Patryk Lessman tinha 14 anos de idade em maio de 2017, quando estava de férias com os pais em uma casa de verão no lago Jeziorak, em Masuria, uma antiga região da Prússia Oriental, que hoje é o norte da Polônia.
Um dia ele foi à floresta para construir uma cabana e foi lá que descobriu duas leiteiras muito velhas enterradas. O garoto tomou a atitude certa: avisou aos pais sobre a sua descoberta, e eles entraram em contato com Michał Młotek e Dariusz Paczkowski, dois historiadores de Iława.
Os homens chegaram a acionar um grupo de busca que foi ao local para ver se havia mais alguma coisa enterrada, mas encontraram apenas um machado do final da Idade Média, pois nos arredores havia ruínas de um forte medieval.
Então, as duas leiteiras foram levadas pelas autoridades, e alguns dias depois eles revelaram o que havia dentro delas. Veja que interessante:
Os pertences do Conde Hans Joachim von Finckenstein
Dentro das duas leiteiras, estavam objetos pessoais do Conde Hans Joachim von Finckenstein, que era o antigo proprietário daquela fazenda onde a família de Patryk estava. Havia uma carta com o último desejo do conde, o selo e o brasão de armas da família Finckenstein, que era uma antiga família aristocrática prussiana, e também o passaporte de Hans Joachim e seu diário da Primeira Guerra Mundial.
Mas não era só isso. Dentro das leiteiras foram encontrados um uniforme militar da Wehrmacht (forças armadas da Alemanha nazista), incluindo botas, um relógio de bolso, uma colher de prata, acessórios de caça, óculos e jóias, além de notas e moedas, cartas e fotos de família, entre outras coisas.
Um breve histórico da família
A linhagem da família Finckenstein na Prússia tem uma histórico que inicia no século 14. Ao longo dos séculos eles continuaram sendo donos de grandes propriedades, como um castelo gótico, um palácio barroco e, desde o final do século 19, aquela mansão Gubławki onde o adolescente dessa história estava.
Quanto ao seu ex-proprietário, Hans Joachim von Finckenstein, nasceu em 1879, dez anos antes de Hitler, e viveu a Primeira e a Segunda Guerra Mundial.
No verão de 1944, antes do avanço das tropas soviéticas, Hans e sua esposa Hildegard enviaram suas filhas para a Pomerânia para que ficassem escondidas e protegidas. Acredita-se que Hans ou a esposa colocaram todos aqueles objetos pessoais nas leiteiras por volta dessa época.
No dia 3 de março de 1945, Hans foi deportado por soldados do Exército Vermelho e morreu em Pasłęk. Sua esposa Hildegard ficou em Gubławki, onde trabalhou para os russos junto com outras mulheres. Ela deixou Gubławki no final do outono de 1945, sem saber o que havia acontecido com o marido e foi para Berlim.
O destino dos pertences
Depois de verificarem e analisarem os objetos pessoais encontrados nas leiteiras, os investigadores encontraram Margarete e Waldtraut, filhas de Hans e Hildegard.
Waldtraut, que estava com 81 anos, ficou emocionada ao receber uma parte das relíquias do pai. A outra parte pertence ao Ministério do Tesouro Público da Polônia e será exibida em museus.
Veja também: África planta árvore para erguer a Grande Muralha Verde