Uma senhora de 88 anos chamada Bea tinha o hábito de frequentar o mesmo restaurante toda semana. Naturalmente, todos os funcionários do local já conhecia a senhora, que era muito simpática e conversava com eles durante o seu jantar.
Porém, um dia foi diferente. Bea estava estranha, parecendo nervosa e incomodada. Ela não estava muito amigável naquele dia, não queria conversar com os funcionários. Ela jantou e logo se levantou para ir embora. Porém, Bea esqueceu de pagar a conta.
Quando o garçom foi limpar sua mesa, percebeu algo bizarro…
Embora a senhora não tivesse deixado o dinheiro para pagar a conta, os funcionários não foram atrás dela para cobrar. Depois de 30 anos frequentando o local, sempre na sua mesa favorita com vista para a rua, ela voltaria na semana seguinte e acertaria as contas. Mas, de fato, acharam estranho o comportamento dela naquele dia.
Bea estava indo ao restaurante sozinha, mas não foi sempre assim. Antigamente ela ia ao local acompanhada do marido. Eles apreciavam muito a comida e o serviço aquele lugar. Foram uns dos primeiros cientes desde que o restaurante abriu.
Nas datas especiais, de aniversário, era lá que eles reuniam os amigos e familiares para passarem bons momentos. Quando Bea e o marido completaram 30 anos de casados reservaram todas as mesas e tiveram uma ótima noite.
Porém, a vida é uma constante mudança. Há menos de 1 ano, o marido de Bea faleceu. É claro que ela teve dificuldade em lidar com o luto e passou algumas semanas se recuperando com a ajuda dos entes queridos e amigos. Mesmo assim, ela estava cada vez mais triste. O que a fez começar a mudar de comportamento foi uma carta que chegou pelo correio…
A carta que Bea tinha recebido era do restaurante. Fazia algum tempo que os proprietários e funcionários sentiram falta do casal, e por isso resolveram oferecer-lhes um jantar por conta da casa. Bea teve que lidar com essa situação.
Ela sabia que seria a primeira vez que iria se sentar sozinha na mesa do local em que sempre esteve com o marido, recém falecido. Só que mesmo com dificuldade era resolveu ir e enfrentar suas angústias. Talvez fosse a porta de saída para o momento deprimido que estava vivendo.
Quando ela chegou lá, depois de 3 semanas sem aparecer, sentiu muitas coisas ao mesmo tempo. O lugar estava exatamente o mesmo, mas faltava alguma coisa. É claro, faltava um pedaço dela mesma que tinha acabado de partir.
Ela ainda assim se sentiu em casa. Sentou-se na sua mesa de costume, que estava reservada. Porém, agora sozinha e com os olhos marejados. “Aqui estou eu, sozinha”, pensou. Mas, nesse mesmo momento, o dono do restaurante sentou-se com ela e disse: “Nos conhecemos há 30 anos, e vamos estar sempre aqui para a senhora”, disse ele, tentando confortá-la.
A mulher se sentiu melhor naquele momento. É sempre bom ouvir palavras de carinho e saber que é bem-recebido em um lugar que gosta tanto. Por alguns instantes Bea se alegrou, conversou com os funcionários e se sentiu melhor. De fato, ela foi deixando sua escuridão de lado e trazendo boas memórias à tona. Só que a mulher não esperava por uma chamada telefônica.
Em seu celular, a ligação do médico imediatamente a deixou preocupada. Ele tinha o resultado dos exames que ela fez na semana anterior. Disse que ela deveria ir ao consultório o quanto antes.
O que será que o médico tinha para dizer? Bea começou a tremer de nervosa e logo se levantou apressada. Ao chegar no consultório, o médico pediu que a senhora se sentasse.
“Tenho más notícias. A senhora está com leucemia, câncer nos glóbulos brancos. Lamento muito”. Ela não estava pronta para mais uma notícia devastadora em sua vida. Eram apenas exames de rotina. Só o que Bea conseguiu fazer foi perguntar ao médico: “Quanto tempo me resta?”
A resposta não poderia ser pior: “Infelizmente, está avançado. Terá cerca de seis meses com qualidade de vida. Um ano, no máximo”, respondeu o médico. Aquele momento foi desolador. Por que a vida estava fazendo isso com ela?
Porém, Bea conseguiu juntar forças nem sabia de onde, e não se deixou abater. Se ainda lhe restava tempo de vida, precisava que tivesse significado. Foi então que ela resolveu voltar para o restaurante. Depois de eles terem demonstrado tão carinho por ela, sentiu que precisava retribuir.
Ela se sentou na sua mesa de sempre, em silêncio, sem responder aos funcionários que tentavam saber o que estava acontecendo. Ela ainda não estava pronta para falar. Ouvia o que estava acontecendo em volta, mas não captava nenhuma informação.
Quando todos se afastaram e deixaram-na sozinha, ela pegou um pedaço de papel e uma caneta em sua bolsa e escreveu um bilhete. Colocou esse bilhete em uma pasta preta que ficou sobre a mesa, e depois de alguns minutos se levantou e foi embora.
Quando Bea saiu, um dos garçons foi limpar sua mesa. Enquanto estava recolhendo as louças, ele percebeu que havia uma pequena pasta preta. Ele pensou que a mulher havia esquecido da pasta ou que pudesse ter deixado ali dentro o dinheiro da conta, já que não estava querendo conversar. Então o funcionário resolveu abrir a pasta. Não havia dinheiro. Havia um bilhete que mudaria para sempre a vida de todos naquele estabelecimento.
No bilhete, a seguinte mensagem:
Aos funcionários deste restaurante,
Durante 30 anos, vim a este restaurante. Vi tudo mudar: os funcionários irem e virem, o menu a mudar dezenas de vezes, mas eu permaneci sempre aqui.
Tive muitos momentos felizes aqui, e, nos maus momentos, vocês apoiaram-me sempre. Agora que estou velha e doente, queria agradecer muito a todos, e deixar-lhes uma boa quantia de dinheiro”.
O funcionário virou o bilhete e viu que tinha um cheque. Ele não podia acreditar.
O cheque era de nada menos que 100 mil dólares. Esse era o valor que Bea queria dar em agradecimento àquelas pessoas nos últimos 30 anos trataram tão bem dela e do marido nos seus jantares semanais e ocasiões especiais. O garçom entregou o cheque ao proprietário do restaurante, que caiu em lágrimas.
Ele tinha percebido que, logo, aquela senhora nunca mais seria vista por eles. Ao mesmo tempo em que ficou feliz, desejava apenas que aquela bondosa senhora estivesse saudável e continuasse a frequentar o restaurante com sua alegria. Porque “estar com aqueles que nos são queridos vale mais do que todo o dinheiro no mundo, não é?”, disse ele.