Depois de passar mais de 2 meses com sangramento pós-parto, a cantora Simone achou estranho não ter parado de sangrar e resolveu procurar seu médico. Depois de realizar alguns exames, foi prescrito a ela o uso de um anticoncepcional para ajudar a regular a menstruação.
No entanto, nem mesmo com a pílula Simone parou de sangrar, e acho melhor voltar ao médico. Então, depois de realizar uma ressonância magnética da pelve, veio o diagnóstico: adenomiose. Era essa condição que estava fazendo o sangramento continuar por mais tempo do que o normal.
A princípio, os médicos optaram por inserir um DIU Mirena no útero de Simone e ela ainda está em fase de espera para ver se terá resultado. Mas o que é essa tal de adenomiose? É comum? Tem tratamento? Tire suas dúvidas agora.
O que é adenomiose?
A parte interna do útero é revestida por uma camada chamada endométrio que vai se formando ao longo do mês. Se naquele mês a mulher não engravidar, o endométrio começa a se soltar e é expelido na forma de menstruação.
Acontece que, na adenomiose, alguns pedaços de endométrio (tipo sangue coagulado) invadem a camada muscular do útero, o miométrio, e começam a crescer nessa camada. É aí que podem surgir diferentes sintomas.
No caso de Simone, o sangramento contínuo, fora do período menstrual, foi o principal. Mas algumas mulheres sentem cólicas intensas, dor na pelve, dor durante o sexo, aumento do útero, aumento ou prolongamento do fluxo menstrual com coágulos e dificuldade para engravidar.
Diferença entre adenomiose e endometriose
Se você já ouviu falar em endometriose, pode ter visto algumas semelhanças entre essas duas doenças. De fato, são parecidas, pois em ambas o endométrio ocupa locais inadequados do corpo ao invés de sair completamente pela vagina.
A diferença é que, na adenomiose o endométrio vai para a camada muscular do útero. Já na endometriose ele pode ir de volta para os ovários ou para outros órgãos, como intestino, bexiga e circulação sanguínea, se espalhando pelo corpo.
Quais são as causas?
Ainda não há causas específicas para adenomiose, mas as hipóteses são de traumas uterinos, formação irregular do útero e problemas hormonais. Entre os casos de risco estão as mulheres que têm menstruações muito intensas com cólicas fortes, mulheres que fizeram cesárea depois dos 40 anos e mulheres que começaram a menstruar muito cedo.
Tem tratamento?
Em primeiro lugar, ao perceber os sintomas, a mulher deve consultar seu ginecologista. O diagnóstico é feito por exames como ultrassom transvaginal e ressonância magnética da pelve. Se a doença for confirmada, então o médico poderá determinar o melhor tratamento, conforme cada caso.
Assim como foi feito com Simone, o médico poderá recomendar o uso de um método anticoncepcional para regular a menstruação e aliviar os sintomas. Não quer dizer que nunca mais vai acontecer, mas o risco diminui bastante.
Em outros casos, além dos medicamentos, pode ser necessário operar para tratar as lesões causadas pelo endométrio, prevenindo complicações como anemia e infertilidade. Em casos mais graves, a retirada do útero é o único tratamento definitivo.
Mas, antes de se desesperar achando que não poderá mais ter filhos, consulte seu médico e faça todos os exames para saber o que realmente está acontecendo.