A atriz e cantora Maria assumiu que tem tendência a ser agressiva e se desculpou com a modelo Natália. Mas, isso não fez com que a produção do Big Brother Brasil 22 mudasse de ideia: Maria foi expulsa do programa depois de ter atacado Natália com um balde cheio d’água. Psicólogos chamam esse tipo de atitude de agressão culposa, quando não há intenção de agredir.
Em entrevista para O Globo Saúde, a psicóloga especialista em traumas Ediane Ribeiro explica que “a raiva, quando não acha caminhos saudáveis de saída, vira violência. Existe agressão que é pensada, as pessoas planejam crimes, e há a agressão que acontece no auge da emoção. Ambas são agressão e a responsabilidade é igual, mas do ponto de vista neurocientífico existe diferença”.
Então, não vale usar a agressão culposa como desculpa para atitudes agressivas. Dependendo do caso, é crime e a pessoa deve responder da mesma forma.
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Como a neurociência explica a agressão culposa?
O que acontece é que, no cérebro, existe uma região chamada amígdala, que fica hiperativa quando uma pessoa sente muita raiva, em ameaça ou perigo. Nessa situação, a pessoa age fora do seu discernimento, com atitudes agressivas, física ou verbalmente.
Como não foi algo premeditado, depois vem o arrependimento. A pessoa se acalma, fica consciente do que fez, mas não sabe por que fez, pois perdeu a noção.
No caso de Maria, ela pediu desculpas na hora, mas Natália continuou acreditando que foi de propósito. Mais tarde, conversando com outro participante, Maria assume que, mesmo a pancada tendo sido sem querer, ela estava com raiva. Foi a segunda vez no programa que demonstrou sua agressividade.
O que acontece com quem é expulso do Big Brother Brasil?
A agressão passiva pode explicar muitos comportamentos agressivos das pessoas que têm uma personalidade explosiva e agem por impulso, sem usar a razão.
Para a psicóloga Ediane Ribeiro, o comportamento explosivo e descontrolado está relacionado a algum trauma do passado. Ela explica que, numa situação de risco, as pessoas podem ter três reações: fuga, congelamento ou luta.
Em algumas pessoas, o “modo luta” está fixado no cérebro. Geralmente, isso está relacionado a variados tipos de experiência traumática, que podem ter ocorrido desde os primeiros meses de vida ou na primeira infância — os mais marcantes para o cérebro — em situações de abuso, negligência, violência ou agressão.
Tem tratamento?
A agressão causada pelo descontrole emocional tem tratamento. Pode ser tratada com trabalhos de regulação emocional (uma terapia específica), além de mindfulness, meditação, yoga e relaxamento. Tudo para tirar as pessoas desse medo condicionado e remodelar no seu cérebro a reação da amígdala para que deixe de ficar hiperativa nos momentos de tensão.
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Fonte: O Globo Saúde