. Em seguida, envolva a criança como parte importante da vida do idoso: “Por causa disso, ele precisa de ajuda para se lembrar das coisas, e você pode ajudar”.

A família continua sendo a mesma

Apesar da doença, é importante a criança perceber que a convivência da família continua a mesma, pois quando uma pessoa fica doente, ela precisa do apoio das pessoas que ama. Esse é um ensinamento de empatia que a criança vai levar para a vida, inclusive se sentindo mais segura ao saber que tem uma família para contar quando precisar.

Inserir a criança em atividades com o idoso

Tanto para a criança quanto para o idoso é importante fazer atividades recreativas no dia a dia. Então, organize atividades simples que eles possam fazer juntos, como caminhar, ver um álbum de fotos, jogar um jogo de tabuleiro ou de montar, cuidar das plantas, dobrar roupas e afins. Lembre-se de estar sempre por perto, supervisionando eles nas atividades.

Publicidade

Ensinar a ter paciência

A paciência é uma das principais virtudes das pessoas que convivem com um paciente de Alzheimer. O ritmo da vida muda bastante ao lado dessa pessoa, por isso a criança deve praticar essa paciência constantemente, e deve saber o motivo de precisar fazer isso. Inclusive, desenvolver a paciência com as pessoas é uma qualidade que a criança levará para a vida toda.

Falar sobre os assuntos repetidos

Se a criança estiver ciente de que o avô/avó irá repetir a mesma história várias vezes por causa da doença, será mais fácil ter paciência e não ficar dizendo “vovô, você já disse isso mil vezes”. A criança aprenderá a respeitar e a lidar com isso com bom humor.

Uso de frases curtas para se comunicar

Ensine a criança a usar frases curtas e simples para conversar com o avô/avó, pois ele tem dificuldade em entender explicações longas. Quando ela quiser explicar/contar algo mais complexo, pode escolher você ou outra pessoa que conseguirá compreender.

Publicidade

Ensinar sobre o excesso de barulho e movimentos

A interação com o avô/avó deve ser compreendido pela criança como um momento de mais tranquilidade, com menos barulho e agitação, pois causa confusão mental no idoso com Alzheimer. Então, proporcione a eles atividades mais calmas que possam fazer juntos e se divertir. A criança precisa enxergar entusiasmo nessa interação, mesmo que seja calma.

Fale sobre a agressividade

Pode haver momentos em que o idoso com Alzheimer apresente um comportamento agressivo, e isso pode assustar a criança. Então, prepare ela para isso. Diga que às vezes pode acontecer um comportamento desse tipo, e que também faz parte da doença. Espere o idoso se acalmar para propor uma interação mais ativa entre ele e a criança.

Respeito, sempre

É essencial que a criança enxergue o avô/avó com Alzheimer com muito respeito, tendo empatia pela sua condição, e sabendo que a colaboração dela é muito importante. As crianças gostam de colaborar quando se sentem parte de algo e são elogiadas quando se comportam bem e ajudam.

Publicidade

Ensine o respeito, a nunca rir, fazer piadinhas ou ficar nervosa. Para isso, dê a ela as ferramentas para lidar com as situações que irão surgir, ou seja, dê ideias de coisas para fazer com o idoso, explique o que ela perguntar, dê o exemplo de como tratá-lo e torne esse momento de convivência sempre interessante e agradável para todos.

No YouTube tem um canal bem legal sobre uma filha que cuida da sua mãe com Alzheimer, e ela aborda assuntos bem interessantes para as famílias que estão na mesma situação. Confira um dos vídeos abaixo.

PODE GOSTAR TAMBÉM