O adubo químico é também chamado de fertilizante inorgânico ou mineral, o oposto o do adubo orgânico. Esse é o tipo desse produto no qual os nutrientes declarados estão na forma de sais inorgânicos obtidos por extração e por processos químicos industriais.
Essa nominação é dada pela Organização Internacional para Padronização e aplica-se aos fertilizantes que não levam carbono como componente essencial. Entenda quais são os tipos existentes e como usar esse tipo de adubo.
Tipos de adubo químico
Existem diferentes tipos de fertilizantes, desde os compostos orgânicos até cinzas, farinha de ossos e o calcário. A adubagem química se destaca por oferecer elementos e nutrientes que não são diretamente absorvíveis pelas plantas ou que não são oferecidos em quantidade suficiente pelo meio ambiente.
Esse tipo de fertilizante recebe a sigla NPK, que representa o Nitrogênio (N), o Fósforo (P) e o Potássio (K). Os três elementos compõem a formulação e tem entre suas funções estimular o crescimento dos brotos e flores, a frutificação e o fortalecimento das plantas para torná-las mais resistentes.
As três letras vêm seguidas de três números, que representam a porcentagem de cada um desses elementos na fórmula. Os mais comuns utilizados na agricultura são:
NPK 4-14-08
Para árvores frutíferas ou espécies floríferas. Por conter alto teor de Fósforo (P), pode ser aplicado logo no plantio e no preparo do solo para que as raízes se desenvolvam com mais força.
NPK 10-10-10
Para folhagens, gramas e plantas em geral que não têm flores ou frutos. Também pode ser aplicado como cobertura em flores, folhagens, hortaliças e frutíferas que já estão formadas.
NPK 15-15-20
Para plantas hidropônicas, especialmente hortas, pois o Potássio (K) fortalece os tecidos vegetais e evita pragas como o purgão, além de melhorar a qualidade dos frutos.
NPK 8-8-8
Com quantidades iguais dos três elementos, é específico para plantas delicadas e ornamentais, como orquídea e bromélia.
NPK 20-20-20
Para plantas e árvores de grande porte, pois contém uma porcentagem alta dos três elementos.
NPK 20-10-10 ou 20-05-20
Formulação especial para aplicação em gramados, bastando espalhar os grãos no solo.
Como usar o adubo químico
Aquela máxima “a diferença entre o remédio e o veneno é a quantidade” se aplica totalmente aos fertilizantes químicos. Antes de comprar o produto e aplicar deve ser feita uma análise química do solo com um técnico agrícola para não haver uso incorreto e perda de produtividade.
Não se deve usar o produto de qualquer jeito, já que a quantidade vem sempre especificada na embalagem e varia de planta para planta, assim como de fórmula para fórmula.
Se a quantidade não vier indicada, peça orientações no local de compra ou com profissionais. Na dúvida, use pouco e vá sentindo aos poucos como a plantação reage à adubagem.
A frequência também varia de acordo com a espécie cultivada e o tipo de plantio, devendo seguir orientações do fabricante. De modo geral, o adubo químico pode ser aplicado a cada dois meses. Exceto no adubo para gramados, a aplicação deve ser feita longe das raízes e caules.
Riscos dos fertilizantes químicos
De fato, a mistura química de componentes para o solo é absorvida mais rápido e com mais facilidade pelas plantas, além de complementar os nutrientes que muitas vezes não estão presentes em grande escala no meio ambiente, fortalecer as plantas e proporcionar um melhor desenvolvimento.
O problema é que o adubo químico traz danos a longo prazo para o ecossistema. Seu uso, mesmo que mínimo, provoca mudanças na composição química do solo e acaba por deixar resíduos nas frutas, verduras e legumes que são consumidos.
Pesquisadores indicam também que alimentos que receberam adubagem química, ao contrário dos orgânicos, são menos saborosos e mais pobres em vitaminas e sais.
Um artigo publicado no site da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura de Alagoas aponta três razões para o não uso de adubo químico:
- As raízes das plantas absorvem rapidamente uma parte dos fertilizantes e se expandem, o que aumenta seu teor de água e as torna mais suscetíveis a pragas e a doenças, além de reduzir o teor nutricional;
- Parte dos químicos é levado pela água das chuvas e irrigações, o que polui rios e lençóis freáticos e estimula o crescimento indiscriminado de algas, que tiram o oxigênio da água;
- Adubos nitrogenados têm uma parte que evapora e destrói a camada de ozônio.